E aí finalmente arranquei do plástico o DC Comics Coleção de Graphic Novels vol. 25 - Lobo: Sem Limites - trilha adequada aqui - já esperando para corroborar o consenso universal de se tratar de uma obra indigna do Flagelo da Galáxia.
Mas, ei...
Diacho, essa HQ é muito legal!
Pelo menos bem melhor do que eu lembrava - e ninguém me ajudava a melhorar essa lembrança. Um exemplo é a arte pintada do Alex Horley, relegada ad nauseum a pastiche de Simon Bisley. Ok, o velho Biz é rei (e Martin Emond, outro rei; e Frank Frazetta é o One-Above-All), mas o senso de humor negro nas pinceladas é irresistível e doentio num nível satisfatório para um gibizão do Maioral.
Mesmo perfumarias baratas como a intro Tiny Toon contando a origem d'O Último Czarniano Vivo e o segmento Archie versão gangsta ficaram divertidas.
A história em si é tiro, porrada e puta. Nada mais a exigir de um Keith Giffen ainda escrevendo o Lobo naquele ponto (há muito) sem retorno. Longevidade cobra um preço salgado e nessa relação criador-criatura quase simbiótica só tenho a concordar com a impressão certeira do Malta na época.
Sem Limites foi provavelmente o último espasmo da fase de ouro do personagem. E, entre mortos e defenestrados, ainda crava uma boa média na escala hipotética Lobo-Omnibus-por-Garth-Ennis-&-Goran-Parlov.
A tradicional história-bônus tem o efeito de uma bem-alimentada mocinha de lingerie saindo do bolo. Três motivos. Primeiro, é o Lobo de várzea, estreando de colantezinho em The Omega Men #3 (1983), ainda inédita por aqui. Um acinte histórico sendo corrigido.
Segundo, esse título dos Ômega me pareceu bacaníssimo e até à frente dos US comics de então. Lembrando bastante os materiais da 2000 AD, é sci-fi politizado com clima anárquico e putanhesco - e se a cena de strip e sexo reptiliano com a Demônia não te convencer, nada mais o fará. Ler isso com impressão decente em papel filé foi diliça. Quero mais, mas só vai rolar em cbr maroto.
Por último, Giffen e o roteirista/co-criador Roger Slifer fizeram uma bela rendição ao cinema B: o Maioral estripando meio mundo para sequestrar Kalista e desfilando por aí com a rapariga na comissão de frente.
Isquindô!
E todo mundo sabe que ostentar uma pin-up gostosona (com todo respeito, Primus) na frente de um carango-monstro é estilo de vida no País das Maravilhas Trash.
Tá lá aquela cena memorável de Jogo Brutal (Fair Game, 1986) que não me deixa mentir...
Yippee Ki Yay!
Saudações, Dogg
ResponderExcluirSó uma coisa, tava só esperando a zoação com o logo do "Só Quadrinhos" na reprodução da capa original de Omega Men.
:)
Ah, essa piada já perdeu a graça. Agora mesmo tô folheando aqui e...
ResponderExcluirEspera aí, perdeu não! Tem razão, devia ter zoado. hahah
Doggma, você sabe o nome desse documentário do qual você postou a cena sobre o Fair Game?
ResponderExcluirFala, Tiago! O doc é o "Not Quite Hollywood" (2008). Recomendo veementemente. É divertidíssimo!
ResponderExcluirSe curtir, tem outros dois do mesmo cineasta igualmente insanos: "Machete Maidens Unleashed" (2010), sobre a cena slasher das Filipinas (!), e "Electric Boogaloo" (2014), sobre o mítico estúdio Cannon Films - aquele mesmo, do filme do He-Man, do Stallone Cobra, das séries Delta Force e American Ninja, etc.