Qualquer mané sabe que uma obra de Barry Windsor-Smith trará uma arte complexa e exuberante, variando do belo ao perturbador com uma facilidade que só os gênios possuem. Isso ainda hoje. O que não dá para antecipar é o que ele vai despejar em suas raras entrevistas. Muito disso por conta de seu estilo rolo compressor, sem rodeios ou afagos oportunistas. Com o britânico, o papo é reto. Sobram "as malditas garras" para a indústria, para os colegas e até para ele mesmo.
O homem arrepiou logo na largada.
Windsor-Smith estabeleceu que os eventos de Arma X se passariam no início da década de 1960. Porém, decidiu manter a aparência consagrada de Logan dos anos 1980, ao invés de um visual mais jovem. O detalhe é que ele desconhecia completamente que o fator de cura do mutante o dotava de uma extensa longevidade.
E ainda deu uma zoadinha de leve em Timothy Truman (Jonah Hex, Grim Jack), que desenvolvia uma aventura do Wolverine em pleno século 18 – o arco "Fronteira Selvagem", publicado aqui em Wolverine #29, da Abril. No que foi prontamente esclarecido pela nerdice do entrevistador.
O cara acerta até quando erra, impressionante.
O trabalho de Barry com Arma X, acabou sendo mais determinante para o Wolverine como o conhecemos hoje, do que ele talvez tenha imaginado.
ResponderExcluirO fato de ele ter trabalhado livremente, sem conectar outras abordagens do personagem, e ainda assim, ter saído algo extremamente coeso é sensacional.
E pensar que na cabeça de Claremont, o bom e velho Logan seria um carcaju mutante.
Abençoado seja Barry Windsor-Smith!
Claremont não curtia o baixinho. A ironia é que definiu o perfil do personagem em apenas uma cena >>
ResponderExcluirhttps://blackzombie.blogspot.com/2011/03/era-uma-vez-no-esgoto.html
Depois disso, BWS foi e fechou a porteira magnificamente com Arma X. Houveram materiais bacanas, sim, mas nada deste vulto, IMO.
Arma X é um pequeno vislumbre de como seria se a Marvel tivesse adotado a estratégia da DC nos anos 80 e distribuído carta branca para abordagens autorais de seus personagens.
Essa fase e unica...Wolverine e um personagem com diversas camadas e o interesssante e poder fa-zelo e mesmo assim não ficar faltando para as outras partes. muito legal ter trazido essa entrevista.
ResponderExcluir***Aproveitando...valeu pela indicação do Silo...fodastica d+
Silo é bem bacana, hm? Ansioso pela 2ª temporada, mas até a greve da WGA e da SAG-AFTRA ser resolvida vai demorar pra sair...
ResponderExcluirAbração.
Arma X é vuadora na mulera. E depois de tanto gibi que revolucionou, que fez barulho e tudo mais, o folhetim que saiu na surdina em revista mix da Marvel continua com seu frescor, até melhor pois dá aula para o grosso do que temos hoje.
ResponderExcluirNuma das últimas relidas reparei que a reviravolta central de Arma X é puro Brian De Palma. O que é bem sofisticado para uma narrativa tão brutal.
ResponderExcluirNem pelo cacete fariam uma HQ assim hoje.
Hoje, qualquer produção de HQ já tem que ser pensada na maldita transmidialização.
ResponderExcluirO material já nasce sendo pensado em como pode ser passado para outra mídia, como pode ser monetizado, captado pelo maldito algoritmo....
Essa mudança nos processos de criação, tem matado a criatividade, limitado demais o surgimento de boas ideias.
Totalmente, Alexandre. As histórias estão cada vez mais parecendo story boards de filmes hollywoodianos. E o tratamento digital exagerado reforça bastante isso. Quando releio algo do Romitão ou do Buscemão, é quase como um colírio...
ResponderExcluirArma X tem muito a cara de filme oitentista do Carpenter, fiquei surpreso ao pesquisar e descobrir que ela foi publicada pel 1a vez em 1991.
ResponderExcluirMuito à frente de seu tempo, realmente. E gostei da analogia ao Carpenter!
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