quinta-feira, 16 de abril de 2015

DuckNewTales


Causou comoção entre os trintões a notícia de que a Disney irá revisitar a série animada DuckTales, Os Caçadores de Aventuras. O desenho foi originalmente lançado em 1987 e estreou no Brasil logo no ano seguinte, pelo SBT. Fez um grande sucesso entre o público infanto-juvenil - provavelmente desencadeando ali toda a geração noventista de séries animadas da Disney.

Segundo Marc Buhaj, vice-presidente sênior da Disney XD, a nova série "trará a mesma energia e espírito aventureiro para uma nova geração".

Quando DuckTales estreou, eu, marvete da gema e decenauta meio-período, estava começando uma descoberta dos gibis mensais da Disney. Meu forte eram os patos. Durante um período, Pato Donald, Peninha, os encalhernados Disney Especial: "As Melhores Histórias..." e, principalmente, Tio Patinhas viraram compras certas. Ou trocas certas nas banquinhas de usadas.

A revista do pato mais pão-duro do mundo foi uma revelação: aventuras pop que iam de outras galáxias ao universo subatômico, de cidadelas perdidas à viagens no tempo, de realidades alternativas até ao reino da mágica, pura e simples. Uma doce good trip cartunesca, lisérgica e espirituosa transcendendo tanto os limites da imaginação quanto qualquer saga do Quarteto Fantástico e de Jornada nas Estrelas. Pode-se dizer, no meu caso, que o desenho certo chegou no momento certo.

Com quase o mesmo núcleo de personagens e inspirado nas obras do criador Carl BarksDuckTales assimilou uma boa parte daquele clima das HQs, aliado a espertos revamps de literatura, cinema e até eventos históricos. O negócio era bom assim. E lúdico. E simples. E genial.

Melhor ainda foi constatar que aquela qualidade não era apenas uma ilusão pré-adolescente. Quando o desenho foi reexibido pela Globo em 2009, vi ali uma adaptação mais direta e ingênua do material original, mas sem dúvida, uma criação muito bem cuidada, evocativa e memorável. E que devia ser ainda mais fascinante aos olhos de um garoto daquela época.

É por esse detalhe que não compartilho do entusiasmo dos meus camaradas da Casa dos 30.


Nem precisa da expressão "para uma nova geração" pra que eu não veja esse revival com bons olhos. Basta uma zapeada pelos principais desenhos infanto-juvenis exibidos nos últimos 10 anos para ver o lixo sem alma que andam produzindo para a molecada. As séries já nascem com jeito de product placement. Não são desenhos, são marcas e sponsors frenéticos com roupagens modernas e "radicais".

E a gurizada de hoje, francamente, não está nem aí. Tem outras coisas pra se preocupar, como o novo app da moda ou a expansão de algum game que acabou de sair.

Eu daria cem quaquilhões pra que deixassem o desenho intocado, no mesmo lugar onde esteve nos últimos 25 anos. Acho muito difícil que a nova série não se dobre aos fatores mercadológicos em detrimento daquilo que fazia de melhor: divertidos e cativantes duck tales.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Usual/Rangers

Dos trocentos links e e-mails que recebo durante o cumprimento do dever e guardo pra conferir depois, Power/Rangers se mostrava o menos promissor. Entretanto, o bafafá em torno das complicações judiciais e a presença sempre lasciva da Katee Sackhoff me arrancaram da procrastinação profissional.

E não é que o negócio é mesmo muito bacana?


Nunca fui aficcionado pela turminha do Megazord. Sou da geração que começou em Ultraman e Spectroman e foi até Jaspion e Changeman. Rangers pra mim, só os Galaxy. Então já era velho demais pra pegar esse bonde. A única sombra de interesse que já tive foi quando os Beastie Boys se declararam fanáticos e lotaram seus vídeos e músicas com referências à série.

Mas esse curta é simplesmente o Watchmen dos Power Rangers. Originalidade passa longe e a reviravolta final dá pra avistar a 15 hectares de distância, mas o revamp subverte bem o que é pra ser subvertido. Além de mostrar a Katee recheando o colantezinho da Ranger rosa e de dar algum fôlego à carreira do eterno Dawson Leery. Ficou badass, o cara.

Agora, o que eu não sabia mesmo era que a atriz que fazia a vilã Rita Repulsa era xará da nossa Cinderela Baiana. Ôxi!