sexta-feira, 28 de janeiro de 2005

OSSOS DO MALDITO OFÍCIO








Fuck me. E não é que Jack Bauer matou mesmo o Chappelle?! Coagido pelo super-terrorista Stephen Saunders, o presidente David Palmer autorizou a execução de Chappelle para evitar que um vírus letal fosse disseminado e vitimasse milhões de cidadãos americanos. Aparentemente, Chappelle, que investigava o fluxo das contas bancárias de Saunders ao redor do globo, atingiu algum ponto sensível no esquema do terrorista. Seja qual for, foi embora com Chappelle, pois nem ele mesmo sabe do que se trata (Nota do "editor" do blog - agora eu já sei do que se trata!).

Ryan Chappelle é (era...) o diretor da CTU e exerceu um papel fundamental nas 3 primeiras temporadas de 24 Hs (até quando não aparecia e era apenas citado). Sisudo, Chappelle mantinha uma frieza inigüalável em momentos pra lá de tensos e críticos, e exigia mesma postura do resto da equipe. Foi isso que triplicou o efeito dramático do ocorrido. Assim que soube por Bauer de sua condição descartável, sua parede de profissionalismo quase desabou. Méritos para a excelente atuação de Paul Schulze (Mutação 2, O Quarto do Pânico), entre o austero e o patético. Mas o pior foi vê-lo indo para o matadouro voluntariamente (como não poderia deixar de ser, pois o algoz era o Jack Bauer... se correr o bicho pega, se ficar...) e resumindo a sua vida antes do inevitável ato final.

Meu amigo... eu não trabalharia na CTU nem que o salário fosse em euro.


O LADO NEGRO DA WANDA






Se elas soubessem aonde essa conversa vai dar...

Eu já comentei aqui sobre o brilhantismo de Brian Michael Bendis em Avengers Disassembled. Foi brilhante mesmo, uma pérola recente. Principalmente por um detalhe que eu não atentei na época. Não sei se foi intencional ou se foi pura felicidade inesperada, mas ele amarrou a série de forma soberba ao apontar a Feiticeira Escarlate como a grande vilã.

Relendo histórias antigas, notei que a Wanda sempre foi dona de um background bastante curioso. Dividida pelo desejo de ser mãe (lembra da analogia que fiz com Grace, de Os Outros?) e seu amor por Visão (que nem é humano, é um sintozóide), fica subentendido num roteiro imaginário o fato dela ter feito escolhas erradas e reprimido as certas - durante anos. Psicologicamente, isso tem o efeito de uma bomba nuclear instável, prestes a explodir à menor pressão. E foi o que aconteceu durante e no final de Disassembled.




Descobrindo por Agatha Harkness que tem um poder praticamente ilimitado

Detalhe: o primeiro exemplo é de 1987 e o segundo de 2000. E não são apenas esses. Várias aventuras e situações decorridas ao longo dos anos revelam que Wanda sempre esteve em contato com um certo "lado negro" (personificado pelas suas frustrações e pela sua incapacidade de dominar todo o seu poder sem enlouquecer no processo) e que algum dia esse caldo ainda ia derramar feio. Parece incrível, mas a impressão é de que tudo isso foi feito já tendo a Feiticeira insana de Disassembled em mente. Agora toda a história antiga que eu leio da Wanda me dá essa sensação de conspiração escarlate.

Loucura, não? Por isso que eu comentei que Bendis foi brilhante em Disassembled. Possivelmente sem querer, ele traçou o perfil psicológico definitivo da Feiticeira e conferiu conhecimento de causa em sentido reverso com um alcance histórico de, no mínimo, 25 anos de roteiros escritos contendo a personagem.

dogg, ouvindo uma mulher interessante cantar.

terça-feira, 25 de janeiro de 2005

PELAS BARBAS DE AGAMENON!


Eu corri, mas não pude me esconder. Ignorei solenemente a exibição de Mulher-Gato nas telonas, e ainda hoje sou assombrado pelo pôster da cabeçuda sempre que vou à locadora. Como que marcado pela profecia de alguma sacerdotisa da Ilha de Lesbos, acabei sucumbindo após uma sessão protagonizada por uma heroína de histórias em quadrinhos. E se Elektra (2005) não for do mesmo calibre do filme da gatuna, ao menos deve chegar perto.

Nos quadrinhos, Elektra foi concebida por Frank Miller como parte de um processo de reciclagem do herói Demolidor. Com uma origem referencial nada discreta, a relocação da pesada tragédia grega para um ambiente urbano caótico foi um sucesso quase que imediato. Miller já sabia do tesouro que tinha em mãos, e o público rapidamente foi seduzido pela ninja urbana, tanto por seu conteúdo forte quanto pelo fetiche sadomasô imbutido em seu topzinho vermelho. Claro que um fanboy sensato (existe?) tem de perdoar, ou mesmo ignorar, certas liberdades adaptativas. Foi assim com filmes reconhecidamente bons, como Homem-Aranha e X-Men 2. Mas em Elektra esse limite foi (muito) ultrapassado, e não por trazer idéias melhores.

Apesar de ser um spin-off de Demolidor, Elektra traz poucas referências ao filme. Vemos ela ser levada em uma ambulância, morrer e ser ressuscitada por Stick (Terence Stamp, ex-General Zod e uma das únicas coisas que funcionam aqui). Logo, ela é treinada (mais ainda) pelo velho mestre, é mandada embora do templo e vira uma assassina profissional. Numa das "encomendas", ela tem de assassinar Mark Miller (Goran Visnjic) e sua filhinha, Abby (Kirsten Prout). Elektra, apaixonada pelos dois (você me entendeu), se recusa a fazer o serviço e, ao mesmo tempo, tem de enfrentar a ira do famigerado Tentáculo.

Pois é. É isso aí. Fora a grosseira incompatibilidade com o texto original das HQs (principalmente na relação de Elektra com o Tentáculo), o filme não consegue emocionar nem quando se resolve encará-lo como uma aventura de uma personagem X que não seja a Elektra dos quadrinhos. Aí a coisa piora, e fica parecendo uma sessão requentada de Temperatura Máxima (me perdoe a redundância e o trocadilho). O filme demora muito para entrar na ação (sendo que, na parte das "férias" de Elektra, ele dá uma parada quase que catatônica), e quando entra, ela é frouxa, econômica e mal-conduzida. Logo no início, quando Elektra puxa uma sai das costas de um alvo e quase não tem sangue na lâmina, já vi que algo estava muito errado. Aqui também predomina uma certa escassez de idéias. Durante o filme inteiro, os personagens ninja desaparecem como se fossem o Drácula do Gary Oldman, mesmo quando o recurso não é necessário naquele momento.

Fora os óbvios ninjas-padrão, alguns vilões são bem interessantes. O negão Stone parece até o Luke Cage de Azzarello/Corben, e Tattoo (não o da Ilha da Fantasia!) tem um poder tosco mas que rendeu ótimos efeitos. Já a desperdiçada Mary Tifoyd (a delícia Natassia Malthe), além da roupagem totalmente equivocada, ficou relegada a duas míseras frases durante o filme inteiro. E nem vou falar de Kirigi, nos quadrinhos um ninja gigantesco e cavernoso, aqui parecendo um modelo da SP Fashion Week.

Agora, vamos à parte que funciona (uma ou duas peças no motor). Stick num boteco de quinta jogando sinuca que nem o Rui Chapéu e humilhando Elektra com dois ou três movimentos. Igualzinho a revista, pena que dura uns 15 segundos. A Elektra da Jennifer Garner (falsa magra e agradavelmente rebolante) já é habitué dos fanboys cinéfilos. Não lembra em nada a fisionomia simétrica e o ar europeu-cosmopolita da ninja, mas assumiu o fogo e a paixão inatos da personagem, além de ser uma boa atriz com aquele elemento promissor de quem ainda vai ter o seu grande papel. Mesmo limitada por um roteiro tenebroso escrito à três mãos (dos losers Raven Metzner, Zak Penn e Stu Zicherman), Jennifer ironicamente acaba sendo a melhor presença dentro de um filme fraco baseado em sua personagem (até mesmo quando trava diálogos tosquíssimos com o seu interesse romântico).

Mas nada supera o inacreditável embate final. Fazia tempo que eu não assistia um roteiro sendo amarrado tão abruptamente. A impressão que deu era que toda a equipe técnica queria logo terminar tudo aquilo pra poder ir pra casa. Aquela adaga sai deve ter percorrido uns 4.000 metros com barreira até chegar ao seu alvo... putz, nem o poderoso Mjolnir faria igual.


E, retificando, um filme com uma cena dessas não só pode ser ruim como pode ser muito ruim. E dessa vez, nem o Evanescence (que comparece aqui com Breathe No More) deu jeito.

Assista por sua conta e risco, mas se você quer ver assassinas profissionais de verdade, recorra à Beatrix Kiddo ou Nikita.


dogg, pasmo.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2005

SE AS MENINAS DO LEBLON NÃO OLHAM MAIS PRA MIM

.::Desafio cinematográfico::.


Que Neo que nada... óculos maneiros são esses aí

Coisa de quem não tem o que fazer (ou o que pensar), sei. Mas, como tudo o que escrevi até hoje por aqui foi nessa base, hey ho let's go. Um quebra entre esses dois iria primar pela incerteza do resultado. Eles são, disparados, os personagens heróicos mais 'mandrakes' do cinema (talvez caiba aí a inserção do Ethan Hunt também). Ou seja, eles conseguem tirar da cartola a melhor - e a mais improvável - solução para qualquer problema. Eles são mestres absolutos em todas as técnicas de luta, até as inexistentes. A todo momento, desafiam as leis da gravidade e da física. Encaram verdadeiros exércitos de guerreiros sobre-humanos e hiper-treinados que caem como moscas ante seus golpes. No meio disso tudo, eles ainda arrumam tempo para soltar frases espertinhas (todas sub-"I'll be back", sub-"You're the disease, and i'm the cure" e sub-"Hasta la vista, baby") e, o mais importante... dar uns amassos na mulher mais bonita do filme. Sem contar que os dois têm só um nome (maneiraços, por sinal).

Descrição: Blade é um mestiço. 25% humano, 25% vampiro e 50% Wesley Snipes. O cara transformou um personagem obscuro das HQs em um anti-herói estiloso e altamente característico. Eu mesmo só vi o Blade nos quadrinhos uma vez e olhe lá (quem aparecia direto mesmo era o igualmente fodão Morbius).

Poderes: Blade é poderoso como os vampiros e sem nenhuma de suas fraquezas. Tem força, velocidade, o fator de cura vampírico usual e agilidade sobre-humana. Tem um arsenal de fazer inveja ao Terminator e é um exímio espadachim, mas sua arma mais eficiente é sem dúvida as duas... hã, blades, que são um misto de bumerangue com shuriken, e parecem ter vida própria. E o cara é cool pacas!

Pontos fracos: Da minha parte, quem consegue partir o Ron Perlman ao meio com apenas um golpe, não tem pontos fracos. Mas Blade não consegue ficar muitas horas sem o seu soro anti-vampírico, o que dificultaria a sua vida em um embate mais estratégico e demorado.

Descrição: Até Eclipse Mortal, Riddick era um criminoso-mercenário-assassino-foragido perigosíssimo. Mas humano. Em A Batalha de Riddick a humanidade foi pro saco e ele passou a ser um furyan. Seja lá que raça for essa, pode-se dizer que sua índole é bem humana: Riddick não hesita em trucidar quem se colocar em seu caminho - mesmo que seja uma legião de aliens carnívoros.

Poderes: Inicialmente, ele tinha a força e a destreza padrão de heróis de filmes de ação americano (acima da média humana, claro), mas em uma rápida cena de A Batalha de Riddick, ele se denuncia: ao ser lançado de costas contra uma parede, ele amassa a coluna metálica que a sustenta. Se fosse um humano comum, ele ficaria, no mínimo, paraplégico. Além dessa super-resistência, Riddick pula como um canguru chapado de ecstasy, e com apenas uma braçada, lança para longe soldados trajando pesadas armaduras. Deve ser a tal da energia furyan. Especialista no manuseio de facas, Riddick foi "punido" com uma visão noturna pra lá de providencial. E é também um excelente estrategista de guerra.

Pontos fracos: Riddick não é invulnerável, nem tem fator de cura. Ficou inconsciente no segundo filme após receber uma rajada de energia. Quase morreu ao enfrentar um inimigo bem mais rápido que ele. Apesar de ser um guerreiro nato, Riddick é apenas um quase-sobre-humano.


Como o diretor ideal para administrar essa treta do além-cosmo: William Friedkin. Arrisco ele como alternativa a diretores tailandeses e chineses, ou diretores de CGI à Wachowski Brothers. Em Caçado (The Hunted, 2003), Friedkin colocou Tommy Lee Jones e Benicio Del Toro para se destroçarem numa selva. Em nenhum momento ele "interferiu" na luta (câmera tremendo, trilha barulhenta, personagens digitais), e esbanjou carnificina e sangue à vontade. O melhor de tudo é que as lutas foram muito bem tramadas e sem soar caricatas. Entre Riddick e Blade o que não iria faltar é sanguinolência, então nada melhor do que uma câmera discreta e bem descritiva. Sem contar a classe habitual do veterano diretor de Operação França e O Exorcista.


DELISHA AMERICANA


Elisha Cuthbert mora no meu coração desde que eu comecei a acompanhar a eletrizante série 24 Hs. Sei lá, ao mesmo tempo que ela segue a linha Carol norte-americana (mas sem chegar à patricice de Lindsay Lohan), ela também tem um elemento soft/sex-introspectivo. Do tipo que fala mais com os olhos do que com a boca, o que me obriga a olhar para os dois incansavelmente. Pra mim, isso equivale em atração com um inseto rodeando uma lâmpada à noite. Isso sem falar na bundinha linda que ela tem. Com um pouco de sorte, Elisha pode pegar a coroa teen que Mena Suvari perdeu assim que subiram os créditos de Beleza Americana. Show de Vizinha (The Girl Next Door, 2004) é o seu primeiro papel de destaque após o sucesso como Kim Bauer, de 24 Hs. E também um legítimo "filme-que-eu-só-assisti-por-causa-dela".

Matt Kidman (Emile Hirsch... peraí, Emile?!) é um guri cdf que está se graduando no colegial, tentando arranjar uma bolsa pra faculdade e de saco cheio com sua rotina certinha e tediosa repleta de aspirações à uma vaga na Casa Branca. Os taradões Eli (Chris Marquette) e Klitz (Paul Dano) são seus fiéis escudeiros. Daí que pinta Danielle (Delisha) na jogada. Ela é a insinuante vizinha que acaba de se mudar. Como em filme tudo que é impossível na vida real acontece, Danielle praticamente cai de pára-quedas no colo de Matt. Os dois se apaixonam, mas ele descobre que ela é uma ex-atriz pornô querendo recomeçar a vida (por que isso não acontece comigo... por que isso não acontece comigo...). Com isso, vem toda aquela previsível confusão à tira-colo: o produtor-cafetão Kelly (Timothy Olyphant... ainda no mesmo papel) e seu rival Hugo Posh (James Remar) disputando o concorrido passe da porn star.



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Queria aproveitar esse espaço e mandar um beijo muito especial para Traci Lords...



Traci, nós te amamos!

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Aham... Então deixa eu repetir o que já foi dito à exaustão por aí: Negócio Arriscado foi um filmão. Talvez tenha sido o filme que tirou Tom Cruise da vala brat-pack dos 80's (Andrew McCarthy, Judd Nelson, Robbie Lowe, Molly Ringwald... ninguém se salvou). E Show de Vizinha tenta esterilmente reeditar o mesmo enredo, mas sem nenhum resquício daquele charme sexy sugestivo, quase porn-soft, idilicamente falando (em grande parte, por causa da presença angelical de Rebbeca DeMornay). Mesmo levando à sombra de um julgamento menos exigente e mais escapista, Show de Vizinha resvala para a concepção de um filme produzido pela MTV em uma versão light tentando em vão ser heavy (nota: gosto das produções da MTV. Joe e as Baratas, Eleição, Orange County - Correndo Atrás do Diploma... são ótimos filmes). Até mesmo a montagem velocista típica de um videoclip ficou equivocada dentro de sua proposta. Os cortes são tão nonsense que prejudicam o tempo da narrativa, e um recurso em particular foi muito mal utilizado: existem tantas seqüências imaginárias de Matt, que toda hora você pensa que nada daquilo está acontecendo e que ele está sonhando de novo, pela enésima vez. Assista o filme e tente não ficar puto com isso. Dá vontade até de quebrar o DVD.

Show de Vizinha começa pendendo para a comédia adolescente, emenda para uma semi-comédia romântica, volta pra comédia adolescente, o tempo fecha em uma esquisita arapuca policial, arrisca um improvável "a verdade sobre o submundo da indústria pornográfica", e volta pra comédia pastelão, digo, adolescente, coroada com uma fraquíssima conclusão com um discurso mal colocado, mal escrito e... enfim, mal tudo. Apesar disso, sabe que eu senti uma certa espinha dorsal permeando boa parte do filme? Poderia ter dado certo, numa espécie de aventura multi-facetada e insólita, mas a quantidade gigantesca de erros não permitiu. A coisa precisaria ser mais ousada, mais inventiva, mais independente, longe da bunda-molice que se instaurou no cinemão americano de uns 10 anos pra cá. E nem estou me referindo à (pouca) quantidade de mulher pelada no filme.

No saldo final, alguns motivos fazem valer uma sessão de Show de Vizinha. Se você é interessado em técnicas de direção e montagem, vale conferir o trabalho de Mark Livolsi e do diretor Luke Greenfield, que tentaram mostrar tudo o que sabiam (quase sempre de forma errada) em 1 hora e 49 minutos de filme. É ótimo aprender com os erros dos outros.

Outro (boooom) motivo é a Presença de Elisha. Com certeza, esse foi o cascalho mais fácil que ela já ganhou na vida, pois ela não faz absolutamente nada durante o filme inteiro. Ela só enfeita as cenas com sua cútis privilegiada, e já está mais do que bom.

Por último, a trilha sonora. Rapaz, quase que só rola coisa boa aqui. Take a Picture, do Filter, Dopes to Infinity, do Monster Magnet, Sweet Home Alabama, do Lynyrd Skynyrd, Angeles, de Elliott Smith, Under Pressure, do Queen, Lucky Man, do The Verve, What's Going On?, de Marvin Gaye, Hootie Coochie Man, de Muddy Waters, Baba O'Riley, do The Who...

Mas é uma pena que agora o Echo e sua The Killing Moon viraram figurinha fácil nessas produções pretensiosamente descoladas. Show de Vizinha está muito, muito longe de ser Donnie Darko, que é o verdadeiro lugar desse clássico.


dogg, que hoje vai assistir 24 hs só pra rever a Delisha... :D

quarta-feira, 19 de janeiro de 2005

A GAROTA DO FANTÁSTICO


Bom, não posso dizer que superou as minhas expectativas, pois elas já estavam bem altas, confesso. Para mim, um longa do Quarteto Fantástico sempre foi mais fácil de se imaginar do que um dos X-Men, por exemplo. A linguagem pop movida à conceitos tecnológicos e o irresistível espírito de aventura sempre clamou por uma versão cinematográfica. É o mesmo mix que fez a fama de filmes como Os Caça-Fantasmas e De Volta Para o Futuro, em dois exemplos de extrema felicidade (e que eu não estou dizendo que seja o caso... mas tomara). Se tudo der errado, pode esperar por um novo Perdidos no Espaço - o que eu não acho que vá acontecer, talvez por mera fé cega, com toda a margem de decepção que isso traz de brinde.


Seja lá como for, agora, com o ótimo teaser em sua versão oficial, dá pra notar que vem algo promissor por aí - ao menos no que diz respeito à diversão. O efeitos são de ponta, os quatro fantásticos estão... fantásticos (exceção feita à Alba Storm, que está... incrível), o Dr. Destino está sinistro como nas HQs (pena que aparece rápido) e um detalhe muito interessante foi a trilha com "Counting Bodies Like Sheep To The Rhythm Of The War Drums", do grupo A Perfect Circle, que começou a rolar a partir do acidente espacial (pra quem conhece, sabe que isso foi fantasticamente foda).


É torcer pra que o diretor Tim Story honre seu sobrenome, com trocadilho fantasticamente ruim e tudo. E que site oficial mais pesadinho hein?! Putz.


A SUPREMACIA BYRNE


John Byrne merecia um Eisner pelo conjunto da obra. Poucas pessoas produziram tanto quanto ele e com um nível tão alto de qualidade. Livre da sombra de Chris Claremont (o Bendis dos anos 80), Byrne alçou vôos bem mais altos, lançando mão de um talento indiscutível como argumentista. Até a metade dos anos 90, Byrne trabalhou em quase todos os personagens de destaque da Marvel e, destes, ele livrou boa parte de alguma fase ruim. Foi assim com os Vingadores, com o Hulk, com a Tropa Alfa, com a Mulher-Hulk, etc. Mas a primeira vez que vi o Byrne "solo", desenhando e escrevendo primorosamente após o furacão Saga da Fênix Negra, foi nas histórias do Quarteto Fantástico.


Com um senso de humor bem cínico, vilões cavernosos, grandiosidade épica, bastante adrenalina e aquele climão de ficção-científica (que, por sinal, anda em falta no Quarteto de Mark Waid), ele valorizou todos os elementos que fizeram a equipe tão característica (pra não dizer "fantástica"). Claro que alguns mal-costumes marcaram presença, como a mania de inserir metalinguagem nas aventuras (ele mesmo, o Byrne, na história... no papel de John-Byrne-desenhando-o-Quarteto...). Pior que isso, só os editores nacionais da Abril: para fazer as vezes de editor-chefe da Marvel, ninguém menos que o famigerado Figa, aquele que decepava 50 páginas em uma história de 30. Felizmente, isso não chegava a atrapalhar, pois era só ignorar a "presença" do autor. Mas fiquei bem curioso pra saber se a esposa do Byrne na vida real é mesmo aquela coisinha maravilhosa que ele rabiscou.


A maior parte dessa fase de Byrne comandando o Quarteto foi publicada na revista do Homem-Aranha (provando que as HQs daquela época eram bem mais imperdíveis do que as de hoje), e um dos arcos mais bacanas que eu li foi da edição #66 a #68. Começa com o Doutor Destino reconstruindo a Latvéria e recrutando Tyros (ex-Terrax, arauto de Galactus, aqui totalmente overpowered) com o objetivo de destruir o Quarteto, que não tem Reed Richards, mas tem o Surfista Prateado. Logo, a maior especialidade de Byrne dá as caras: as pancadarias federais no meio de uma grande cidade que, em poucos instantes, fica totalmente arrasada. Aliás, Destino fica numa situação pra lá de embaraçosa no final. Logo na seqüência (praticamente soldada nessa história), os remanescentes do Quarteto, com a ajuda do Vigia Uatu, partem em busca do desaparecido Richards. Participações mega-over-empowered de Galactus, Odin e Eternidade.

Clique do Vic Doom aí embaixo pra baixar o pacotão (18,8MB). Ah, e paciência com esse servidor, ok? Às vezes ele dificulta a vida de quem não é assinante. :P

Scans by: doggma (link expirado há muitos éons)



Na trilha: Of The Son And The Father, do Astral Doors, um dos melhores álbuns de 2004.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2005

AINDA BEM QUE NÃO LEMBRARAM DO FANTASTICARRO


Johnny Storm dando uma de Johnny Blaze


Os melhores 20 segundos do ano, até agora (perdendo só para os deliciosos 56 segundos do selinho na Elektra...). Diferente da patrulhinha modista que ronda por aí, vi no spot do trailer (cacete... spot do trailer... falta mais o quê agora... resumo do teaser?) tudo o que o Quarteto Fantástico representou para as HQs em mais de 40 anos de história: muita ação, aventura, bom-humor, diversão-família e... poderes fantásticos (ahem). A única abordagem mais diferente que eu notei foi a intensa exploração da mídia em cima da equipe, o que sincroniza os personagens com o que andam fazendo atualmente nas HQs, mais notadamente na versão Ultimate e no tom pop de Mark Waid (a histeria acabou me lembrando um pouco o X-Tatics).


O nome de Tim Story nos créditos não me agrada muito, mas, à primeira vista, ele resolveu apostar na simplicidade narrativa das histórias do Quarteto. Nada de muita responsa. O Senhor Fantástico se estica numa ação reflexa, Dr. Destino dispara raios (bem à Conde Dookan, em SW: AdC) pra cima da Mulher-Invisível, que rebate com seu campo de força, e a grande estrela do (sub-) trailer, o Tocha Humana, rasga o céu de fora a fora, e se esquiva de um míssil. Mal posso esperar pelo trailer inteiro (isso é que é se contentar com pouco!).



Agora um alô para os exigentes fanboys (os da patrulhinha) que andam reclamando do Coisa. As contra-missivas criticam a textura da sua pele petrificada (tsc, papo de fanboy mesmo) e da baixa estatura do personagem. Segundo os detratores, o Coisa do filme tomou pra si a naniquez que faltou no Wolverine de Hugh Jackman. Bobagem (ns). Nos primórdios, a pele do Coisa era formada por uma camada epidérmica que parecia rocha vulcânica, não por aquelas placas de pedra que estamos acostumados. Ele também não era o caminhão-tanque que é hoje. Era mais atarracado e um pouco mais alto que uma pessoa normal. Só anos mais tarde que ele adquiriu o visual clássico.

Não sei se foi intencional, mas achei uma opção de design extremamente feliz, comparável à um Hulk cinza nas telonas. Ele pode desenvolver seu aspecto no futuro, até chegar ao shape atual. Para ilustrar melhor, confiram a capa de Marvel Two-in-One #50, que já foi publicada no Brasil, mas não me perguntem onde. Na história, o Coisa volta ao passado até o tempo em que haviam poucos meses desde a sua transformação. O objetivo era "se convencer" a ingerir uma fórmula que o faria humano novamente (ela só funcionava se fosse no início). Daí ele enfrenta sérios problemas com a sua contra-parte do passado. Naquela época, ele vivia enraivecido, amargurado e fisicamente muito diferente, bem mais deformado pela mutação cósmica - e igualzinho ao filme. Cara, rola um porradêro dos bons, vale conferir.

Clique na imagem para ampliar a capa.


Esse dedo não é meu não


Isso posto, vamos mudar os discursos aborrecidos e elogiar a fidelidade ao original... conhecimento de causa é isso aí. O filme pode até ser podrão (não creio), mas que o Coisa ficou muito bom, isso ficou. Nas ótimas cenas em que ele entra em ação (porrando o caminhão e sendo atingido por uma rajada de energia), dá pra perceber uma articulação pra lá de satisfatória. Melhor que o Coisa do Roger Corman... :P


"O HORROR... O HORROR..."


"Ela fica sabendo o que são recorporações... qual é o rio negro, para onde ele se dirige... por que os pássaros mortos se movem... e quem está olhando pelos olhos de seu marido. O cheiro. O fétido cheiro de formigas queimadas esbofeteia a mente de Abby e seus joelhos se dobram ante tamanha força. O nome dele... uma assinatura redigida em ácido... Então ela pensa, 'há quanto tempo estive casada com'... 'quantas vezes nós'... Agora Abigail sabe o que é a coisa ruim e de onde vem o fedor. Vem de si mesma... e ela não consegue se livrar da contaminação... nem queimá-la... abafá-la com perfume... ou raspá-la da pele. Seus sonhos são nojentos e intoleráveis... e seu despertar não é um alívio."

Parece Augusto dos Anjos.

Poesia dark, beleza tétrica, junkie trip gótica. Isso é Alan Moore, sem gelo e batido, não mexido. O Senhor do Caos criou o link definitivo para pesadelos claustrofóbicos através da escrita. Moore elevou as artes ocultas (horror, guri) para um patamar que o gênero sempre almejou. Embora seja difícil traçar um paralelo, foi no horror que Moore mais se encontrou à vontade (o que não o impediu de conceber clássicos em outras linhas narrativas). Infelizmente, em sua mídia mais efetiva - a 7ª arte - o gênero não conseguiu decodificar esse mosaico de humanidade caótica que é Alan Moore escrevendo um conto de terror - ainda que eu tenha apreciado a adaptação de Do Inferno.

A edição #6 da velha Super Powers só atesta o que eu já escrevi sobre essa revista, certa vez. Não negando sua condição de arremedo de Grandes Heróis Marvel, os editores se contentaram em usá-la para finalizar sagas e atualizar a cronologia defasada de certos personagens - como o Monstro do Pântano. Esse arco foi publicado originalmente em The Saga Of The Swamp Thing, do #29 ao #31, e já foi levada ao ar pelo poderoso gRAlactus, mas em condições bem precárias. Resolvi então reescanear essa pérola, com o miraculoso auxílio do Photo "o-melhor-amigo-das-playmates" Shop.

Scans by: doggma

Clique aqui para baixar o arquivo "rar-eado" ou clique 70 vezes aí embaixo.

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dogg, curtindo muito tudo isso... ouvindo um show do Robbie Williams com a Kylie Minogue... juro que é verdade. A Kylie vyle o sacrifício.

sábado, 8 de janeiro de 2005

Antes de tudo isso aí embaixo, clique no sempre sorridente Venom e confira o novo texto do 'Zombieblog' lá no MdM. É uma pequena lista de fases que eu relançaria em edições encadernadas... se eu tivesse uma editora.


E não esqueça... o Monstro do Pântano é da DC... :P


Nós vimos!!



...o saldão de DVDs das Lojas Americanas. Três por sessenta reais. Em meio à turbulência etílica de final de ano, eu fiz questão de ir lá só pra adquirir essas três pérolas da carnificina hollywoodiana (que eu não tinha, é mole?). O fato de serem edições especiais também ajudou. O pior é que nesse lance de escolher apenas três, tive de sacrificar o clássico Era Uma Vez no Oeste (tsc) e a super-edição especial de A Identidade Bourne (tsc!!). Esses aí agora só no mês que vem (tsc!!!). Claro, se ainda estiverem lá (...).

Ah sim, eu já havia assistido essas versões especiais.



O Exterminador do Futuro traz um Schwarza até hoje impressionante. O mais legal é que a sua face jamais expressa qualquer emoção, mesmo quando está fazendo algum esforço físico. E isso não é tão fácil quanto parece (tenta socar alguém sem fazer aquela cara de mau). A sensação de frieza mecânica e ausência de alma fica ainda mais forte quando... ele torra as sombrancelhas (sério!).

James Cameron sempre teve fama de tough guy. Reza a lenda que ele é um verdadeiro sociopata workaholic dentro do set. Dizem até que ele fez o Ed Harris chorar, durante as filmagens de O Segredo do Abismo, de tanta pressão psicológica. Doido pra deixar pra trás o passado de Piranhas 2 (aquele, das assassinas voadoras), Cameron cometeu um filmão. E agora, com os extras reveladores, dá pra ver claramente que, já na época, ele tinha grandes planos para carreira do andróide assassino.

Todas as cenas inéditas são ótimas e me fizeram pensar em certos pormenores. Numa delas, a relutante Sarah Connor discute a lógica temporal com Kyle Reese, e lhe propõe explodir a sede da Cyberdyne (empresa que desenvolveu a tecnologia da Skynet) no intuito de impedir o apocalipse iminente. Reese responde dizendo que aquela não era a missão que ele havia recebido e portanto não poderia interferir nesta linha de acontecimentos. Será que os superiores de Reese sabiam da inevitabilidade da guerra (como sentenciou Jonathan Mostow em T3), ou apenas não queriam arriscar a existência de John Connor (afinal, Reese será o seu pai)? Vale lembrar que Cameron reaproveitou a idéia do atentado à Cyberdyne, no segundo filme.

Em outra cena, o logo da Cyberdyne aparece na entrada da fábrica em que o exterminador foi destruído. Logo em seguida, dois técnicos encontram um chip que fazia parte do CPU do exterminador e comentam que nunca haviam visto uma engenharia tão avançada. Ora, no segundo filme, ficamos sabendo que a Cyberdyne baseou todo o sistema da Skynet na tecnologia do chip e do braço intacto do exterminador - sendo que ambos vieram do futuro. Há um estranho loop temporal aí. Será que a Cyberdyne conseguiria criar Skynet se os restos do exterminador não tivessem sido encontrados? Será que a guerra só existiu em conseqüência da viagem temporal do exterminador e de Reese (se eles não tivessem voltado, chip não teria sido encontrado, a Cyberdyne não teria... etc)? E, o mais intrigante, se todas as repostas forem "sim", então o motivo original da guerra teria sido mesmo o visto em T3. Destruir a Cyberdyne jamais impediria a guerra (apenas adiá-la, como bem disse o exterminador), visto que o projeto foi readaptado pelo exército em seu sistema de defesa.

Agora, outra pergunta que não quer calar. No finalzinho de De Volta Para o Futuro, Marty McFly fica desesperado pra voltar para o presente a tempo de impedir a morte do Doutor. Aí ele lembra que tem uma máquina do tempo à sua disposição, e decide voltar alguns minutos mais cedo. Por quê, nas seqüências de Terminator, Skynet não decide enviar o T-1000 e a T-X para a mesma época do primeiro exterminador? Reese e Sarah não teriam chance contra eles. Por outro lado, a lógica de Skynet pode ter contabilizado o fracasso do primeiro exterminador como uma probabilidade (mesmo que ínfima) de fracasso para os novos exterminadores.

O filme ainda tem uma ponta de Bill Paxton, molecão. Ele é um dos punks posers que o exterminador detonou, logo no começo. Um lado ruim foi a constituição do DVD. As cenas excluídas não foram incorporadas ao filme e a entrevista com o Cameron não tem legenda em português, só em spanish. Não, não... eu até saco inglês coloquial sim. O problema é que Cameron fala muito, muito rápido, parece até um cigano repentista. Mas isso não tira o brilho de sua participação, principalmente no divertido bate-bola entre ele e Schwarza (cujo inglês é tão ruim quanto o meu!). Ah, e têm umas artes do filme feitas por Cameron, no disco de extras. O cara manda muito bem no traço!



O famoso Aliens, O Resgate. Acho que essa é a melhor continuação de todos os tempos (calma, eu também pensei em outras quatro antes de terminar a frase). Se não for, pelo menos é a primeira que me vem à mente sempre que eu penso nisso. Cameron estava inspirado na época e ainda resgatou (sem trocadilhos) vários elementos de Terminator. Michael "Reese" Biehn (o melhor ator de ação que não deu certo em todos os tempos), Bill Paxton (o mariner reclamão), uma protagonista forte, obcecada e líder nata (Sigourney Weaver, em paralelo com a futura Sarah Connor), e máquinas mirabolantes, como a empilhadeira/robô-gigante-de-seriado-japonês. Tudo aqui é maior, mais rápido e mais poderoso que no primeiro filme. Claro que, em termos de suspense, Alien - O 8º Passageiro (que na verdade, era o 9º) leva a taça Jules Rimet com folgas. Aliens, O Resgate é uma aula de como se faz um filme de ação emocionante. Hoje, o conceito de Hollywood sobre "filme de ação emocionante" tem algo a ver com CGI e trilha sonora rap. Muuuuito emocionante.

Os extras são nada menos que excelentes (e até melhores e mais importantes do que os de Terminator). Geralmente, quando se fala em "cenas excluídas", logo imaginamos seqüências mais toscas ou que destoam da regularidade do filme como um todo. Não é o que acontece aqui. As cenas são tão bem tramadas e produzidas quanto o resto do filme, e são tão absurdamente necessárias, que nem sei como pude viver até hoje sem elas. A edição da época foi bem sem-noção mesmo.

Numa das cenas, ficamos sabendo que Ellen Ripley deixou uma filha na Terra. Após 57 primaveras à deriva no espaço, ela descobre que sua filha faleceu há muito tempo. E assim fica explicado o apego imediato e a empatia quase materna que Ripley sentiu pela menina Newt. É uma cena de alto valor dramático e uma peça importante no argumento do filme. Dizem que esse corte deixou Sigourney Weaver muito puta com Cameron.

Desde a primeira vez que assisti à esse filme, ainda moleque, eu já sentia falta de alguma coisa entre a cena que Ripley fica sabendo do processo de terra-formação em LV-426 e a cena que Burke lhe conta que perderam o contato com a colônia humana. Sempre achei muito abrupto. Agora já posso dormir sossegado. A cena mostra um pouco do cotidiano da colônia humana (finalmente), e em seguida mostra Newt e sua família dentro de um veículo avistando a nave do primeiro filme. Seus pais saem para explorar e logo retornam com o pai de Newt desacordado, com um nojento face-hugger grudado na cara. Ótima seqüência.

Após ver essa cena, acabei chegando à uma conclusão (eu sou cheio das conclusões) em relação à Rainha. Recapitulando, os face-huggers saem de ovos (que também parecem ser organismos ativos independentes, visto que chocam apenas em momentos oportunos) e carregam um embrião alien para gestação em hospedeiros vivos. Esses embriões têm uma natureza simbiótica, pois absorvem traços da genética de seu hospedeiro (vide o alien-labrador de Alien³). Baseado nesse ciclo reprodutor complicadinho, concluo que o embrião que infectou o pai de Newt só pode ser de uma rainha. Se fosse um "zangão", ele jamais conseguiria subjulgar sozinho todos os humanos e levá-los à nave (que ficava a quilômetros da colônia) para serem infectados pelos face-huggers. Mesmo por quê, no filme, a Rainha e o ninho se encontravam na usina de terra-formação, dentro da colônia. E o quê eu quero dizer com isso? Que foi muito azar o pai de Newt ser infectado logo por uma rainha. Existe ainda uma outra possibilidade. Logo que Newt e seus pais voltaram com o face-hugger, os colonos resolveram averigüar a nave e, claro, também foram contaminados um a um - o que teria sido de uma burrice sem precedentes.

Por último, foi mesmo uma "pena" aquela explosão nuclear do final. O raio de destruição foi acima dos 30km, o que deve ter pulverizado a nave alienígena. Seria interessante saber mais sobre ela, seus tripulantes (alguma raça inteligente), e o quê diabos ela fazia com tantos ovos de alien estocados. Pode ser que haja mais sobre a raça dos aliens do que soubemos até agora.

Esse DVD recebeu uma montagem maravilhosa. Todas as cenas excluídas foram incorporadas ao filme e entre o material extra, estão os sensacionais designs de arte concebidos por H.R. Giger. Infelizmente, o ramo de legendagem em português deve estar passando por uma grave falta de mão-de-obra. Os extras estão lá, lindos e maravilhosos, mas apenas no idioma do Capitão América. The book is on the table.



Sempre quis saber mais sobre os bastidores da produção de Robocop, que é um filme tecnicamente bem intrincado. Descobrir como foram criadas as concepções e qual o tipo de abordagem. Era mesmo aquilo que eu já suspeitava e que havia lido por aí. O Tira-Robô é um mix tecno de Batman, guerreiro samurai e navy-seal. Um super-herói no sentido mais puro e trágico da palavra. A diferença é que ali não houve adaptação de nada, o que é incomum. O Robocop já nasceu do modo mais difícil, que é na telona (e em grande forma, o que é mais difícil ainda). O filme é talvez o maior símbolo do cinema de ação americano dos anos 80. Violência pesada e caricatural, clima de quadrinhos, críticas sociais profundas como um cuspe (mas bem sarcásticas) e bastante simbolismo maniqueísta.

E Robocop funciona bem até hoje, com ou sem trocadilho. Peter Weller até que fez alguns filmes bem legais após esse (como Loucuras de um Divórcio e Poderosa Afrodite), mas com certeza o ciborgue foi o papel de sua carreira. Esquisito saber que o "papel de sua carreira" exigiu dramaticidade zero, mas fazer o quê né. Mais esquisito ainda é vê-lo hoje, bem envelhecido, no recente Devorador de Pecados (com Heath Ledger). Já Nancy Allen sempre teve uma carreira discreta, mas não se engane. Tendo outras atividades, ela nunca priorizou a profissão de atriz, mas sempre fez ótimos filmes extra-Robocop (como Vestida para Matar e, mais recentemente, Irresistível Paixão, aonde ela mostra que ainda pode desfilar de baby-doll sem fazer feio). Eu sempre achei que jamais veria Kurtwood Smith (o malvadão Clarence Boddicker) com outros olhos. Me enganei feio, pois ele é simplesmente impagável no seriado That's 70's Show (ainda existe?). Quanto aos chefões da poderosa Omni, eles ainda hoje continuam relevantes. Miguel Ferrer (o Bob Morton), Ronny Cox (o Dick Jones) e Daniel O'Herlihy (o velhão presidente-sênior) são, respectivamente, Boninho, Irineu Marinho e o cérebro de Roberto Marinho conservado em nitrogênio, decidindo o futuro da humanidade.

Robocop é filme-gol olímpico. E quem bateu o escanteio foi o diretor holandês Paul Verhoeven. Seu estilo único tem uma dinâmica seca e direta, repleto de violência cinética e um humor negro ultra-corrosivo (pelamordeDeus, pára de ler isso e vai logo assistir Conquista Sangrenta, filme que ele dirigiu em 85, com um Rutger Hauer no auge). Verhoeven foi elogiado por gente muito boa, como Martin Scorcese - uma de suas influências confessas. Teve lá os seus tropeços, e agora, com o atual estado babaca-infantilóide do cinemão pop, o espaço para a sua arte gráfica e refinada será cada vez menor. Pena.

As cenas excluídas não tiveram sua produção finalizada, e apesar de interessantes, não fazem lá muita falta (uns comerciais caóticos na TV, uma entrevista com Bob Morton e Robocop, e uns diálogos pueris). O legal mesmo são o making of (sem legendas em português, mas cheio daquelas maquetes que eu queria ter pra mim), os story-boards e a concepção dos designs.


O BEIJO TIFÓIDE



Sabe, um filme assim não pode ser ruim. Mas deixando a admiração pela natureza de lado, Elektra terá alguns pontos ao seu favor. O diretor Rob Bowman é confiável, já fez dois filmes de ação bons e sem muita frescura (Arquivo X e Reino de Fogo), e o melhor... ele não é nenhum estreante clipeiro, como as dezenas que andaram destruindo filmes promissores por aí. O filme também traz o bem-vindo advento de misticismo e poderes ocultos, o que muito me agrada. Os efeitos especiais estão bonitos (sim, bonitos) e funcionais - ao menos os que constaram no trailer. Além do mais, o venerável Terence Stamp (o eterno General Zod) está lá, como um perfeito Stick. E tem a Jennifer Garner... ela não se parece com a ninja grega, mas é boa atriz, e já no filme do Demolidor deu pra ver que ela pegou o espírito da personagem.

E tem o beijo né... :)


A MALANDRAGEM DE DARTH ZOMBIE



Há. Ontem (7/1), o site thepsychotic.com liberou um lote de imagens promocionais de Star Wars: Episode III - Revenge Of The Sith, mas pouco depois elas foram interceptadas pelos cruzadores imperiais (George Lucas deve ter um Olho de Mordor à sua disposição). O legal é que apenas os links foram quebrados e abrindo o código-fonte, vi que os arquivos ainda não foram deletados do endereço. Até quando vão durar lá eu não sei, portanto...

Algumas das imagens já são bem conhecidas, como essas do General Grievous (sensacionais!). Também tem o primeiro vislumbre dos planetas Kashyyyk, Alderaan, Mustafar e Utapau (putz... depois do Count Dooku, agora isso... o português tem sido inglório com a nova fase de Star Wars). Pra saber qual é qual é só ler o nome do arquivo (dãã).

É sempre bom usufruir dessas coisas sem precisar pagar. Clique nas imagens para ampliá-las e conheça o Lado Malandro da Força. :)
































dogg, esperando o telefonema dos advogados da LucasFilm, ao som de Highway To Hell... yêê!