quarta-feira, 19 de janeiro de 2005

A GAROTA DO FANTÁSTICO


Bom, não posso dizer que superou as minhas expectativas, pois elas já estavam bem altas, confesso. Para mim, um longa do Quarteto Fantástico sempre foi mais fácil de se imaginar do que um dos X-Men, por exemplo. A linguagem pop movida à conceitos tecnológicos e o irresistível espírito de aventura sempre clamou por uma versão cinematográfica. É o mesmo mix que fez a fama de filmes como Os Caça-Fantasmas e De Volta Para o Futuro, em dois exemplos de extrema felicidade (e que eu não estou dizendo que seja o caso... mas tomara). Se tudo der errado, pode esperar por um novo Perdidos no Espaço - o que eu não acho que vá acontecer, talvez por mera fé cega, com toda a margem de decepção que isso traz de brinde.


Seja lá como for, agora, com o ótimo teaser em sua versão oficial, dá pra notar que vem algo promissor por aí - ao menos no que diz respeito à diversão. O efeitos são de ponta, os quatro fantásticos estão... fantásticos (exceção feita à Alba Storm, que está... incrível), o Dr. Destino está sinistro como nas HQs (pena que aparece rápido) e um detalhe muito interessante foi a trilha com "Counting Bodies Like Sheep To The Rhythm Of The War Drums", do grupo A Perfect Circle, que começou a rolar a partir do acidente espacial (pra quem conhece, sabe que isso foi fantasticamente foda).


É torcer pra que o diretor Tim Story honre seu sobrenome, com trocadilho fantasticamente ruim e tudo. E que site oficial mais pesadinho hein?! Putz.


A SUPREMACIA BYRNE


John Byrne merecia um Eisner pelo conjunto da obra. Poucas pessoas produziram tanto quanto ele e com um nível tão alto de qualidade. Livre da sombra de Chris Claremont (o Bendis dos anos 80), Byrne alçou vôos bem mais altos, lançando mão de um talento indiscutível como argumentista. Até a metade dos anos 90, Byrne trabalhou em quase todos os personagens de destaque da Marvel e, destes, ele livrou boa parte de alguma fase ruim. Foi assim com os Vingadores, com o Hulk, com a Tropa Alfa, com a Mulher-Hulk, etc. Mas a primeira vez que vi o Byrne "solo", desenhando e escrevendo primorosamente após o furacão Saga da Fênix Negra, foi nas histórias do Quarteto Fantástico.


Com um senso de humor bem cínico, vilões cavernosos, grandiosidade épica, bastante adrenalina e aquele climão de ficção-científica (que, por sinal, anda em falta no Quarteto de Mark Waid), ele valorizou todos os elementos que fizeram a equipe tão característica (pra não dizer "fantástica"). Claro que alguns mal-costumes marcaram presença, como a mania de inserir metalinguagem nas aventuras (ele mesmo, o Byrne, na história... no papel de John-Byrne-desenhando-o-Quarteto...). Pior que isso, só os editores nacionais da Abril: para fazer as vezes de editor-chefe da Marvel, ninguém menos que o famigerado Figa, aquele que decepava 50 páginas em uma história de 30. Felizmente, isso não chegava a atrapalhar, pois era só ignorar a "presença" do autor. Mas fiquei bem curioso pra saber se a esposa do Byrne na vida real é mesmo aquela coisinha maravilhosa que ele rabiscou.


A maior parte dessa fase de Byrne comandando o Quarteto foi publicada na revista do Homem-Aranha (provando que as HQs daquela época eram bem mais imperdíveis do que as de hoje), e um dos arcos mais bacanas que eu li foi da edição #66 a #68. Começa com o Doutor Destino reconstruindo a Latvéria e recrutando Tyros (ex-Terrax, arauto de Galactus, aqui totalmente overpowered) com o objetivo de destruir o Quarteto, que não tem Reed Richards, mas tem o Surfista Prateado. Logo, a maior especialidade de Byrne dá as caras: as pancadarias federais no meio de uma grande cidade que, em poucos instantes, fica totalmente arrasada. Aliás, Destino fica numa situação pra lá de embaraçosa no final. Logo na seqüência (praticamente soldada nessa história), os remanescentes do Quarteto, com a ajuda do Vigia Uatu, partem em busca do desaparecido Richards. Participações mega-over-empowered de Galactus, Odin e Eternidade.

Clique do Vic Doom aí embaixo pra baixar o pacotão (18,8MB). Ah, e paciência com esse servidor, ok? Às vezes ele dificulta a vida de quem não é assinante. :P

Scans by: doggma (link expirado há muitos éons)



Na trilha: Of The Son And The Father, do Astral Doors, um dos melhores álbuns de 2004.

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