Que Star Wars nem sempre viveu de spin-offs do nível de Clone Wars e Rebels até minha avó sabe. E que Star Wars Holiday Special, a produção televisiva de 1978, era uma tranqueira ridicularizada até pelos heróis da franquia. O que não tinha era uma noção exata dos pormenores da criatura.
Nesse aspecto, A Disturbance in the Force promete uma autópsia minuciosa...
O doc é dirigido por Jeremy Coon e Steve Koza e ainda não tem data de estreia definida. Mas, como bom louco por histórias de bastidores de produções desastrosas, já quero ver isso pra ontem!
Ah... e feliz Natal para todos, antes que cancelem.
Ops, tarde demais.
domingo, 22 de novembro de 2020
quarta-feira, 18 de novembro de 2020
O Artista
Não há casa em Game of Thrones tão impiedosa quanto a casa dos 40. Baque geracional é tenso. Não bastasse o absurdo de ver por aí jovens adultos nascidos no século 21 (e se referindo à cultura pop dos anos 80/90 do mesmo modo arqueológico como nos referíamos à cultura pop dos anos 60/70), nos tornamos suscetíveis a uma nova miríade de reflexões. Sem perceber, começamos a atravessar a temível fase de buscar o Significado de Tudo®.
E aí vai um conselhinho na faixa: jamais a subestime. Ainda mais em tempos de quarentena (mesmo meia boca), com todo o tipo de soturnidades que assolam os pensamentos.
Claro que esse longo acerto de contas com o passado tem um espaço generoso reservado à figura paterna. Hoje sou mais um daqueles pobres sujeitos que lacrimejam ao ouvir "Father and Son" (mentira, choro em bicas com ela há pelo menos uns 15 anos). Então, meu coração não poderia ter ficado mais amolecido com o tocante trecho de uma entrevista publicado nas redes oficiais do genial e saudoso Flavio Colin.
Palavras francas e incrivelmente generosas do velho mestre.
E as notas de amarga resignação me trouxeram identificação imediata. Para muitos outros também, imagino. Matutando a respeito, cheguei a lembrar de um momento de Bastidores da Comédia (Comedian, 2002), doc resenhado aqui em tempos idos sobre a volta do Jerry Seinfeld ao circuito de apresentações stand-up. Inclusive, está disponível na Netflix.
Na cena, o humorista iniciante Orny Adams fala das pressões sociais e familiares que sofre por causa de sua carreira artística. O veterano Seinfeld então conta uma história esclarecedora.
Vida de artista cansa. E nem precisa ser artista. Como dizia o Bardo, "o mundo é um palco..."
E aí vai um conselhinho na faixa: jamais a subestime. Ainda mais em tempos de quarentena (mesmo meia boca), com todo o tipo de soturnidades que assolam os pensamentos.
Claro que esse longo acerto de contas com o passado tem um espaço generoso reservado à figura paterna. Hoje sou mais um daqueles pobres sujeitos que lacrimejam ao ouvir "Father and Son" (mentira, choro em bicas com ela há pelo menos uns 15 anos). Então, meu coração não poderia ter ficado mais amolecido com o tocante trecho de uma entrevista publicado nas redes oficiais do genial e saudoso Flavio Colin.
Palavras francas e incrivelmente generosas do velho mestre.
E as notas de amarga resignação me trouxeram identificação imediata. Para muitos outros também, imagino. Matutando a respeito, cheguei a lembrar de um momento de Bastidores da Comédia (Comedian, 2002), doc resenhado aqui em tempos idos sobre a volta do Jerry Seinfeld ao circuito de apresentações stand-up. Inclusive, está disponível na Netflix.
Na cena, o humorista iniciante Orny Adams fala das pressões sociais e familiares que sofre por causa de sua carreira artística. O veterano Seinfeld então conta uma história esclarecedora.
Vida de artista cansa. E nem precisa ser artista. Como dizia o Bardo, "o mundo é um palco..."
domingo, 15 de novembro de 2020
Mural da vergonha
Ok, podia colocar a culpa na euforia deste dia de "festa da democracia" e na quantidade obscena de latões de Ecobier matadas logo após o dever cívico (e todo mundo sabe que cervejas ficam 300% mais deliciosas durante a lei seca), mas a verdade é uma só: sou um verme.
Como parte confessa do problema e um maldito corrompido pelo sistema, só me resta apelar a alguns atenuantes.
Os 25% de alívio do último dia da Esquenta Black foram um anzol magnético. E mesmo já possuindo quase todo o material do omnibus na complicada e perfeitinha Os Maiores Clássicos do Quarteto Fantástico, as Marvel Team-Up #61-62 e Marvel Two-in-One #50, inéditas na defunta supracitada, protagonizavam meus pesadelos mais completistas.
Causa e circunstância, seu juiz. Mantido, espero.
Próximo capítulo: "sou uma vítima da genialidade do John Byrne dos anos 80."
Como parte confessa do problema e um maldito corrompido pelo sistema, só me resta apelar a alguns atenuantes.
Os 25% de alívio do último dia da Esquenta Black foram um anzol magnético. E mesmo já possuindo quase todo o material do omnibus na complicada e perfeitinha Os Maiores Clássicos do Quarteto Fantástico, as Marvel Team-Up #61-62 e Marvel Two-in-One #50, inéditas na defunta supracitada, protagonizavam meus pesadelos mais completistas.
Causa e circunstância, seu juiz. Mantido, espero.
Próximo capítulo: "sou uma vítima da genialidade do John Byrne dos anos 80."
sexta-feira, 13 de novembro de 2020
Sextou 13!
Friday The 13th Saturday Morning Cartoon
It's Jason and Friends. What if Friday the 13th, at the height of the franchise’s popularity in the ’80s, had been turned into an animated series for kids? Hey, it was a crazy time. Anything was possible.
Publicado por 𝐕𝐇𝐒 𝐖𝐀𝐒𝐓𝐄𝐋𝐀𝐍𝐃 em Terça-feira, 4 de agosto de 2020
Hora de diversão para toda a criançada!
segunda-feira, 9 de novembro de 2020
Os Velhos Mutantes
Nas HQs, os Novos Mutantes enfrentaram sagas espetaculares e monumentais, mas nenhuma comparada à saga de sua 1ª adaptação para o cinema. Os Novos Mutantes é sério candidato ao hall (hell?) dos filmes com bastidores turbulentos – um seleto clube onde se encontram preservados em carbonita O Portal do Paraíso (1980), Street Fighter (1994), A Ilha do Dr. Moreau (1996), Os Chefões (1996) e Quarteto Fantástico (2015), entre outros diamantes do ego humano. Porém, ao contrário destes, a culpa não é do diretor Josh Boone, mas é das estrelas (ah, essa foi boa, vai): a produção, que teve início oficial em julho de 2017, sofreu mudanças de direcionamento após o sucesso de It, ganhou refilmagens para reforçar os aspectos de terror, foi parar na geladeira após a aquisição da Fox pela Disney, teve vários cortes do estúdio até o derradeiro, em que o cineasta o deixou mais próximo de como foi idealizado originalmente, e sua data de estreia foi adiada só Deus sabe quantas vezes.
Ah, e teve a pandemia.
Amém.
Com esse perrengue todo, surpreende que o filme consiga entregar uma boa horinha e meia de distração – nada que corresponda à expectativa gerada por aquele longínquo 1º trailer, porém. No geral, forma e conteúdo remetem a um típico piloto de série nos padrões atuais.
Um pouco disso é pelo timing há muito perdido para a invasão dos super-heróis pelo streaming nos últimos anos. Outro pouco pelos flutuantes valores de produção sambando pra deixar tudo mais ou menos nivelado. E outro pouquinho pelo roteiro um tanto fugaz, escrito pelo próprio Boone e por Knate Lee, esticando a trama adaptada da clássica Saga do Urso Místico, de Chris Claremont e Bill Sienkiewicz, enquanto atira umas migalhas ao incerto futuro da franquia.
O primeiro terço da história é conduzido por Danielle Moonstar (Blu Hunt), uma jovem nativa Cheyenne que perdeu o pai e todos de sua reserva em um terrível desastre. Acolhida por um abrigo dirigido pela Dra. Cecilia Reyes (Alice Braga), Danielle descobre que tem o gene mutante e está no, por assim dizer, "desabrochar" de sua mutação (existem metáforas mais sutis). Ela também descobre que não é a única nessa situação: estão lá os internos Rahne Sinclair (Maise Williams), Illyana Rasputin (Anya Taylor-Joy), Sam Guthrie (Charlie Heaton) e o brasileiro¹ Roberto da Costa (o brasileiro² Henrique Chagas Moniz de Aragão Gonzaga... ou simplesmente, Henry Zaga). Isso sem contar o mal que começa a rondar poltergeisticamente pelas instalações.
Como se vê, qualquer peso-galo em terror e ficção-científica já consegue matar todas as charadas do filme só de ler esse plot. Nesses termos, quem esperava um êxtase roteirístico vai fechar o app com sensação de punheta/siririca mal batida. Mas Boone consegue temperar bem esse arroz-com-feijão (putz, perdi a fome) e – aí vai a principal qualidade de Os Novos Mutantes – ainda é bastante ajudado pelo competente elenco, mesmo com todas as constrições e a limitadíssima dinâmica do roteiro.
O brit Charlie Heaton (de Stranger Things) faz uma interessante composição de Sam Guthrie/"Míssil", com um sotaque carregadíssimo do Kentucky. A sempre carismática Taylor-Joy se diverte como a arredia Illyana/"Magia", mesmo com a ingrata missão de ressignificar o dragãozinho Lockheed para o filme. Faltou algum sotaque para a russinha, mas aí já é pedir demais. A estreante californiana Blu Hunt foi uma bela surpresa, juntamente com a excelente Maise Williams (Arya!). A química entre "Miragem" e "Lupina" é, fácil, a melhor coisa do filme, junto com as culpinhas católicas da última.
Já Alice Braga, completamente engessada pelo enredo, exercita uma canastrice nunca antes vista na filmografia da atriz nem aqui, nem em Roliúdi. Faz parte. O que me leva ao brasiliense Henrique Ch... digo, Henry Zaga. Mezzo toy-boy, mezzo alívio cômico, o rapaz esteve em meio a uma controvérsia relacionando o seu Roberto/"Mancha Solar" à prática de whitewashing, o que não poderia estar mais longe da verdade.
De fato, seu casting pode ser o início da quebra de um antigo paradigma que retrata brasileiros invariavelmente como afrodescendentes. Ora, sempre fomos a Pangeia II, a Krakoa adormecida. Além de afrodescendentes, somos nativos indígenas, asiáticos, italianos, alemães, árabes, israelitas, acreanos e por aí vai. Aceitamos até argentinos. Lado a lado ou misturados. E vice-versa.
Nitidamente, faltou ao filme uns trinta minutos a mais para desenvolver melhor o cenário. Afinal, esse núcleo tem alguns dos personagens mais ferrados que vejo em muito tempo. Todas as bagagens pessoais ali são pesadaças e tinham um potencial de assalto psicológico nível Trilogia-Corpo-Fechado-encontra-Penny-Dreadful-e-tomam-um-porre-no-Bar-Zeitgeist-2020.
Mesmo o verniz de terror prometido nas promos é tênue, talvez para não assustar a PG-13zaiada. No fim, acaba lembrando uma versão ainda mais diluída de Aterrorizada, aquele John Carpenter light de 2010.
Spoiler devagar, spoiler bem devagarinho
Incomoda ver a Dra. Reyes dando conta sozinha do complexo, de todo o perímetro e de cinco mutantes. Mesmo com seu poder, impraticável. Ainda mais depois que é revelado que o projeto é bancado pelo Nathaniel E$$ex.
Aliás, exterminar uma possível mutante Ômega por representar extremo perigo? Ora, Sr. Sinistro do filme, tire essas fitas pretas que você não merece...
Fim do spoiler devagar, spoiler bem devagarinho
Em que pese a empolgação dos garotos nas cenas de ação e o escopo gigantesco do último ato, a coisa acaba esbarrando no teto baixo do orçamento. Então, tirando por menos a montagem enche-linguiça e a falta de traquejo do diretor com a pancadaria super-heróica, posso dormir tranquilo após afirmar que o quebra final é satisfatório.
E que o Urso Demônio é quase aquilo que sonhei em adoráveis pesadelos sienkiewiczianos...
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sexta-feira, 6 de novembro de 2020
O pai da invenção
Esquadrinhar a vida, a obra, a genialidade e a transgressão do signore Frank Vincent Zappa é impossível para uma produção de duas horas. Para arranhar a lataria, seriam necessárias algumas temporadas de uma série padrão HBO. Enquanto isso não acontece, Zappa parece ser um ótimo aperitivo. E ainda periga ser o documentário musical mais necessário de 2020.
Só esse trailer já me abriu um sorriso de uma orelha cansada até a outra orelha cansada.
Zappa é escrito, produzido e dirigido por Alex Winter (o Bill, dos filmes da série Bill & Ted), que é curtista e documentarista de longa data. Pelas cenas, dá para ver alguns highlights obrigatórios: a obsessão com a teoria musical, a fase The Mothers of Invention, os shows surreais, a iconoclastia sem prisioneiros, a briga histórica com a PMRC e o ativismo político, quando já alertava para o perigo de um estado democrático se tornando uma "teocracia fascista".
Claro, é só a ponta do iceberg. O terrível incidente em Montreux (a mais famosa citação da História do Rock), o atentado quase fatal que sofreu durante uma apresentação em Londres apenas seis dias depois, a amizade com o presidente (e fã) da antiga Tchecoslováquia e por aí vai. Tudo isso já se encontra do excelente doc Eat That Question: Frank Zappa in His Own Words (Thorsten Schütte, 2016), obrigatório para quem se interessa minimamente pela cultura pop e pela política do século 20 e como elas estão ligadas ao cenário atual. O longa é recheado de trechos de shows, entrevistas raríssimas e filmagens de arquivo até então inéditas – o que me deixa com o pé atrás com a mesma oferta sendo vendida no trailer de Zappa.
Olha lá, Bill...
Só esse trailer já me abriu um sorriso de uma orelha cansada até a outra orelha cansada.
Zappa é escrito, produzido e dirigido por Alex Winter (o Bill, dos filmes da série Bill & Ted), que é curtista e documentarista de longa data. Pelas cenas, dá para ver alguns highlights obrigatórios: a obsessão com a teoria musical, a fase The Mothers of Invention, os shows surreais, a iconoclastia sem prisioneiros, a briga histórica com a PMRC e o ativismo político, quando já alertava para o perigo de um estado democrático se tornando uma "teocracia fascista".
Claro, é só a ponta do iceberg. O terrível incidente em Montreux (a mais famosa citação da História do Rock), o atentado quase fatal que sofreu durante uma apresentação em Londres apenas seis dias depois, a amizade com o presidente (e fã) da antiga Tchecoslováquia e por aí vai. Tudo isso já se encontra do excelente doc Eat That Question: Frank Zappa in His Own Words (Thorsten Schütte, 2016), obrigatório para quem se interessa minimamente pela cultura pop e pela política do século 20 e como elas estão ligadas ao cenário atual. O longa é recheado de trechos de shows, entrevistas raríssimas e filmagens de arquivo até então inéditas – o que me deixa com o pé atrás com a mesma oferta sendo vendida no trailer de Zappa.
Olha lá, Bill...
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quarta-feira, 4 de novembro de 2020
Uma vampira francesa em Pittsburgh
Curto demais essa pérola do John Landis. Fazia tempo que não reassistia. A trama cruzando máfia com vampiros, o veterano Robert Loggia se divertindo horrores com a sanguinolência e a maravilhosa Anne Parillaud (a eterna Nikita) aparecendo como veio ao mundo logo nas primeiras cenas...
domingo, 1 de novembro de 2020
😷 😷 😷 😷 😷 😷 Retrospec Outubro/2020 😷 😷 😷 😷 😷 😷
Finis. End. Fin. Fine. Ende. E aqui a tag Retrospec é arquivada indefinidamente como "missão cumprida".
Foi divertido fazer, mas muito menos divertido do que no início (desse ano, para ser mais exato). Ainda assim, pretendia seguir com ela até dezembro, para efeito estético. E a de outubro estava na ponta da agulha, mas preferi passar.
Como toda boa conspiração, os motivos foram variados, entre os quais...
- Excesso de notícias ruins. Um mês que tem as partidas de Eddie Van Halen, Johnny Nash (no mesmo dia!), Zuza Homem de Melo, do grande Cecil Thiré, de Tony Lewis (The Outfield) e Conchatta Ferrell (a inesquecível Berta) não é para fracos, mas terminar com Sean Connery emendando no dia seguinte com a passagem do bem humorado Tom "Louro José" Veiga já é sacanagem. Porrada demais para reviver masoquisticamente ao fim de cada mês.
- O atual cenário do mercado brasileiro de HQs. Preços hiperinflacionados, predomínio de formatos luxuosos, deficiências corriqueiras de tradução/revisão e aberrações como as 66 páginas não traduzidas do Omnibus de Conan, o Bárbaro com direito a emenda pior que o soneto. Todo mês dava pra montar um Retrospec só dessas coisas.
- O Novo Blogger. Da mesma forma que Twitter, YouTube, Facebook e outros alteraram drasticamente suas interfaces e funcionalidades – ficando todos muito parecidos, o que me leva a algumas suspeitas – o Blogger já vinha disponibilizando o novo formato de forma opcional até sua implementação definitiva, em setembro último. Para driblar a imposição e seguir utilizando o antigo esquema, durante algum tempo a url "LegacyBlogger=true#allposts" foi a salvação. Pelo menos até o dia 4 de outubro, quando foi eliminada. Escrever no Blogger hoje é brigar o tempo inteiro com formatações automáticas e lidar com duas ou três vezes mais cliques do que antes. Daria pra contornar alguma coisa na edição do html dos posts, se você estiver disposto a encarar o pavoroso novo html do Blogger. O da imagem acima equivale a um post do tamanho deste, por exemplo. Imagina o de um Retrospec. Ou de um Zombie de Ouro.
Hora de repensar o BZ. Sua missão, com certeza, já foi cumprida há tempos...
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