Quando foi publicada pela
Panini em agosto de 2022,
Supergirl: Mulher do Amanhã foi direto para a lista completa-carrinho – também conhecida como zera-frete. O que foi indigno e burro da minha parte, não precisa me informar. O megahit de
Tom King e da talentosíssima
Bilquis Evely não apenas varreu o mundo em velocidade
warp, como será a base do filme solo da heroína no DCU do James Gunn. É uma Genki Dama de moral quadrinhístico.
Isso me deixou tranquilo para empurrar a aquisição com a barriga por mais uns bons 4 meses. Procrastinei por mais uns 2, com a
mini ainda hypadaça e, teoricamente, hors concours no catálogo.
Até que um dia resolvi ensacolar e
voilá:
Produto indisponível.
"Sem problema", pensei errado.
"Vou à caça e resolvo rapidinho", permaneci no erro.
Da noite pro dia, o encadernado evaporou da web. Esgotou em todas as lojinhas e sebos online, varejistas, marketplaces e até nos maloqueiros deviantes da OLX. Na verdade, só encontrei um único exemplar à venda na Shopee por módicos 310 lulas + frete. Só 227% em cima do preço de capa –
o anúncio continua lá.
O jeito foi ativar a notificação no site da Panini, sentar e esperar. Mesmo que isso tenha o efeito de uma supernova na bioquímica de um verme colecionador. E após as sagas homéricas para botar as mãos em
O Evangelho Segundo Lobo,
Hellboy: Edição Gigante e os dois
John Constantine, Hellblazer da Denise Mina, isso seria só mais um passeio no parque. Bom... nem tanto.
Quase 1 ano de espera e nada. O departamento comercial da Panini claramente se inspirou na "estratégia" da HQM no auge da febre
The Walking Dead. Mas pelo menos me deu a chance de acompanhar em 1ª mão uma dessas anomalias que testemunhamos de vez em quando em compras online.
Primeiro. nunca subestime a
Estante Virtual. Já encontrei relíquias a preço de banana por lá e fui prontamente ressarcido em eventuais BO's. Sempre munido, claro, com a tal da paciência. É basicamente logar, fazer a busca do Graal e pressionar F5 ao menos umas duas vezes por dia. Mágicas acontecem. Dessa vez, não foi diferente.
Da noite pro dia², magicamente surgiram 20 anúncios de
Supergirl: Mulher do Amanhã por quase a metade do preço original (94,90). E o mais interessante...
...pelo
vendedor Editora Panini.
Ora, já comprei produtos esgotados no site da Panini até por sua conta oficial no Mercado Livre – o que ainda acho esquisito, por desviar tráfego de sua própria loja online e por se tratar de uma plataforma de vendedores, em sua maioria, informais. Mas nunca por preços abaixo de sua tabela. Essa já uma nova modalidade de esquisitice.
Antes mesmo que pudesse jogar o gibi no carrinho, outra reviravolta: o sininho de notificações dá notícias, após uma volta completa em torno do Sol.
Reiterando, isso aconteceu basicamente no mesmo minuto (lembra do F5 psicótico?). Que Olavo de Carvalho renasça das cinzas se eu estiver mentindo.
Respirei fundo e fechei a compra – na E$tante, lógico. Mas antes fiz uns prints para a minha própria sanidade mental. Aqueles 1.100 lulas (e 80 cents) não iriam passam batidos.
Após tantas kryptonitas pelo percusso, Kara chegou voando em Mach 5. Ficaram as dúvidas, mas cavalo (quase) dado não se olha os dentes. Mesmo que seja o
Cometa.
E
Supergirl: Mulher do Amanhã, neste exato momento, voltou ao seu status anterior. Sumiu da internet. Mais uma vez.
Como se tudo não tivesse passado de um sonho de verão. Realismo mágico é isso aí.