terça-feira, 19 de junho de 2007

VOCÊS QUE FAZEM PARTE DESTA MASSA


E lá estava eu, há uns dez anos atrás, comprando um Aiwa NSX 520, junto com quatro amigos do escritório que optaram por outros modelos da mesma marca. Meu primeiro aparelho de som de gente grande. Que sonzeira porrada sensacional. Até que enfim eu ia ouvir o Back in Black num volume decente. Nem imaginava que após seis maravilhosos meses, o micro-system dos meus sonhos seria possuído pelo demo.

Nunca vi um carrossel de CDs girar tanto. Parecia que ia levantar vôo. E o display, outrora tão muderno, virou um estroboscópio epiléptico. Poltergeist digital. Idas às autorizadas viraram uma constante. Mal passavam duas semanas do exorcismo e logo ele estava lá, abrindo e fechando o carrossel à revelia, girando em sentido horário, anti-horário e arranhando CDs novinhos que ficavam atravancados entre um prato e outro. Só se salvou o sistema de som, com propagação impressionante e realmente pauleira. Fora isso, era só Raiwa.

Os aparelhos dos meus colegas também apresentaram os mesmos sintomas de infecção, em idêntico ou maior grau. Ouvi muitos outros infelizes proprietários reclamarem também. Corria uma lenda dizendo que aquele lote de aparelhos estava bichado. Acho que foi a maior rasteira em massa já aplicada no mercado. Após uma saga tragicômica de idas e vidas em autorizadas, migrei exausto e conformado para outras praias, deixando pra trás aquele que um dia foi sinônimo de apuro sonoro. Mas não totalmente: ainda tenho o maldito até hoje, exclusivo para o som do PC. É o meu demônio na garrafa.

Só agora fui saber que os aparelhos Aiwa foram fabricados no Brasil pela CCE, durante o período 1996-2002. Ora puxa. Isso explica muita coisa. A reputação da Cansei de Comprar Errado nunca foi das melhores e nem em mil anos ia imaginar que existisse tal conexão sórdida. Seja como for, depois da recente compra da "Áiua" pela Sony, a famigerada marca japonesa ganhou mais uma chance de sobrevida.

Por muito pouco, meu aparelho escapou de ter este destino pelas minhas mãos, sorte não compartilhada por uma impressora Epson matricial e um videocassete JVC, devidamente pulverizados no paredão.


NÓIS BALANÇA MAS NUM CAPOTA


Começou a segunda temporada do Área Azul, projeto não virtuoso na regularidade, mas referência na destreza, inteligência, sagacidade, modéstia e na arte de terminar não explicando porra nenhuma.

No target desta vez, Heroes, a aclamada série super/dramática da NBC. Pra quem curtiu a geral na primeira fase publicada anteriormente pelo Fivo (que deve ter um TiVo), obrigatório.

E viu o último episódio? Rapaz...

12 comentários:

Anônimo disse...

o ultimo epi de heroes é uma droga, me senti sendo enganado... aff... tudo pra tornar as coisas um pouco mais comerciais não é mesmo....

Sandro Cavallote disse...

Que montagem mais mequetrefe... :)

Anônimo disse...

Conserta, Conserta e Estraga...

Vou dar um pulo na Área Azul.

Alcofa disse...

hauhsuhrduahuahauha, relembrei de várias "destruições" de aparelho cometida por mim ao ler este texto. nunca documentei nada como o cara das fotos (dar voadoras no som na praia foi hilário), mas já destruia marretadas um som e um videocassete tbm.

Sandro Cavallote disse...

MdM, cara... não tô acreditando!

Philipe disse...

Linkei seu blog no Mundo Gump.
www.mundogump.blogspot.com

hazzamanazz disse...

doggma, eu se fosse você não ficaria muito animado: mesmo no Japão, Aiwa é considerado som de segunda linha - ou como os marketeiros gostam de dizer, "entry level".

Provavelmente a Sony comprou a marca ou para acabar com a concorrência, ou para ter um produto no mercado de baixo custo, podendo assim reposicionar o seu e cobrar mais por isso.

[ ]'s

:[marz]: disse...

Meu maior problema com som foi com a própria Sony, muito parecidos com os que você descreveu com seu Aiwa.

Aliás, eletronicos em geral são todos uma porcaria só.

:[marz]: disse...

Esqueci de perguntar: a gente se conhece pessoalmente?

Kalunga disse...

Salve Doggma!!!

Rapaz, teve um amigo meu que também adqüiriu um Aiwa desses justamente no período citado, eu me lembro de ir na casa do cara, ele todo feliz que finalmente iria botar p/ tocar os sons que a gente ouvia tomando todas antes do rock (o famoso "Rock Motorhead") num aparelho decente (ele tinha um Gradiente jurássico cujo cd-player não tocava mais nada e o vinil parecia fritar...), só que o dito cujo começou a dar pau - igualzinho ao seu! - três meses depois. Rapaz, era um troço de louco, eu mesmo não levava meus CDs p/ tocar na parada, depois que um disco meu do Biohazard ("State of World Address", novinho, importado, edição limitada c/ a logo da banda impressa na capinha plástica fluorescente) foi, literalmente, comido pelo faminto Aiwa. Aí vc me poista aqui a informação verdadeira, de que estes aparelhos eram fabricados aqui no Brasil pela C(onserta) C(conserta) E(straga)?!? Caralho! Agora as coisas fazem sentido hehehehe...

Bom, sobre a mudança pela Sony, eu pelo menos tenho um aparelho de carrossel (5CDs) da marca que dá conta até hoje, tenho desde 93, só soltou a correia uma vez (e o carrossel rodou indiscriminadamente), fora isso nunca deu pau, toca bem até hoje. Bom, de qualquer forma, passei muita raiva c/ meu aparelho de CD primordial, um discman da Samsung que tinha horas que todos os comandos travavam e o cd começava a girar tão rápido que se escapadasse p/ fora poderia decepar a cabeça de um...

abração!!!

Guilherme Lutti disse...

Pô, eu tenho um video cassete Aiwa comprado em 1994 que funciona até hoje!!! E funciona bem, diga-se de passagem. É uma relíquia.

Daigoro disse...

Caramba. A mesma coisa aconteceu com o que comprei. Mesmo modelo e os mesmos problemas. Dois amigos meus que compraram da mesma marca, porém modelos diferentes, também tiveram problemas com o carrossel.
Outro problema é o controle remoto que funciona só algumas teclas, mesmo depois de já ter sido concertado. Eu ainda tenho o infame aparelho, mas só é usado como saída de som para a TV e o DVD.
Lembro que na época (comprei logo depois que foi lançado e eu nunca tinha tido um tocador de CDs) ele era o único que apresentava essa opção de carrossel que permite trocar CDs enquanto outro continua rodando. Fora outras perfumarias que fizeram com que eu o escolhesse em detrimento de marcas mais confiáveis. E paguei caro pela bagaça.

Gibi