terça-feira, 30 de abril de 2013

Re-Animator do Senhor

Palavras me faltam.


Fist of Jesus foi produzido pelas mentes de David Muñoz e Adrián Cardona. Como se vê, dois cristãos fervorosos que irradiam fé e que não hesitaram em inserir Nosso Salvador Jesus Cristo como protagonista de suas incursões pelo mundo da cinematografia. Aleluia!


Evangelizando aos poucos, ovelha por ovelha, gentio por gentio, zumbi por zumbi.

Como não contribuir com esta causa?

Dica do Fivo.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Merle Dixon, fast and loose


Arte sensacional de Ashlee V. Casey, a.k.a Czaritsa. E não foi só inspiração momentânea não, o trabalho da menina é impressionante. Confira em seu deviantART.

Dica do Sandro Dixon.

Michael Rooker, zumbis e Motörhead...


Quão iconicamente foda é esta cena?

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Tony Stark 2 (Retro-review)


Homem de Ferro 2 (Iron Man 2, 2010) foi sintomático no que tange ao bem sucedido processo de adaptação do herói para o cinema. É um legítimo blockbuster com cara de blockbuster e gostinho de verão, pipoca e feriado de 4 de julho yankee. Entre uma coisa e outra, vêem-se as virtudes, sintetizadas no tratamento de luxo que só uma marca de sucesso tem o direito, como também os defeitos. Aqueles mesmos que acometem o cinemão do Tio Sam temporada após temporada e que tem um pouco a ver com o mercantilismo agressivo em cima da arte e a facilidade de informação gerando um contraditório emburrecimento das novas gerações. Um pouco, porque o ingrediente principal trouxe um princípio ativo tarja preta: o hellraiser Robert Downey Jr.

Se no filme original o estilão solto e desencanado do diretor Jon Favreau fez do Latinha um personagem de cinema viável e carismático, em Homem de Ferro 2 ele quase rodopiou na pista. Todas as traquitanas high tech inacreditáveis, os dilemas morais advindos da parceria com os militares e o pega-pra-capar dos bastidores da alta classe executiva ficaram minúsculos diante do personagem magnético e larger-than-life que é Downey Jr./Tony Stark, alter-ego do herói. Favreau, talvez percebendo que o roteiro de Justin Theroux (Trovão Tropical) não daria conta sozinho, recorreu ao que funcionou melhor no 1º filme, que foi o bom-humor e a despretensão. Que em Homem de Ferro 2 traduziu-se em quase desleixo e um pé no besteirol.

Talvez fosse o caso de terem apostado numa abordagem mais sombria e menos piadista, um "O Império Contra-Ataca" versão Latinha. O timing era apropriado. Mas preferiram seguir a velha receita hollywoodiana do "bigger, stronger & faster". Afinal de contas, Downey Jr. e Stark eram agora grandes e ensolarados astros pop, certo? Mais ou menos. Grandes sim, mas ensolarados só na crosta. O fator que alçou ambos ao sucesso foi justamente suas nuances mais obscuras e lascivas. Quando anunciaram o 1º filme não faltou quem relacionasse o estilo de vida de Downey Jr. a de um certo hedonista ficcional envolto em escândalos com mulheres, alcoolismo e altas cifras. Eles nasceram um pro outro.

Não que eu esperasse uma dramatização deprê de O Demônio na Garrafa, queria apenas ver o protagonista soando mais humano e não tão acima do bem e dos maus. Mas no final das contas, até que o estrago não foi tão grande assim. Poderia ter sido muito pior.


Um aspecto positivo do filme foi expandir o cenário corporativo em torno das empresas Stark, algo bem recorrente nos quadrinhos que rendeu (e ainda rende) uma galeria de CEOs rivais do herói - dos irmãos Desmond e Phoebe Marrs, da Corporação Marrs, até Edwin Cord, dono da Cord Conglomerate, além de Ezekiel Stane, filho do aparentemente finado Obadiah "Iron Monger" Stane. O escolhido da vez, no entanto, foi um inimigo mais tradicional: Justin Hammer, encarnado pelo sempre ótimo Sam Rockwell. Providencialmente rejuvenescido, motivado e sem escrúpulos como manda o figurino Armani dos jovens multi-bilionários empreendedores. É mais um concorrente do que propriamente um arqui-inimigo. Mas carece da malícia e do intelecto que já fez o Tony Stark dos gibis comer o pão que Mefisto amassou várias vezes. O que é um pouco frustrante e se fez sentir quando Hammer é ingenuamente levado no papo pelo 2º vilão constante no filme.

Ivan Vanko foi interpretado laconicamente pelo freak Mickey Rourke, escolha tão estranha quanto o mix no qual foi criado. Vanko é uma mistura do bandido de 5ª Chicote Negro com o manipulador e vingativo Kearson DeWitt (de Guerra das Armaduras II), cujo background e motivações foram transpostos integralmente para o filme. Munido com um visual de figurante de Mad Max e um sotaque atroz - ah sim, e com dois chicotes de energia - Vanko até ameaça um páreo mental interessante com Stark. A cena em que Tony vai vê-lo na detenção e comenta onde ele errou na luta é de um cinismo faiscante. Poderia ser o início de um belo embate entre dois talentosos inventores, mas a coisa segue por um caminho um pouco mais rasteiro.

Uma notinha bizarra (outra) vai para o destoante bichinho de estimação de Vanko, uma cacatua ou algo parecido. Coisas de Mickey Rourke, sem sombra de dúvida.

Do lado dos aliados, a coisa rende melhor. Clark Gregg novamente preenche as lacunas como o intrigante personagem agente Coulson, mas não está só. Além da presença mais frequente do Nick Fury de Samuel L. Jackson - finalmente liberto do gueto end credits - Homem de Ferro 2 marca a improvável estreia da Viúva Negra nas telonas. Scarlett Johansson, sempre eficiente e bombshell toda vida, não tem a postura e o olhar de quem já passou um dobrado com lavagens cerebrais, treinamentos desumanos e missões suicidas. Nem cara de russa ela tem. E admito que, apesar de adorar a Scarlett, eu torcia por Emily Blunt, a primeira atriz considerada para o papel. Seria perfeita, mas o agente dela não fez o dever de casa, então estamos aqui com uma boa Viúva, mas não a Viúva dos meus sonhos.

Em que pese a favor da menina a evidente dedicação nas cenas de luta, bem frenéticas, coreografadas e visualmente generosas, se é que você me entende.


Mas a escalação mais complicada talvez tenha sido para o tenente-coronel James "Rhodey" Rhodes, amigão de Stark e seu eventual insider nos círculos militares. No 1º filme Terrence Howard havia oferecido uma atuação discreta, mas marcante. Mesmo o gancho que teve com a armadura do Máquina de Combate ganhou em proporção e acabou gerando certa expectativa. Que, graças a desacordos financeiros, ficou no vácuo. Então, por mais que o novo titular, Don Cheadle, fosse um bom ator - não é; é um brilhante ator; dê um play no seu DVD de O Diabo Veste Azul e fuce nos extras o teste de elenco que o homem fez em 1995, mas segure o queixo - o desafio seria considerável ao lidar com um personagem que já tinha rosto, tom e personalidade.

Se Howard era mais informal e flexível ao administrar a ponte Stark-Exército, Cheadle é mais austero e comprometido com os irmãos de farda. Querendo ou não, o perfil psicológico do personagem acabou redesenhado. E acaba sendo irônico o fato dele protagonizar com Tony a sequência mais dispensável e nonsense do filme: a treta do Homem Bêbado de Ferro com o Máquina Militar de Combate numa festinha privada na bacanuda casa de Stark em Malibu - poderia ser o Charlie Harper vomitando ali na armadura.

Camp até o talo, a tal cena remete às brigas de herói versus herói mais forçadas e sem sentido dos quadrinhos. Não sou um patrono da minha querida 9ª arte, mas não gostei de ver uma de suas piores facetas indo parar na telona quando tem coisa bem melhor esperando a vez. Nesse ponto, pensei que o run do Jon Favreau na franquia já estava mesmo de bom tamanho.

Aliás, é bom ver as pequenas participações do 1º filme sendo mantidas, como o próprio Favreau como o buddy-driver Happy Hogan e mesmo a teteia Leslie Bibb como a jornalista que Stark papou logo na arrancada. E Gwyneth Paltrow faz o que pode pela Pepper Potts que é ser, rigorosamente, Gwyneth Paltrow. Não a Gwyneth Paltrow enigmática e cool de A Força de um Passado, mas a Gwyneth Paltrow pós-Oscar, facinha e pura brisa de verão. Geralmente não sou de aplaudir casaizinhos em tela - acho isso um passo e meio para o fim - mas considero acertada a união dos pombinhos hesitantes aqui presentes.

Ainda que bastante previsível, o ato final é bastante divertido e guarda lá sua cota de referências futuras (Mandróides da Shield?) ou alternativas (o que não é aquele exército de robôs militares senão uns Sentinelas prontos pra arrebentar os malditos mutunas?). Justin Hammer paga por sua mediocridade nesta encarnação e Ivan Vanko volta para o mesmo lugar de onde saiu - ou talvez até pra outro melhor.


Homem de Ferro 2 está longe de ser ruim, mas acaba prejudicado por um excesso de situações em tela e pouco controle sobre elas. As subtramas envolvendo envenenamento por paládio e a mensagem ultra-mega-insanamente-truncada que o pai de Stark deixou pra ele soam tão esticadas quando vazias. Talvez Favreau não seja talhado para temas mais dramáticos e sérios. Ou talvez o roteiro não soube como matar essa bola dentro do contexto de um filme pop.

Favreau despediu-se do comando com uma tremenda façanha no currículo (Homem de Ferro, ícone pop? Get outta here...), o universo Marvel nos cinemas expandiu-se para além de Midgard e a Marvel Studios/Robert Downey Jr. garantiram a faculdade de seus trisnetos. O filme em si não é aquelas coisas, mas o terceiro lugar no pódio ninguém tasca.

Fase 2 aqui vou eu.

terça-feira, 16 de abril de 2013

From Krypton with love


Parece que finalmente pegaram o espírito. Algo que não acontecia desde a Era de Bronze.

Gostei tanto que nem senti falta da fina arte de John Williams.

Atualização 20.04:

Queimei a língua (ou o teclado). Caí na besteira de entrar na brincadeira do Nerd Pai e o resultado foi fulminante. Reveja o trailer com o volume zerado, apenas com o som do vídeo abaixo.


I know, right?

quinta-feira, 11 de abril de 2013

A borboleta do efeito


Quem nunca sonhou (acordado) em voltar no tempo até uma determinada época da vida sabendo o que sabe hoje? Seria maravilhoso, não? Não exatamente...

Em Paola-4 o cartunista francês Boulet desconstrói esse best case scenario não em apenas em uma situação específica, mas em várias, em diferentes períodos. Usando a mesma mecânica do filme O Efeito Borboleta, a história consegue triangular questões complexas com incrível simplicidade e beleza.

Clique na imagem para ler.


A amarrada do paradoxo no final é simplesmente brilhante.

Site oficial

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Elysium kamp


Com perdão do meu francês da Riviera, prévia descaralhantemente foda essa do novo Neill Blomkamp, hm? Deve ganhar meu voto pra sci-fi do ano, fácil.

E, ainda que numa pontinha meio "sorrateira", Wagner Moura...

domingo, 7 de abril de 2013

Dead baby walking

Um pai e seu bebê tentam sobreviver em um mundo dominado por mortos-vivos. Numa lógica de pesadelo, tudo bem até aí, porém tudo se complica quando o pai descobre que tem, literalmente, uma deadline crítica. O cenário é recorrente no gênero, porém ainda mais desesperador por mostrar que existem coisas piores do que lutar pela própria sobrevivência.

Definitivamente não é mais um curta com zumbis.


Cargo foi produzido e dirigido por Ben Howling e Yolanda Ramke (a loirinha do final), que também roteirizou. Foi finalista no Tropfest Australia 2013.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Psycho killers, qu'est-ce que c'est

Numa sequência memorável de Psicopata Americano, Patrick Bateman (Christian Bale) resolve eliminar a concorrência com um machado enquanto faz uma verdadeira análise sobre a profundidade do pop yuppie do grupo Huey Lewis & The News. Deliciosamente insano.

Como piada boa não tem prescrição, o bom e velho "Weird Al" Yankovic refez a cena inteira invertendo os fatores com o próprio Huey Lewis protagonizando. O resultado é uma de suas melhores paródias.


Abaixo, a cena clássica. Pra matar, chacinar, estrebuchar e esquartejar a saudade e fazer um colar com suas orelhas.


Nota extra: desde a primeira vez que assisti ao filme achei a interpretação de Bale quase uma incorporação da persona de Tom Cruise (outro dos símbolos dos anos 80, tão satirizados pelo filme). Os mesmos maneirismos, tiques faciais, exageros... qual não foi minha surpresa em saber que foi intencional. O que só aumenta a minha admiração pelo talento de Bale. Que ator.

terça-feira, 2 de abril de 2013

"Nascidos para Sofrer" (os leitores da HQ)


E prevaleceu a teoria de um amigo: The Walking Dead até levou às telas o catártico arco do Governador e da Prisão, porém a AMC substituiu todas as ideias originais por outras novas e (muito) pioradas, resultando numa versão tão suavizada e hesitante que por pouco não ficou completamente irreconhecível. O resultado é essa blasfêmia que testemunhei. Anticlímax total.

Saideira melancólica de Glen Mazzara. E Robert Kirkman devia estar amarrado num paiol cercado por meia dúzia de biters para permitir essa tranqueira.

Num ponto de vista não-leitor, um "mais ou menos" tá de bom tamanho. Bola da vez boba e furada até, dada a experiência em se virar sozinha diante de situações bem mais extremas. Furambaça. A do caipirão foi muito mais significante, tocou mais, live fast-die young, Motörhead na veia e in loco. Mas essa...

Resumindo, a essa altura já estamos todos juntos à deriva na jangada da decepção, todos os nossos sonhos mais caros estão agonizando no chão da negligência e, sim, Rick ainda pode ensinar Carl a rebater uma bola de baseball - porém!, e sempre há um porém!, temos que considerar para melhor o que esse season finale raquítico significará a longo prazo.

Sou um maldito otimista disfarçado de pessimista.

Cotação da 3ª temporada:


Cotação do season finale:


Sem especialzinho dessa vez, pois o consenso praticamente pulou na minha garganta. Confabulações rigor mortis nos comentários.