domingo, 12 de julho de 2015

QUACK!

Hoje, dia 12 de julho, o gibi do Pato Donald completa 65 anos de circulação ininterrupta no Brasil. Desnecessário mensurar o tamanho desse feito nesse país tropical com fortes tempestades econômicas.

Pra comemorar, nada melhor que a chegada de um bando de patos clássicos à coleção.


A Saga do Tio Patinhas e Os 80 Anos do Pato Donald fazem parte de uma série especial de capa dura da Disney publicada pela Editora Abril e que conta também com Dragon Lords: O Reino dos Dragões, O Mistério dos Signos e Era Uma Vez na América. Meu fraco pelos patos facilitou a priorização, mas nem foi tão difícil assim. Há muitos anos afastado dos gibis Disney e passando batido pela coleção O Melhor da Disney: As Obras Completas de Carl Barks, essa foi uma oportunidade de ouro pra ter acesso a uma antologia com material clássico dos personagens.

O HC A Saga do Tio Patinhas, com um belo e certeiro hot stamp dourado na capa, traz os 12 capítulos escritos pelo mestre Don Rosa, acrescidos das 6 histórias complementares lançadas posteriormente. Nos extras, galerias, textos explicativos com a cronologia detalhada, além de duas árvores genealógicas da família pato - uma delas baseada nos trabalhos do próprio Carl Barks e a única onde consta a antológica "foto" do pai de Huguinho, Zezinho e Luisinho.

Além da aventura emocionante, Don Rosa mostra porque é considerado um dos maiores desenhistas dos quadrinhos. Sua arte vibrante, apaixonada e cheia de detalhes justifica a alcunha extra-oficial - e merecidíssima - de "George Pérez dos Patos".

Ou seria o George Pérez o "Don Rosa dos super-heróis"?





Os 80 Anos do Pato Donald é edição histórica per se. 484 páginas, 26 histórias de 15 artistas, dentre eles Carl Barks, Don Rosa, Al Taliaferro e Marco Rota. Precisa mais?





Não costumo chamar quadrinhos de "livros", mas nesse caso a exceção se torna inevitável. É um material realmente de luxo com miolo em papel couché, acabamento com relevo, resistente e visualmente impecável, acima inclusive do padrão utilizado pela Panini nos volumes de Sandman.

Algumas dessas histórias já foram publicadas no Brasil ao longo dos anos (/décadas!), revelando claramente seu objetivo de alcançar os leitores veteranos (/acima dos 30 anos). Tão interessante quanto ver a Editora Abril investindo novamente no público adulto da Disney é ver esse mesmo público correspondendo à altura - público, aliás, carente de publicações desse naipe desde mil novecentos e antigamente.

A procura foi enorme e as edições literalmente evaporaram das bancas, lojas físicas e virtuais, sendo necessárias novas tiragens, que também foram sumindo rapidamente. A quem interessar possa, as últimas ainda estão por aí.

E aproveitando o resgate inesperado de uma das histórias de Os 80 Anos - "No País dos Vulcões" - não pude evitar de dar uma olhadela no ML em busca de um antigo encadernado que marcou a minha infância.


Pato Donald Especial foi lançada em 1975 pela Abril e trazia uma sensacional antologia de obras de Carl Barks. Há muito havia esquecido dela e do título, mas nunca esqueci de quando era guri e viajava para a casa de parentes no interior e um deles (minha irmã mais velha) tinha essa edição na estante. Lia e relia sempre lá na rede do varandão. Foi responsável direta pelo meu gosto pela leitura de quadrinhos.

Encontrei num ótimo preço e num ótimo estado e então foi isso. Déjà vu total, daqueles que só o reencontro com um bom gibi pode proporcionar. Quem curte HQ sabe como é.

Pra arrematar, no mesmo período, adquiri minha 1ª mensal da Disney em... o quê, uns 25 anos (puta merda!). Como consumidor, me senti um peixe pulando pra dentro do barco, mas foi uma barbada: revista Pato Donald nº 2.442 trazendo nada menos que o destino de Dumbela, irmã do Donald e mãe de Huguinho, Zezinho e Luisinho!

Destrinchei ambas num post do blog dos meus amigos d'Os Escapistas.

Agora já posso morrer sossegado. Bem mais pobre (se virem, herdeiros), mas sossegado.

Quack!!

3 comentários:

samurai disse...

Vale ler ao som de A life time of adventures do Tuomas.
Também foi um parente (um tio) que me mostrou o mundo dos patos
Tinha um buffet que em vez de guardar jogos de jantar e faqueiros era cheio de gibis..

doggma disse...

Samurai, essa é realmente a trilha perfeita. Viagem garantida.

Interessante como os patos, gostando deles ou não (blasfêmia!), estão intimamente ligados às primeiras percepções de cultura pop das gerações pós-Guerra. Todo mundo lembra dos primeiros contatos (geralmente pela TV) e quase sempre os relacionam com períodos de suas próprias histórias de vida. Não é pra qualquer personagem - pato ou não-pato.

Abraço!

samurai disse...

Exatamente doggma. Muito bem Dito !
Abraço !