sábado, 25 de fevereiro de 2017

Lobo Brutal


E aí finalmente arranquei do plástico o DC Comics Coleção de Graphic Novels vol. 25 - Lobo: Sem Limites - trilha adequada aqui - já esperando para corroborar o consenso universal de se tratar de uma obra indigna do Flagelo da Galáxia.

Mas, ei...



Diacho, essa HQ é muito legal!

Pelo menos bem melhor do que eu lembrava - e ninguém me ajudava a melhorar essa lembrança. Um exemplo é a arte pintada do Alex Horley, relegada ad nauseum a pastiche de Simon Bisley. Ok, o velho Biz é rei (e Martin Emond, outro rei; e Frank Frazetta é o One-Above-All), mas o senso de humor negro nas pinceladas é irresistível e doentio num nível satisfatório para um gibizão do Maioral.

Mesmo perfumarias baratas como a intro Tiny Toon contando a origem d'O Último Czarniano Vivo e o segmento Archie versão gangsta ficaram divertidas.


A história em si é tiro, porrada e puta. Nada mais a exigir de um Keith Giffen ainda escrevendo o Lobo naquele ponto (há muito) sem retorno. Longevidade cobra um preço salgado e nessa relação criador-criatura quase simbiótica só tenho a concordar com a impressão certeira do Malta na época.

Sem Limites foi provavelmente o último espasmo da fase de ouro do personagem. E, entre mortos e defenestrados, ainda crava uma boa média na escala hipotética Lobo-Omnibus-por-Garth-Ennis-&-Goran-Parlov.

A tradicional história-bônus tem o efeito de uma bem-alimentada mocinha de lingerie saindo do bolo. Três motivos. Primeiro, é o Lobo de várzea, estreando de colantezinho em The Omega Men #3 (1983), ainda inédita por aqui. Um acinte histórico sendo corrigido.



Segundo, esse título dos Ômega me pareceu bacaníssimo e até à frente dos US comics de então. Lembrando bastante os materiais da 2000 AD, é sci-fi politizado com clima anárquico e putanhesco - e se a cena de strip e sexo reptiliano com a Demônia não te convencer, nada mais o fará. Ler isso com impressão decente em papel filé foi diliça. Quero mais, mas só vai rolar em cbr maroto.

Por último, Giffen e o roteirista/co-criador Roger Slifer fizeram uma bela rendição ao cinema B: o Maioral estripando meio mundo para sequestrar Kalista e desfilando por aí com a rapariga na comissão de frente.

Isquindô!


E todo mundo sabe que ostentar uma pin-up gostosona (com todo respeito, Primus) na frente de um carango-monstro é estilo de vida no País das Maravilhas Trash.

Tá lá aquela cena memorável de Jogo Brutal (Fair Game, 1986) que não me deixa mentir...


Yippee Ki Yay!

4 comentários:

Luwig Sá disse...

Saudações, Dogg

Só uma coisa, tava só esperando a zoação com o logo do "Só Quadrinhos" na reprodução da capa original de Omega Men.

:)

doggma disse...

Ah, essa piada já perdeu a graça. Agora mesmo tô folheando aqui e...

Espera aí, perdeu não! Tem razão, devia ter zoado. hahah

Tiago Porto disse...

Doggma, você sabe o nome desse documentário do qual você postou a cena sobre o Fair Game?

doggma disse...

Fala, Tiago! O doc é o "Not Quite Hollywood" (2008). Recomendo veementemente. É divertidíssimo!

Se curtir, tem outros dois do mesmo cineasta igualmente insanos: "Machete Maidens Unleashed" (2010), sobre a cena slasher das Filipinas (!), e "Electric Boogaloo" (2014), sobre o mítico estúdio Cannon Films - aquele mesmo, do filme do He-Man, do Stallone Cobra, das séries Delta Force e American Ninja, etc.