quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Well! Here is a prize worth catching!

Finally got my Eisner, thanks fir bringing it in, @manruss

Publicado por Mike Deodato em Quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Mike Deodato enfim de posse do artefato mais poderoso dos quadrinhos.

Momentos que ficarão - parte 2

Enquanto isso, nos bastidores de X-Táticos - O Filme...


Momento de descontração alfinha em X-Men Extra #30

Detalhe para o ator que interpreta o Senhor Sensível/Órfão dando aquela coçadinha durante o papo. Espontaneidade é isso aí.

Com X-Táticos, Peter Milligan e Mike & Laura Allred criaram o melhor remédio para curar a ressaca dos anos 90. Era bom demais. Sozinho, já pagava a X-Men Extra. Difícil não pegar uma edição qualquer na pilha e não ser fisgado – leia-se "separar todo o run para reler desde o início". Até aqui, envelheceu melhor do que vinho.

Ia ajudar horrores se coletassem tudo. O formato fica a cargo. Pegaria até em cordel.

Aqui a parte 1.

domingo, 26 de novembro de 2023

The Black Friday Journal


100 reais é o novo 50 reais, pelo visto. Peguei as 500 páginas do "Justiceiro do Jim Lee" da Panini com parcos 30% de alívio todo pimpão e com um sorriso besta na cara. Friday fraca. Ainda mais porque já tinha fechado uns carrinhos nos "Esquenta" da Mino e da Amazon ao longo do mês.

As primeiras 19 edições de The Punisher War Journal são provavelmente as melhores coisas que Jim Lee já fez na vida. A série pululou por aqui entre Superaventuras Marvel, Grandes Heróis Marvel e a breve revista solo do Justiceiro, onde seguiu até o #24 apenas com o roteiro e layouts do Carl Potts. Mas a sua parceria com o americoreano é o diamante (bruto) aqui.

Era o Jim Lee operário ultra-abnegado, talentoso, meio rústico, pré-Image, processando e regurgitando (eca!) tudo aquilo que assimilou dos estilos de John Byrne, Alan Davis e John Buscema. E mudou o curso dos quadrinhos.

Claro, o que veio depois é outro papo. Mas às vezes tenho que me lembrar que o Jim Lee é um grande artista.

sexta-feira, 24 de novembro de 2023

O retorno do Bárbaro Vingador


Apoio no Catarse confirmado em novembro de 2021, previsão de entrega para abril de 2022 e, desde então, apenas alguns posts relatando problemas com gráficas e matéria-prima (papel, oras). Já havia estoicamente dado como perdido, mas eis que o Omnibus Tarugo de Brakan, de Mozart Couto, finalmente chegou. E só levou dois anos! Praticamente um passeio de barco na época dos descobrimentos.

Dá pra mandar o clichê: valeu a espera. A jovem editora Universo Fantástico fez uma grande curadoria. É um tomo de mais 500 páginas com 200 de material inédito, mais algum material publicado originalmente pela Opera Graphica e pela Atomic Books – e que, arrogantemente, tenho tudo.

O "Tarugo" (?) ficou muito bonito, incluindo os extras, estudos, prints e o pacote com pôster, bookplate e até um mini-álbum de figurinhas.

Nada menos do que o melhor para o mestre Mozart Couto.


Seria o 1º Omnibus de um personagem brasileiro. Mas as vicissitudes da vida indie são implacáveis e os pictos da Rua do Limoeiro chegaram antes...

quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Monstros


Provavelmente a ilustração mais poderosa de Alex Ross, essa arte sumariza a essência do racismo. Até hoje ela me causa arrepios.

Algo que a filha de Alberto Breccia jamais entenderia.

Ponto para a organização da CCXP e, principalmente, para a Risco Editora, que irá precisar de todo o apoio possível neste momento. Não será difícil: seu catálogo é excelente.

Já era cliente assíduo, mas agora virei fã.

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Quinta série forever


The Boys é apelativo, exagerado e de mau gosto. Foi a impressão que tive na época do lançamento e confirmada no TPB-BR O Nome do Jogo. Mas com a continuidade e todo o contexto necessário, fica nítida a estratégia sagaz de Garth Ennis, que encontrou no desenhista Darick Robertson a ferramenta perfeita para atirar mais um tijolo na vidraça do establishment. O irlandês doido também não economizou nas referências e nas autorreferências.

Muitas autorreferências.

Tanto o visual quanto a malandragem do protagonista Billy "Carniceiro" remetem ao bom e velho Tommy Monaghan, o Hitman. A própria line-up d'Os Rapazes lembra os clientes assíduos do Noonan's. Baron "Leite Materno" Wallis, o Francês, a Fêmea e o aspira Hugh Mijão parecem cuspidos da Section Eight. Só que o objetivo do bando é bem mais quixotesco: derrubar a rede de superequipes que assumiu o papel de polícia do mundo. Todas elas encabeçadas pela poderosa Liga da Just... Equipe dos Sete com o aval de parte do governo americano.

A hipocrisia, a corrupção e as taras super-heroísticas são uma evolução dos absurdos impublicáveis, pero publicados, de A Pro. – quem lembrar do Veloz fazendo justiça ao fundo levante a mão (peluda) primeiro. Nessa pegada, as fontes de informação que os Boys utilizam em suas investigações não poderiam ser de uma ironia maior: as revistas em quadrinhos baseadas naqueles super-heróis. Meio como o MIB pesquisando nos tabloides vagabundos da imprensa marrom.

A série é uma carta de amor de Ennis ao seu ódio pelos super-heróis, que vez ou outra ele precisa escrever porque "só está atrás de emprego...". Esse niilismo por vezes chega a lembrar o Marshal Law, o "Matador de Super-Heróis" de Pat Mills e Kevin O'Neill, só que menos anárquico e mais putanhesco. Ennis quer dinamitar por dentro.

Após um breve interlúdio baixa-pilha/faxina-coleção (só 1 ano), fui conferir o encadernado seguinte. Mandando Ver compila os números #7-14 originais, já pela Dynamite – as seis primeiras edições saíram pela WildStorm, que dropou a série... acho que a DC não se comoveu com toda aquela iconoclastia X-rated.


Sem a menor autocensura ou sutileza, ele demonstra um apreço pelo termo "viado" tão grande quanto Tarantino tem pelo termo "nigga" – tudo devidamente contextualizado, claro. Mas essa leva de edições é bem mais ambiciosa. Não apenas justifica toda a 5ª série presente até aqui, mas a desenvolve como uma escada para seu, digamos, manifesto. É aqui que Ennis começa a inserir vários daqueles elementos tão caros em seus projetos mais sérios: jogos políticos, conspirações, espionagem e russos.

Raposa véia de escrita, ele deixa umas migalhas de pão pelo caminho, com o WTC intacto e a Ponte do Brooklyn destruída (ora, ora, num mundo real, os super-heróis fazem mesmo a diferença, não?). Outros pontos passíveis de retcons são o ex-Boy Mallory, mencionado pela Diretora da CIA Susan Rayner quando afirmou, molhadinha, que o Carniceiro causou a morte das netas dele. E o Faroleiro, substituído às pressas pela novata Anne "Estelar" January.

Ah, Anne... Não vou negar que fiquei impactado pela chupeta divisora de águas na vida da heroína.

Se por um lado serviu para mostrar, sem vaselina, do que o Conglomerado e seu poster boy Patriota são capazes, por outro, abrir essa porteira é pra lá de perigoso. O fetiche por sexo e por sexismo, tanto masculino quanto feminino, está implícito nos quadrinhos desde sempre. Destacar isso numa HQ regular é algo que achava problemático já na época de Crise de Identidade e a polêmica cena do Doutor Luz violentando a pobre Sue Dibny (Watchmen não vale: é transgressor por natureza), sob o risco mais do que certo do seu inocente gibizinho descambar para um Super-Big Brother XXX – favor confundir com Coelhinhas da Mansão XXX. Ennis, óbvio, sacou isso há muito tempo e mandou ver em seu autoralzinho.

Quebrando um pouco a tensão, é bacana o paralelo entre Hugh e Estelar na cena do parque que abre a última parte do arco "Adeus à Inocência". Um dos raros momentos amenos e sentimentais da HQ. E não ler os diálogos do Mijão com a voz do Simon Pegg na cabeça é simplesmente impossível.

Reiterando, o traço do Darick Robertson (de Transmetropolitan) é sob medida: sujão e, por vezes, grotesco, como num bom gibi underground. Mas também sabe lidar com sequências grandiosas, como na bizarra redenção do Tecnoman ao interceptar o asteroideceta que ameaçava a Terra.

No geral, Robertson só exagera no gore das porradas, fazendo as cabeças literalmente explodindo de sangue. Fica sempre parecendo que a pessoa morreu.

Outro vacilo foi na cena da pizza de rosto no início do arco "O Glorioso Plano de Cinco Anos" – a mesma ficou na página ímpar (!), estragando a surpresa. Mas aí não sei foi culpa da composição do desenhista ou da encadernação da Devir.


Aliás, esse arco, que fecha o 2º TPB, é o melhor da série até aqui. Sempre que Ennis coloca ruskies na parada, o inferno é o limite. Personagens como Vasili Vorishikin, o Salsicha do Amor (será que o David Harbour toparia fazer outro ex-super-herói soviético decadente?), e a vilã Nina Namenko são memoráveis. E ainda a deixa para o misterioso e promissor insider do Conglomerado, um engomadinho que lembra o irritante Henry Gyrich, a pedra que o governo sempre colocava nos sapatos dos Vingadores.

No final das contas, The Boys é mesmo apelativo, exagerado e de mau gosto². Em suma, uma diversão só.

Vai ser difícil voltar à ordem do dia com os comics tradicionais.


Haja mindset.

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

O Princípio do Propósito Glorioso


Precisei rever a coisa toda para ter certeza. As duas temporadas – e foi um deleite.

Épico num escopo muito maior do que o UCM, porém cabendo numa telinha, emocionante, engenhoso, fora/dentro da curva Schrödingerescamente falando, repleto de coração sem ceder ao melô e acima de tudo: Tom Hiddleston. E também Sophia Di Martino. E Owen Wilson. E o ex-eterno Shorty Ke Huy Quan. E, com perdão da patrulha, Jonathan Majors. Lógico. Haja cerveja e papo de boteco para elaborar cada sacada do último episódio.

Por hora, dá para cravar tranquilo: Loki é brilhante.

sábado, 4 de novembro de 2023

A Mulher Sem Medo

Assisti esse trailer de Eco e ele não para de ecoar na minha cachola...


O termo científico é foda pra caralho.

Parece que alguém na Disney+ acionou a chave da violência urbana da Marvel. Finalmente. Parece tudo bem dosado e nada over (o que diluiria o impacto). E todo o lance da jornada da heroína/vigilante lutando em territórios masculinos aliada às suas raízes indígenas inevitavelmente me faz traçar um paralelo com o espetacular Prey. Tomara que as semelhanças – e o sucesso artístico e comercial – não fiquem por aí.

Confesso que tenho uma queda por azarões. Mas Eco pode ser o laboratório definitivo para a já atabalhoada série do Demolidor. Claro, se seguir a tônica que a prévia entrega.

A Alaqua Cox parece muito mais à vontade no papel. Após uma estreia apagada na irregular série do Gavião, sua Maya Lopez parece que vai ganhar o tratamento que merece.

Um trailer sobretudo providencial. A batata da Marvel está assando, então é melhor tratarem de fazer um ensopado.

Ps: Vincent D'Onofrio com o visual clássico do Rei do Crime me deu uma cãibra nos neurônios. Não esperava tamanha Marvelização live action.