sábado, 25 de fevereiro de 2012

O Governador está vivo!


A AMC confirmou ator britânico David Morrissey no papel do Governador na 3ª temporada de The Walking Dead. A temporada terá 16 episódios e começará a ser produzida na primavera (20 de março), em Atlanta.

Essa notícia certamente contraria várias expectativas sobre o que vem sido sugerido até então. Quem acompanha o blog sabe que eu apostava minhas fichas em Merle Dixon, o irmão desaparecido do Daryl, emergindo num futuro próximo como o Governador. Somando-se a isso, o peso de um ator do porte de Michael Rooker - demais para um mero personagem recorrente. Transição que seria coerente e natural, óbvia até. Mesmo a automutilação que ele cometeu no alto daquele edifício seria de um simbolismo monstro no primeiro encontro entre Rick e o Governador. Me pergunto se era este (ou não) o plano original traçado por Frank Darabont.

No aspecto "qualidade cênica", porém, não há nada para temer. Eu poderia simplesmente listar o currículo acadêmico invejável de David Morrissey (Royal Academy of Dramatic Art, Royal Shakespeare Company, National Theatre, etc), a indicação ao Bafta ou a reverência da crítica, mas basta voltar a mencionar que ele é um ator britânico. E com raízes teatrais. Não tem erro.

Morrissey também é conhecido por sua pesquisa e preparação meticulosas para os personagens que interpreta. Bem old school mesmo. No caso deste papel em particular, ele deve ter perdido algumas noites de sono...

Uma coisa é certa: o Governador chegou e já chegou surpreendendo.

Pedra, papel & tesoura


A mais nova criação de John Byrne. Estreia em maio, via IDW.

Oremos pela melhora.

Ps: papel ganhando de pedra... sempre achei isso estúpido.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

De volta ao trabalho


Pareceu uma eternidade, mas finalmente The Walking Dead retornou dos mortos... ou melhor, de seu recesso de quase três meses. Pouco é sabido sobre o gerenciamento da bagaça nesta etapa da segunda temporada. Nos créditos iniciais o nome de Frank Darabont ainda consta como o responsável pelo desenvolvimento, além de produtor executivo - função também creditada a Glen Mazzara, o novo showrunner. Tudo mais é mera especulação. Os pormenores do atual direcionamento não foram abordados pela AMC, muito menos pelos profissionais envolvidos. Então a saída lógica é relaxar e parar de super-analisar... opa, mas esse não sou eu, ainda mais em se tratando de mortos-vivos.

It's zombie time!

Oitavo episódio desta temporada, Nebraska começa exatamente do ponto onde a trama parou. A extenuante busca por Sophia finalmente chega ao fim, da forma mais trágica possível. Porém, o sentimento que bateu mais forte no grupo foi o de desilusão pelo futuro, excetuando Shane e, logicamente, Carol, a mãe da menina. Enquanto Carol passa seus próximos momentos devastada, Shane segue inabalável em seu inconformismo, batendo de frente com Rick, Dale e Hershel - que, pela primeira sua vez se dá conta da gravidade da situação e inevitavelmente entra em crise.

Esse complicado aspecto psicológico foi muito bem retratado pelo roteiro de Evan Reilly. E mais ainda pelo cast. A química entre os atores está efervescente, com trocas de olhares por vezes falando mais alto do que os diálogos. Até Steven Yeun (Glenn) e Lauren Cohan (Maggie) superaram sua hesitação inicial e estão interagindo com uma notável cumplicidade. Vide a cena em que Maggie questiona Glenn se ele também pretende ir embora. Havia muito subtexto ali e eles conseguem entregar a carga inteira para o espectador. De arrepiar.

Por sua vez, o Daryl de Norman Reedus continua um filho da mãe durão pra caralho. Mesmo naquele clima desesperador, o caipira segue impecável em sua representação do nobre selvagem (o "escuta aqui, Olívia Palito" foi lapidar). Já T-Dog ainda não me desperta a menor solidariedade. O personagem foi concebido com perfil genérico, limitado e com prazo de validade vencido antes mesmo das cópias do script serem impressas. Sentimento estendido para a irmã de Maggie e seu namorado Jimmy, por neglicência do roteiro. Espero que todos caiam numa piscina cheia de zumbis.


A sequência final foi bastante sugestiva. Rick, Glenn e Hershel se deparando com dois "errantes" vivos que parecem esconder alguma coisa por trás da fachada amigável. Tipo da cena tensa frequente nos quadrinhos e transposta à perfeição para o monitor a telinha. O suspense é bem construído e acima de tudo incômodo, graças ao tom dúbio adotado pelo ator Michael Raymond-James (o Rene, de True Blood), numa ótima performance. A conclusão do entrevero foi providencial para Rick, que há tempos precisava de uma boa catarse. E ainda provou que tem plenas condições de fazer o que precisa(rá) ser feito. Se as coisas se mantiverem nessa linha, devemos esperar por atitudes mais incisivas partindo dele. Já era hora.

Na cena também somos informados sobre alguns lugares que caíram ao avanço dos zumbis. Montgomery (Alabama), Kansas, Nebraska e também o Forte Benning (Georgia) tão visado por Rick e seu grupo. O que limita bastante as opções fora da propriedade de Hershel - e isso está longe de representar algo positivo no enredo.

O arco da fazenda está sendo adaptado com esmero, dramática e esteticamente. Em contrapartida, já em seu mid-season a narrativa apresenta dificuldades em se sustentar. Há uma forte sensação de adiamento na trama, o que tira a força do (bom) crescendo dramático e o deixa sem um escape regular. É um preço alto, como visto no caso de Sophia, amplificado por aquele ambiente rural, tipicamente bucólico e uniforme. Isso fica evidente quando Rick, Glenn e Hershel mudam de cenário (e objetivo) pela primeira vez em um bom tempo, com bons resultados.

O episódio também foi pobre em zombie action. E nas poucas cenas isoladas (Beth sendo atacada e a "pick-up of the dead") houve uma falha grosseira quando as roupas dos cadáveres levantam e revelam peles mais coradas e saudáveis que a minha. Tipo do defeito especial que se espera de Crepúsculo, com seus vampiros besuntados com pomada minancora até a linha da gola da camisa.

E não sou exatamente um especialista, mas a montagem desse episódio parece ter sido feita às pressas. Cortes estranhos que tiraram a fluidez de várias sequências e sobretudo uma overdose de Shane, que parece estar em todos os lugares ao mesmo tempo, até em cenas subsequentes (!). O roteiro de Evan Reilly tampouco consegue sair ileso de algumas chamuscadas. O que foi a insistência de Lori em enviar alguém para buscar Rick, quase que imediatamente à sua partida? É abusar muito da estupidez naquela altura do campeonato.

Deu no que deu. Só espero que isso não signifique aquilo que estou pensando. Ah, aquela edição #48...


Cotação:

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

"They're coming to sue you, Kirkman..."


Pra quem queria saber onde andava Tony Moore desde sua saída de The Walking Dead, acabou o mistério. O desenhista original da série retornou dos mortos com fome, muita fome: está processando o roteirista Robert Kirkman por fraude e quebra contratual, entre outras coisas. Segundo o Deadline, na ação Moore acusa o escritor de tê-lo persuadido a contratar uma empresa (do próprio Kirkman) para cuidar dos negócios e nunca repassar royalties e outros pagamentos referentes à marca TWD. O advogado de Kirkman nega tudo, lógico.

Curioso o fato de Moore só agora vir à tona com esse processo. Ele trabalhou nas primeiras seis edições de The Walking Dead (out/2003 a mar/2004), fora a capa da sétima edição, já com o traço de Charlie Adlard. Não é preciso ser o Stephen Hawking pra deduzir o que aconteceu nos últimos dois anos que o fez tomar essa atitude.

Pelo jeito, o tempo em que eles eram colegas de escola ficou mesmo pra trás.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

"They're coming to get you, Barbra..."



Bill Hinzman(1936-2012)

Em mais de quatro décadas como profissional de cinema, foi ator, diretor, produtor, roteirista, câmera, diretor de fotografia, editor, técnico... mas entrou pra história mesmo como o Cemetery Zombie, o primeiro zumbi a aparecer em cena no clássico A Noite dos Mortos-Vivos, de George A. Romero, em 1968.

E por que não dizer, o primeiro zumbi da era moderna.


Ele tinha só 32 anos quando participou do filme. E eu sempre achei que era um coroa randômico qualquer. Ser zumbi envelhece as pessoas.


Slow zombie, my dick.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Os anti-heróis americanos


The Goon tem sido uma das minhas HQs favoritas desde que a descobri, lá pelos idos de 2005. Apesar disso, sempre achei que estaria fadada ao status cult, tal como Bone, Concreto, Blacksad e tantos outros. Tive uma grande surpresa em 2008, com a notícia de que o Casca-Grossa ganharia um longa em CGI, produzido pelo estúdio Blur e por ninguém menos que David Fincher. Um teaser-trailer foi lançado logo na sequência, com Clancy "Lex Luthor" Brown dublando Goon e Paul Giamatti dublando Franky. Perfeito. Por um instante improvável, a coisa parecia que ia decolar.

Contudo, as notícias sobre a produção mergulharam num hiato sepulcral. Mesmo descontando a modorrenta fase de captação de recursos (objetivo do lançamento do teaser na SDCC 2010), o filme já estava cheirando a naftalina. Mas é interessante como às vezes precisa vir alguém pra chacoalhar o barco, ainda que inadvertidamente. Em entrevista ao IFC, Giamatti comentou que ele não recebeu mais notícias sobre o filme e que o orçamento provavelmente ainda não havia sido bancado.

Isso acabou gerando uma cueca justa entre os envolvidos e foi o suficiente para o próprio cridor do personagem, Eric Powell, se manifestar em seu blog explicando em detalhes o status (ativo) do filme. O texto inclui até uma mea culpa de Giamatti sobre sua declaração - que, afinal, não estava tão longe da verdade assim.

Na última impressão de David Fincher, também postada por Powell, ele falou sobre a incapacidade da Hollywood corporativa em lidar com um universo tão rico e incomum quanto o do Goon. Mas no final, arremata o tom de incerteza com um olhar esperançoso e decidido ("this atom can be split"... quando crescer quero escrever assim). Por enquanto, a opção para adaptação continua com ele e o Blur Studios.

As prévias do que seria um longa animado do Goon não deixam dúvidas. O filme seria quase tão insano, divertido e badass quanto os gibis.




Se nada acontecer no final de tudo, será uma pena. Mas nada que uma boa recapitulada nos quadrinhos não cure.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Light my fire




Daqui a uns três dias, quando a retina estiver às raias da dilatação total, tente reparar na camiseta fu-di-da que a Mística está usando.

Bônus-déficit de atenção: