segunda-feira, 21 de outubro de 2024
Remember Di’Anno
Se foi, ou melhor, descansou Paul Di’Anno, o eterno ex-vocalista do Iron Maiden. Para quem acompanha notícias sobre o mundo do heavy metal, não foi exatamente uma surpresa. O processo foi público, desgastante e abarrotado de velhas tretas que, inevitavelmente, definiram a sua imagem. Mas sabe o que dizem: quem não tem pecado...
A diferença do cantor para os Dave Evans da vida, é que ele tem dois clássicos absolutos no currículo: Iron Maiden, de 1980, estreia da Donzela, e seu sucessor, Killers, de 1981 – além de um dos LPs ao vivo mais espetaculares do metal, Maiden Japan, também de 1981. Estes serviram, literalmente, como matéria-prima para uma vida inteira.
Outra particularidade de Di’Anno estava em seu estilo vocal. Ao invés de seguir a escola Plant-Dio-Halford de seus pares da New Wave of British Heavy Metal, ele tinha uma pegada que, blasfêmia para alguns, era punk puro. Assim, não punk, puuuunk per se, mas transbordava atitude e crueza melódica. Impossível não associar.
O que não significava desleixo ou ausência de técnica. O hino “Phantom of the Opera” é, possivelmente, a música que melhor sintetiza os conceitos lírico e musical do Iron Maiden. Quiçá, do heavy metal tradicional como um todo. E com a voz assombrada de Di’Anno à frente, essencial.
Normalmente não seria lisonjeiro passar a vida sendo lembrado por duas obras lançadas há quase 45 anos. Mas neste caso, não poderiam haver lembranças melhores.
Essas, não são pra qualquer um.
R.I.P. Paul Di’Anno.
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6 comentários:
Mesmo sabendo que 1 dia iria ocorrer não me impediu de ficar de coração partido. Impossivel p/ mim. Paul foi 1 dos caras que c/ sua postura de palco incendiou a cabeça de muitos adolescentes como a minha. Eterna gratidão.
Paul era a personificação do Badass na época. Mas não fiquei de coração partido, porém. O cara descumpriu as orientações médicas e não seguiu o tratamento como deveria, apesar do quadro gravíssimo (sepse, pneumonia, etc). Já era meio que anunciado...
Mas também sou eternamente grato pelos dois primeiros discos da Donzela (e o ao vivo!). Álbuns de cabeceira desde sempre!
Morei em Uberlândia entre 2017 e 2021, ele fazia show lá um ano sim, o outro também. É sempre ruim quando esses veteranos começam a debandar.
E aí, Marlo!
Pois é... em Vitória e Vila Velha, não exatamente circuitos concorridos, ele também veio várias vezes. Sempre em shows de bar e com banda improvisada.
Mesmo assim, só encontrava no Brasil o apoio e o respeito que há muito não via lá fora...
Abração.
Conversei com uns amigos sobre como nossos heróis estão chegando em idades perigosas, apesar de que o novo também passa dessa pra melhor.
Parece que o Tony Iommi, talvez sentindo na nuca o bafo de uma certa Dama, soltou de uma vez os remixes das parcerias com o Glenn Hughes e o Tony Martin. Deixo o homem trabalhar tranquilo.
Também pensei nisso quando o Iommi lançou essa música nova no YT. E quando liberou os remasters do Tony Martin no Sabá, fase que ele mesmo nunca deu muita bola (lembro até de falar mal em entrevista à Brigade, certa vez). Está nitidamente esvaziando o baú enquanto pode.
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