segunda-feira, 29 de agosto de 2005

SUE STORM E A ERA DE AQUÁRIO


Interessante. Parece que a linha ultimate irá revisitar uma das maiores corneadas das HQs. A capa da edição #25 de Ultimate Fantastic Four já traz a libidinosa Susan Storm se roçando em Namor, o Garanhão Submarino. Aliás, cabe aí uma observação. Apesar do traço sempre maravilhoso do artista Greg Land (da ótima Sojourn), o soberano de Atlântida ficou parecendo um gênio. Aqueles, de garrafa encantada. Deve realizar mais que três desejos para a Sue, com certeza. Sempre reclamosa da atenção de Reed Richards, Sue é um daqueles casos interessantes de personalidade humana bem caracterizada para os quadrinhos.

Inicialmente uma comportada housewife dos anos 60, Sue começou a pirar com a postura comedida e sempre cerebral de Reed. Ela não tinha os poderes do Homem-Aranha, mas começou a subir pelas paredes. Quando Namor a raptou para tê-la como sua rainha, a recusa do início se transformou rapidamente em "taí, acho que eu posso curtir muito tudo isso". Reed se desesperou e precisou da ajuda do cunhado e do amigo da família pra reaver a concha perdida. Obviamente que a inocência e a politicagem correta da época impedia certas considerações mais óbvias, mas hoje fica explícita a motivação de Sue. Namor é um canhão de testosterona. Com músculos esculpidos em mármore e sempre com o torso à mostra, ele era a personificação do básico instinto aos olhos de Sue. E isso era o oposto imediato à racionalização broxante de Reed.

Veio o cinismo dos anos 80, depois a cara-de-pau dos 90, e agora a putaria ideológica do novo milênio. Vale lembrar que Sue é bem mais jovem na versão ultimate, o que nos remete novamente à analogias com a realidade. É o fim do elemento "dona-de-casa" e o início de uma era de terror para os Reed Richard's enrustidos, sempre imersos em projetos pretensiosos e compromissos "mais importantes". Coincidentemente, também é o início da Era de Aquário. Cuidado com o tubarão.


Uma das HQs mais emblemáticas sobre a questão é justamente Marvel Knights - Fantastic Four: 1234*, da abençoada dupla Grant Morrison/Jae Lee. Morrison é tão genial, mas tão genial, que tocou neste assunto e o esgotou sem que ao menos ele fosse o tema principal. E ainda elevou ao máximo outras questões já esperadas, como a autopiedade crônica de Ben Grimm e a concorrência até o limite entre Reed e o Dr. Destino. Também iniciou um certo bafafá relacionado ao mau-humor de Johnny, que alguns relacionaram à um suposto tesão reprimido que ele sente pela irmã. Sinceramente eu não vi isto aqui não, mas vindo de Morrison... vai saber. :)

E Jae Lee. Vai desenhar assim lá no caixa-prego. Puta que o pariu. Jae Lee é daqueles que quando eu leio algo desenhado por ele, dá vontade de mandar à merda todo mundo que se diz desenhista (principalmente seu quase-xará, tão bajulado).

* Não sei quem escaneou a revista (em pdf). Nos créditos tinha um "e eu" anônimo, logo abaixo do nome do Fernando Lopes. E o Luwig já a disponibilizou certa vez. De qualquer forma, muito obrigado ao "soldado desconhecido". :)


Putz... até o Bruce Timm sacaneou



HAJA BAIGON


Pois é. Esse é o Galactus Ultimate. Ou melhor... o Gah Lak Tus. Daí pode sair algo genial ou algo bem podre. Depende do background que fizeram pra ele.

E não é um só não. Parece que será uma infestação de Gah... Lak... Tus's.


Nas palavras de Warren Ellis:

"Galactus is not a big guy in a purple helmet, Galactus is a big and scary and alien and not at all what you'd imagine. Galactus is a thing that scourss inhabited planets for life. A 100-foot-tall guy in a Death Star isn't totally convincing in that gig. And you don't defeat him by beating him up or waving a little gadget at him."

De repente Ultimate Extinction virou obrigatório. Que coisa não?


dogg ama e apóia essa nova frente de abertura feminina. E já treinando para o show do Nine Inch Nails, em novembro. With Teeth é o discaço que me serviu de trilha para essas linhas.

Acho que este é o post mais esquisito que já escrevi.

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