
"Sua música pode ser descrita como zombiecore - uma tétrica fusão de thrash metal e punk hardcore moderno, contaminado e desfigurado por uma obsessiva fascinação por filmes B de mortos-vivos."
Os ingleses do Send More Paramedics talvez sejam os caras mais dedicados à "cultura zombie" dentro do circuito rocker atual. Eles levam a coisa à sério mesmo. Nos shows, os integrantes sobem ao palco devidamente caracterizados como mortos-vivos putrefactos - menos o baterista, que usa uma daquelas máscaras mexicanas de luta-livre (o que é tão trash quanto). As letras, verdadeiros relatórios de guerra narrando com detalhes um apocalipse canibal-zumbístico. E as músicas são abarrotadas de samplers com diálogos de filmes clássicos do gênero, como A Noite dos Mortos-Vivos, Dia dos Mortos, Zombie, etc. Fora o próprio nome da banda, tagline clássica de A Volta dos Mortos-Vivos. É a trilha sonora perfeita para um clip com trechos de filmes do George A. Romero.

Citar algum destaque é meio complicado, já que o CD 1 inteiro é um fôlego só. Mas na próxima festa punk que eu armar, tem de rolar The Crowd Is Crushing Me, Blood Fever, Virulence, Anthropophagi, Vital Signs e I Am Every Dead Thing. Sensacionais. Já no CD 2 a coisa atinge um nível de sofisticação inesperado. Trata-se de uma trilha instrumental com quinze faixas incidentais assustadoras, à John Carpenter, com toda aquela atmosfera tétrica horripilante de filme de terror.

Pra ouvir enquanto recarrega uma 12 com cano serrado e, munido de martelo, pregos e umas ripas de madeira, sela um barracão cercado por centenas de mortos-vivos pútridos com os estômagos necrosados roncando por tripas frescas. Hell yeah!
"Braaaaiinnss... braaaaiinsss..."
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