Na zaga: Cook Craig, Ambrose Kenny-Smith, Michael Cavanagh e Lucas Harwood; No ataque: Stu Mackenzie e Joey Walker
Era mais fácil acertar na loteria do que antecipar o sucesso atual do King Gizzard & the Lizard Wizard. Esperaria isso de outras bandas cult ad eternum, tipo Gallon Drunk, The BellRays ou até o Squirrel Nut Zippers. Mas a evolução das espécies – e da indústria musical – tinha outros planos.
O sexteto australiano foi fundado por Stu Mackenzie, Joey Walker e pelo ex-integrante Eric Moore em 2010, quando estudavam indústria musical na Universidade RMIT, em Melbourne. Conheci em 2019, no pesadão Infest the Rats' Nest. Desde então, o grupo não saiu mais do play e das minhas listas de melhores do ano. E afirmo isso da forma menos deslumbrada possível, visto que os caras são ratos (ou lagartos) de estúdio: só em 2022 eles lançaram cinco álbuns. Contando com o excelente Flight b741, lançado este mês, eles já contam com 26 discos de estúdio. E olha lá se não desovaram mais algum enquanto termino de datilografar.
O mais impressionante é que cada registro trafega por um gênero diferente. Tem pra todo mundo: rock psicodélico, heavy metal, stoner, thrash metal, garage rock, space rock, música eletrônica, progressivo. E sem perder a identidade.
Mas nada é ao acaso. Além de multi-instrumentistas impecáveis, são operários 24/7, trabalhadores heavy duty. E é evidente que souberam, como poucos, ressignificar a desconstrução do disco ao seu favor.
O resultado são os shows concorridíssimos das últimas turnês – sold out na Europa e agora, nos Estados Unidos e Canadá. Ao que consta, o cachê atual da banda gira entre 150 e 300k (Bidens, of course) para datas na América do Norte. Abaixo da linha do Equador, deve ser o triplo do valor mais os rins e as córneas do público.
Mas até nisso o grupo resolveu subverter e está transmitindo cada apresentação do atual rolê em lives no seu canal do YouTube. A ação é qualquer coisa de espetacular. Seguem os shows de sábado e domingo últimos.
De Cleveland/Ohio a Newport/Kentucky são 402 km. Deve ter sido um corre daqueles. 24 horas de busão, toneladas de equipamentos, seis abençoados mais equipe. Operários mesmo.
Logo mais, tem outro.
Ps: as lives são removidas na sequência, mas sempre tem um samaritano que reposta. Lógico que não devem durar muito também.
5 comentários:
De cara com a versatilidade e produtividade do time. O último disco é um passeio pelo Foghat, Blue Oyster Cult e que tais.
Do lado de cá, estamos em uma dieta à baste de Doom/Gothic, revival setentista e Country melancólico: Paradise Lost, Cross Purpose/Forbidden do Sabbath, Rival Sons e Wesley Dean não saem do play do Spotify.
E fica melhor a cada audição. Garantidaço no próximo ZdO.
Tem um tempo que não ouço o Dean. Vou revisitar.
Já que está nessas de doom/occult rock, tenho ouvido bastante os novos do Hail Darkness e The Lunar Effect. Recomendo.
Aproveitando, já arrumou outra válvula de escape por aí? Me mantenha informado.
O Lunnat Effect um primo recomendou um tempo atrás. Um quê de Soundgarden né não? Gostei. Hail Darkness não conhecia, parece ser capirotagem daquelas.
RAPAZ, por ora vou ficar off-line mesmo, tava até comentando com o Luwig. Já vinha dando um tempo de entrar e postar no Twitter. Veremos.
Ê, BICHO, sou eu aí em cima 😂 Não sei o que houve, acho que porque comentei na versão mobile.
Isso. Vi no KagaGastão, que tem grandes dicas toda semana.
O HD tem um lance folk psicodélico misturado à Sabbathzeira que deixa a coisa ainda mais, digamos, luciférica... Às vezes lembra o Coven, aquela banda que fazia capirotices pré-Sabbá.
Ah, e com certeza você já deve ter conferido o novo (e último?) do Willie Nelson, que tá uma uva... disco lindaço.
Pô, era bem legal o que você postava. Fazia a diferença. Inclusive ia papear sobre aquele Tex Platinum #22, do romance proibido entre um toureiro e uma moça da família dos Montoya (sobrenome vilanesco #1 de bang bang!), que havia acabado de ler também, mas me atrapalhei com a senha. De novo. Depois fui procurar o tuíte e cadê que acho.
Mas veje aí. Abração!
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