quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Zombie de Ouro 2023


Podia estar matando, roubando ou tentando emplacar um canal de YouTube no esgotaréu de influencers que lá se acotovelam (gah!). Mas não. Sigo postando num blog em 2023 como se estivesse em 2003. Que um raio me parta se o BZ não é à prova de novos tempos. Pena que nem tudo é alegria.

Ver quase todos os blogs parceiros se extinguindo/migrando/caindo na real foi uma merda (o blogroll aí ao lado virou um cemitério, preciso revisar). E ver de longe as turbulências-monXtro de outras plataformas me fez sentir como um náufrago numa jangada sendo que a única terra à vista é a Ilha da Queimada Grande. Prefiro arriscar minhas chances com Poseidon.

Outra coisa que anda saindo cara: o esforço-benefício. Alguns posts mais ambiciosos à moda antiga – ainda sobraram alguns deles – resultaram num belo choque de realidade. É difícil mudar o mindset, porém cansei de jogar trampos de semanas no vácuo. E “muito trabalho e pouca diversão...”

Mas isso é por minha conta. O que não faço é terceirizar o abacaxi, à Dorival Lopes. Sério, o que foi aquilo? Não iria mal uma autocrítica e uma ou outra dica de RP de seu sócio Hélcio de Carvalho – esse cara manda bem.

Mark Millar, por sua vez, prefere fazer limonadas ao invés de choramingar: moveu todo o catálogo de seu Millarworld para a Dark Horse – deu até na Forbes. Um verdadeiro masterclass. Pensou que aquele 'M' era de Mythos?

O mesmo não se pode dizer da Emil Ferris, que tomou um processo da Fantagraphics sobre a obra Minha Coisa Favorita É Monstro. O caso é complexo, mas se ela realmente tirou só 12 mil dólares (em prestações de $ 750) daquele sucesso monstruoso, inclusive no Brasil, é porque tem algo muito errado nessa Fanta.

O que ainda é fichinha perto da situação em que se encontra o quadrinista Paul Jenkins, alvo de um picareta online profissional. Ele perdeu praticamente tudo, inclusive aposentadoria e os fundos escolares dos filhos. Um GoFundMe foi aberto e o amigo Mark Waid está ajudando a espalhar a palavra.

No universo Metal BR, uma pequena deselegância: o infame Pix da Fernanda Lira, da Crypta. Se todos saímos mais fortes depois dessa, ela deve ter virado a Mulher-Hulk. Amo a Fernandinha. Beijo e parabéns pelo discaço. Mas e o Quico?

Nem o recalcado mais azedo poderia antever a saída não-assumida de Kiko Loureiro do Megadeth. Na verdade, ele nem saiu, ele se dissipou. Nunca vi uma retirada tão abstrata, tão etérea, com os dois lados tergiversando ao extremo em seus comunicados. Ao menos não foi demitido pelo Dave Mustaine e isso é algo para se colocar na lápide.

Falando em lápide, a voadora no peito do ano foi o anúncio da tour de despedida do Sepultura – exatos 10 dias após Max Cavalera levantar aquele cartaz durante um show. A mandinga do Mendigo é braba, bicho. Mas Andreas Kisser, o capitão, não podia estar mais de boa. 2024 será a última chance de conferir ao vivo nosso maior case de sucesso. Depois disso, quem viu, viu. Eu já vi.

Mas duvido que a turnê será mais polêmica, perigosa e bizarra que a passagem da Taylor Swift pelo Brasil. Um dia preciso ver um doc com os bastidores disso.

Depois de tanto drama, nada como recordar o mais recente porradeiro show do grupo The Brian Jonestown Massacre, com o cantor Anton Newcombe partindo pra cima do guitarrista Ryan Van Kriedt. Vergonha alheia do ano. Não pela briga, mas pela péssima qualidade da briga. Pareciam duas ginasiais puxando as trancinhas uma da outra, fala sério.

E às vésperas de completar 20 anos de blog, só me resta uma coisa...


SOM NA CAIXA!



Playlist do ano

* Não vale discos ao vivo ou discos regravados, salvo nas menções honrosas


Vamos tirar logo os dois elefantes brigões da sala: apesar de ser um grande produtor de vergonha alheia, The Brian Jonestown Massacre também produz uma música espetacular. Este The Future Is Your Past é seu 20º disco. O som é uma muito bem resolvida mescla de psicodelia, blues, country, folk e garagismo dos sixties. Altamente explosivo, mas nem um pouco impulsivo, vale salientar.





Games of Power é o 2º disco do Home Front. O duo é de Alberta, Canadá, e mostra que passou a adolescência inteira consumindo synthpop seminal (Suicide, Fad Gadget), pós-punk de elite (Echo, Cure, New Order do início) e hardcore da classe operária (Fear, Agnostic Front). Tudo processado por uma guitarra chapada, um tecladinho chumbrega e uma bateria eletrônica vagabunda. O fino.





O álbum instrumental In Between Thoughts... A New World da badalada dupla mexicana Rodrigo y Gabriela é uma delícia. Com discreta virtuose e um charme absurdo, o som traz a aura mariachi combinada ao clima de trilha western, mas com um sotaque multicultural e até mesmo pop. Irresistível.





Make Them Beg for Death é o nono álbum dos veteranos do Dying Fetus. Na verdade, da formação original só ficou o guitarrista e vocalista John Gallagher, que divide os deveres guturais com o baixista Sean Beasley. O batera Trey Williams completa a line-up e responde pela dorsal do technical/brutal death metal do trio. O cara é um monstro. Só as levadas death-com-groove das batidas já valem o disco. Bolachinha insana, violenta e eletrizante, como se deve.





Na ativa desde 2008, o quarteto do Brooklyn The Men tinha inicialmente uma pegada noise. Ao longo da estrada, foi incorporando e lapidando influências até chegar neste 9º álbum, New York City. O disco traz uma mistura de rock 'n' roll, proto-punk e garage rock (mais pra New York Dolls que pra Stooges). Diversão back to basics em estado bruto.





Disco Normal é o 4º disco anormal do Test, fora registros ao vivo, splits e EPs. Segundo o release, foi "gravado nas ruas, embaixo de viaduto, dentro de vagão de trem, com microfones experimentais" e é isso aí. Só que bem mais. Aqui, a chinelagem grindcore do duo paulistano atinge status de arte. É um obelisco de transgressão vanguardista foda pra caralho. Ganhou até doc. Se continuar assim, o próximo rolê será de Kombi elétrica.





Qualquer disco novo do nigeriano Omara "Bombino" Moctar é garantia de audições infindas, sempre descobrindo algum detalhezinho novo em seu blues desértico. Com o novo Sahel não é diferente. A sonoridade está mais sofisticada, aveludada e, por que não, radiofônica ou seja lá o que rolam nas FMs tuaregues. De um jeito ou de outro, o teleporte sensorial é executado com sucesso. Boa viagem.





Tell Everybody! 21st Century Juke Joint Blues from Ease Eye Sound foi produzido e lançado por Dan Auerbach (da dupla The Black Keys) no seu próprio selo, o Ease Eye. Claro, tem lá uma faixinha própria e mais uma da banda-mãe, mas as demais são de blueseiros veteranos (Glenn Schwartz, Robert Finley [o senhorzinho simpático da capa]) ao lado de novatos promissores (Gabe Carter, Nat Myers). O disco é um tesão. Uma pena não ser duplo, triplo!





"Em fevereiro de 2023, o produtor musical e ganhador do Grammy Ian Brennan viajou até o Mississippi para gravar com detentos da famosa Prisão Parchman..." E assim começa o release sensacional no Bandcamp do álbum Parchman Prison Prayer: Some Mississippi Sunday Morning. O disco, majoritariamente a capella, traz versões de louvores gospel famosos, mas com algumas incursões blues, soul e spiritual. O resultado é incrível, dadas as condições – Brennam negociou por três anos para conseguir permissão para apenas algumas horas de gravação, com pouquíssimo ensaio e sem qualquer overdub. É algo a se pensar: Parchman é uma prisão de segurança máxima, então as estrelas aqui são figuras pra lá de barra-pesada. Ainda assim, foram protagonistas de um disco que soa nada menos do que celestial em cada uma das faixas. Esse mundo é complicado. Mas com alguma redenção.





Desde 2019, com o bacanudo EPzinho Breadcrumbs, Alice Cooper vem revisitando suas raízes hard garageiras de Detroit em detrimento dos cacoetes groove metal modernex das últimas décadas. Felizmente. Tia Alice ainda tem cacife de sobra e estava perdendo um tempo precioso tentando agradar a molecada. O novo Road – título sintomático – mantém a tocada e poderia tranquilamente ter sido lançado entre o Billion Dollar Babies e o Muscle of Love. E isso é um puta elogio.





PetroDragonic Apocalypse; or, Dawn of Eternal Night: An Annihilation of Planet Earth and the Beginning of Merciless Damnation (porra!) é o disco mais metal do King Gizzard & the Lizard Wizard desde Infest the Rats' Nest, de 2019 – não por acaso, o último deles a figurar num ZdO. De lá pra cá, a banda virou sensação "indie" e viu seu cachê disparar com shows concorridíssimos Europa afora. A banda não segue regras (os cinco discos lançados ano passado são uma bela evidência) e trafega pela psicodelia, pelo progressivo, pelo space rock e pelo metal sem a menor cerimônia e com desenvoltura ímpar. Esse disco, por exemplo, é Killing Joke curtido em thrash metal progressivo. E eles também lançaram outro álbum este ano, de electropop. Doideira.





Com Shades of Sorrow, o quarteto Crypta chega ao seu segundo (e melhor) disco dando uma bela bicuda na bolha. Puramente pela música, é um dos registros death metal raiz mais engenhosos e sofisticados do ano, aliando elementos thrash, black e gothic ao mix. Talento, que é o mais difícil, as meninas já têm e de sobra. Agora é só uma questão de tempo para aquele almejado stardom metálico...





O que comentar sobre o californiano Rival Sons que já não insisti mantricamente por aqui variadas vezes? Darkfighter é a melhor mistura de Free e Led Zeppelin que você irá encontrar. E o impressionante vocal de Jay Buchanan segue no topo do Everest Rock and Roll. A banda também lançou um EP, Lightbringer, menos british invasion e mais Top 40 da Billboard. Ventos da mudança?





Este é a trilha sonora da casa desde o dia em que saiu. State of Emergency, do Prong, segue tão impactante quanto da primeira vez – já rascunhei umas linhas a respeito com o dito cujo rolando no volume 11. Um dos pontos altos da banda e o que melhor condensou seus 37 anos de experimentações sonoras.





Se a volta do L7 aos discos ficou (muito) a dever, o mesmo não se aplica ao Girlschool. As veteranas da NWOBHM (45 anos de estrada!) nunca pararam de fato, só reduziram o ritmo de lançamentos – como todos neste mundo novo, aliás. WTFortyfive? é o primeiro álbum em oito anos e parece que isso só aumentou a fome de bola das meninas, que ainda contam com a frontwoman Kim McAuliffe e a baterista Denise Dufort da formação original. Garra, velocidade, peso e a produção supercoesa funcionando em perfeita sintonia. Também tem a participação de uns garotos – Duff McKagan (Guns N' Roses), Joe Stump, Phil Campbell (Motörhead) e Biff Byford (Saxon). Mas nada que atrapalhe as estudantes.



Menções honrosas:

Cavalera Conspiracy - Bestial Devastation & Morbid Visions
Nervosa - Jailbreak
Buffalo Nichols - The Fatalist
Chris Stapleton - Higher
Wayfarer - American Gothic
KEN mode - Void
The Rolling Stones - Hackney Diamonds
Autopsy - Ashes, Organs, Blood and Crypts
Iggy Pop - Every Loser
Krallice - Porous Resonance Abyss
Suffocation - Hymns from the Apocrypha
Mudhoney - Plastic Eternity
Wolves in the Throne Room - Crypt of Ancestral Knowledge
Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs Pigs - Land of Sleeper
Cannibal Corpse - Chaos Horrific
The Lion's Daughter - Bath House
Mutoid Man - Mutants
Queens of the Stone Age - In Times New Roman
Helmet - Left
The Heavy - AMEN


Gibis do ano

* Mais regrinhas: só vale material inédito e séries lançadas este ano (portanto, nada de Ken Parker ou Maggie, a Mecânica)... malditas regras!


Bruxas, Minhas Irmãs (Veneta), da pioneira dos quadrinhos franceses Chantal Montellier. Uma jornada semidocumental graficamente riquíssima – a veterana ainda desenha um absurdo – e com uma visão inusitada dos medos e ansiedades sociais frente ao poder feminino. Reli algumas vezes desde que saiu e, olha, ainda não terminei meu relacionamento com a obra. Provavelmente nunca. Atemporal.



Mais gibidoc®: O Efeito He-Man (Editora Mino), de Brian "Box" Brown, vai ainda mais longe ao convergir o zeitgeist da nossa geração – fim dos 70's/início dos 80's – com a indústria avassaladora dos Mestres do Universo & Cia. Na real, no fundo, já sabíamos disso tudo, mas nada como uma pesquisa sagaz e bem fundamentada para entregar os detalhes sórdidos. HQ-referência, daquelas para deixar sempre ao alcance da mão.



A bela As Muitas Mortes de Laila Starr (Devir), com roteiro de Ram V e desenhos de Filipe Andrade. Li há alguns meses e imediatamente escrevi sobre, mas sinto como se tivesse sido há algumas horas. No quesito "leitura rápida e duradoura" não teve pra ninguém.



Ar-Men: O Inferno dos Infernos (QS Comics) é uma obra-prima visual do premiadíssimo quadrinista francês Emmanuel Lepage. Para mim, ainda é impossível passar uma página em menos de dois, três minutos. A arte é de sobrecarregar as retinas. Nunca vi um mar tão vivo e exuberante. É um personagem ativo da graphic, que acompanha as gerações que se arriscaram no Farol Ar-Men, um dos mais isolados e perigosos do mundo. Uma experiência memorável.

"Ah, mas é da QS Comics." C'est la vie...



Essa foi aos 49 do 2º tempo: A Bela Casa do Lago - Volume Um (Panini), de James Tynion IV com desenhos de Álvaro Martínez Bueno e cores de Jordie Bellaire. Um grupo de amigos e/ou conhecidos está confinado numa bela casa do lago enquanto algo muito estranho acontece no mundo. Tynion 4º prende o leitor com uma gravata, o traço do espanhol Bueno é muito mais do que bueno e as cores orgânicas da Bellaire são vitais para a narrativa. Levou um Eisner brincando, pelo visto. O volume 2 nacional ainda está em pré-venda. Pergunta se aguentei esperar.



Cena do Crime (Editora Mino), de Ed Brubaker, Michael Lark e Sean Phillips, lançada originalmente em 1999. "Foi aqui que tudo começou", informa o release da Mino ao descrever o embrião de Gotham DPGC e Criminal, entre outros. Talvez por esse estágio ainda inicial, fica mais evidente a paixão do trio pelos romances de James Ellroy, Elmore Leonard, literatura pulp e cinema noir – ou assim parece. É um Bruba ainda não envelhecido completamente no barril de carvalho francês, mas a leitura já é de primeira. E ponto para os extras da edição também.



Infiel (Pipoca & Nanquim), de Pornsak Pichetshote com arte de Aaron Campbell e cores de José Villarrubia é um exercício de estilo sobre racismo e xenofobia. Em muitos aspectos, lembra a transposição para o terror de temas sociais feita em filmes como O que Ficou para Trás (His House, 2020) e na franquia Candyman. E é tão perturbadora e incômoda quanto. Narrativamente impiedosa e graficamente impecável, foi uma das leituras mais pungentes do ano.



Vira-Lata Virador (Nemo), de Grégory Panaccione. Me emocionei demais com essa adaptação do Panaccione (da também lindíssima Um Oceano de Amor). E além do mais, sou uma pessoa-cachorro. Não deu outra: virou HQ do coração. Essa é para comprar regularmente e sair presenteando por aí.


Série(s) do ano


Não fui um grande consumidor de séries novas em 2023 – assisti mais reprises de Os Pioneiros e Star Trek clássica que qualquer coisa pós-milênio, fácil. Mas me surpreendi com algumas produções recentes, como The Bear, que estou inciando agora. Em termos de experiência completa, não teve para ninguém: Silo, com sua produção caprichada, história intrigante e a entrega excepcional de Rebecca Ferguson rendeu até post entusiasmado por aqui; e Loki, que, Odin queira, fechou espetacularmente a jornada do (anti-)herói asgardiano e do megavilão Kang, com atuações soberbas de Tom Hiddleston e do canceladão Jonathan Majors. Empate técnico.


Desenho do ano


Scavengers Reign, de Joseph Bennett e Charles Huettner, e Unicorn: Warriors Eternal, do Genndy Tartakovsky, elevaram a régua das animações de 2023 até a estratosfera. Mas foi a produção franco-americana Blue Eye Samurai, de Amber Noizumi e Michael Green, que, lá do firmamento, tocou este coraçãozinho louco por Blade: A Lâmina do Imortal, Vagabond e Lobo Solitário. Ansioso pela próxima temporada.


Filme do ano


No One Will Save You, de Brian Duffield. Não é o melhor filme que assisti em 2023 (este posto é dividido por The Quiet Girl e Aftersun, ambos de 2022), mas ainda causa arrepios pelo tanto que foi feito com tão pouco, pelo desenlace inesperado – e absolutamente genial – e, principalmente, pela performance visceral da atriz Kaitlyn Dever. É de tirar o fôlego. Literalmente.


Menções honrosas:

Guardiões da Galáxia Vol. 3 (Guardians of the Galaxy Vol. 3, James Gunn)
Batem à Porta (Knock at the Cabin, M. Night Shyamalan)
Fale Comigo (Talk to Me, Danny & Michael Philippou)


Perdi alguma coisa? Gentileza informar na caixa de comentários sugestões.

Até a próxima, amiguinhos!

21 comentários:

Tulio Roberto disse...

Nunca perco um ZdO!!
Principalmente pelas dicas musicais, um farol no oceano estéril que é o maimstream.
Visito o BZ periodicamente!

Luiz Carlos Marcolino disse...

Salve Doggma! Nunca gostei das "festas de fim de ano", até conhecer o ZdO. Black Zombie e Cidade Fantasma são as minhas portas de entrada na internet. Vida longa e próspera!

Anônimo disse...

Uau. Acho q vc só tem em um álbum comum com a crítica mainstream.

doggma disse...

Valeu, Tulio!

Se tiver alguma dica aí também, sou todo ouvidos.

Abração!

🥂 🥂 🥂 🥂 🥂

Luiz, apesar do trabalhinho de editar fotos, caçar imagens, etc, fazer esses Zombies de Ouro é muito divertido. É uma via de mão dupla!

Abração, muita saúde e excelente 2024!

🥂 🥂 🥂 🥂 🥂

Anônimo, putz, achei que houvessem mais (não conferi as listas ainda para não ser influenciado). Mas atiçou minha curiosidade. Qual foi esse álbum?

Um ótimo ano novo!

Marcelo Andrade disse...

Salve Dogma! A tão aguardada lista. Boa parte dos filmes series já peguei, os livros não e HQs vou continuar devendo agora as musicas...adorei o Prong e o, Alice, sempre será aquela entrega com qualidade. O restante vou com calma (ainda processando o Ifriqiyya Electrique) pq e o recomendavel. Bom começo de ano p/ vc e sua familia!

Luwig Sá disse...

Aquele comentário lá em cima sobre o seu blogroll ter virado um cemitério... doeu. O pior é que ando saudoso pra caramba dos tempos de Pulse. Achei arquivos de texto num velho CD Rom, de quase 20 anos atrás, cerca de 70 páginas de Word em espaçamento simples e fonte Câmbria 12.

Quer dizer, de muitos anos pra cá, acabei usando o Twitter como um substituto espiritual p/o blog na minha vida. Sempre acabo resenhando e metendo as coisas que eu faria num blog, por lá, no "microblog". Mas aquilo ficou insustentável desde Elon Musk. Por outro lado, as pessoas também não ajudam.

O próprio Neil Gaiman* vem dizendo que os blogs estão voltando... e eu começo a encarar os fatos com melancolia. Nunca deveria ter descontinuado a minha própria bagaça. Vc é um herói da resistência. Não se passa uma semana sem eu vir aqui dar uma olhadinha no que estás fazendo. É ritualístico. Como escovar os dentes. Chega dezembro, eu já fico atualizando pra ver se o Zombie de Ouro saiu.

De gibis, sou todo cagado. Nunca consigo acompanhar em tempo real os lançamentos do ano. Mas em 23, minha leitura gibizeira favorita, sem dúvida, foi o Surfista Prateado do Dan Slott e Mike Todovermelho.

Filme, foi o Sede Assassina (To Catch a Killer), do mesmo Damián Szifron de Relatos Selvagens. Série animada, empatamos com a Mizu. Série live-action, For All Mankind, também conhecida como a melhor série do universo.

Abração, parceiro.
Bom 24 p/ ti e os seus.

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(*) https://calnewport.com/neil-gaimans-radical-vision-for-the-future-of-the-internet/

doggma disse...

Fala, Marcelo!

Pegou pesado puxando o Ifriqiyya. Até hoje uma das trips mais densas e cabulosas que já encarei. Afrofuturismo from hell.

Um ótimo ano para você e todos aí. Abração!

🛡️🗡️🛡️🗡️🛡️🗡️🛡️🗡️🛡️🗡️

E aí, Luwig!

Te digo fácil que você é uma das pessoas que mais sinto falta nesta plataforma. Fora a broderagem (essencial), você tem o bendito do conteúdo. Dos melhores, sempre. E te conhecendo um pouco, sei que Os Escapistas e o X têm um papel importante, mas não para uma, digamos, catarse completa. Aí é que entra essa brincadeira sem limite de caracteres e com total autonomia.

Garanto que a satisfação pessoal segue a mesma. O entorno é que mudou. Não nem é sombra do que já foi e é o oposto diametral daquele Retwitted Fest/Likepalooza do X. Isso impacta, querendo ou não. Mas ainda existem alguns malucos que curtem um papo de boteco em caixas de comentários - que, vamos combinar, são um horror para agregar novos visitantes.

É provável que o Perpétuo Gaiman tenha pincelado o futuro aí. No meu caso, acho necessário encontrar um meio-termo entre as duas dinâmicas. Algo como o que você fazia - e bem - no Cag@mba >>

https://web.archive.org/web/20040408081019/http://cagamba.zip.net/index.html

Não consegui ainda, mas um dia chego nesse 2004.

Um excelente ano com muita saúde pra você e seus entes queridos, meu amigo!

lendo à bessa disse...

Meu amigo, você é um herói. Largue isso aqui não. Bato ponto por aqui desde 2004 ou 2005, quando tu passa de semanas sem postar já fico preocupado. Fique firme que o público é sedento.

Vamos ao que interessa. Como sempre, despejas sons que a maioria me é estranha - o que é ótimo, Khruangbin e Black Stone Cherry conheci por aqui no ainda recente 2018 e no já distante 2006, respectivamente; de pronto, assim de cabeça, escutei bastante Southern/Country Rock em 2023: Kingswood, Chris Stapleton e Robert John & The Wreck estão no play ainda em 2024, assim como os novos do Jared James Nichols e ds surpresas que foram as brazucas Electric Mob e Hurricanes.

De leitura, foi muita Saga, Vintage e Edição Definitiva. Meus xodós continuam sendo Saga do Batman e Starman do James Robinson, e o finzinho do ano foi marcado pelo Lanterna do Geoff Thorne que é um achado, space opera de extrema qualidade; vale destacar ainda Regresso ao Éden, Dias de Areia, Como Antes, Pai de Mentira e Monstros. No cercado dos livros, as pancadas foram O Conde de Monte Cristo, O ROMANCE DE AVENTURA mor, tem de tudo ali, e Meridiano de Sangue, que me deixou ruminando a ruindade do ser humano por dias.

Filmes: o exercício de estilo de paganismo que foi O Homem do Norte, o body horror sensível de Você Não Estará Só, a jornada de ascensão e queda de figuras fictícias da proto-Hollywood em Babilônia e os belos horrores de Fale Comigo e Barbarian; de série sou péssimo: fiquei em Cangaço Novo e Planeta dos Abutres, ambas belas e cruéis.

No mais, penso que foi isso. Lembrando de algo, passo por aqui. E nessa volta, aguardo mais postagens. Grande abraço e um aprazível 2024, meu camarada. Avante!

José Marcelo disse...

Como sempre, uma lista impecável, ano a ano.

Luwig Sá disse...

Que resgate, hein? Nesse tempo, eu redigia com o fígado e não olhava duas vezes para o que saía. Lembro que os primeiros textos foram sobre uma experiência de quase morte num carnaval doido da vida. Estava numa canoa tomando cerveja quando a danada virou no meio do açude e, só Kirby sabe como, consegui chegar na beirada. Cinco minutos depois estava falando de gibis e descobrindo a existência do BZ, Alcofa Millennium e outros anciões dessa Era de Ouro.

Bons tempos. Tá me dando vontade de voltar a eles.

Abração, amigo.

doggma disse...

Valeu, Do Vale!

Anotados o Kingswood, o RJ & TW, o JJ Nichols (primo do Buffalo Nichols, rs?) e os brazucas. Muy grato!

O Stapleton novo deveria estar nos selecionados, sou uma besta mesmo. Ouro puro.

O ômi cantando o hino no Superbowl emocionaria até o Khrushchev >>

https://youtu.be/WFKXJ091Ed4

Aproveitando, ando ouvindo bastante Blackberry Smoke e The White Buffalo. Southerns delícia.

Uma hora vou ter de encarar O Conde de Monte Cristo além da versão eternizada pelo Richard Chamberlain... Também me aventurei por veredas mais clássicas esse ano (daí nenhum livro na lista) e vou querer post disso mais pra frente.

Excetuando Monstros, estou na pilha por todos estes, em especial o do Ollmann.

Babylon foi como se o Chazelle tivesse assistido O Lobo de Wall Street e ouvido o diabinho falando "e aí, que tal enfiar o pé na jaca PRA VALER?" hahah

E a homenagem ao cinema numa das últimas cenas foi de arrepiar. Puta experiência cinemática. Só não entrou porque não era desse ano.

Abração e um 2024 com muita saúde para você e todos aí, meu querido!

🎯 🗡️ 🏹 🪓 🛡️ 💪🏼

Brigadão, José Marcelo. Mas tenho certeza que toparei com algo sensacional por aí que deveria ter entrado. Sempre acontece!

Ps: sou fã d'O Ancião.

🎯 🗡️ 🏹 🪓 🛡️ 💪🏼

Então, Luwig, ainda mantenho contato com algumas sumidades da época (o Eudes, o Rodrigo Schmidt, da Toca do Lobo), mas agora em dinâmica quase alienígena: no Facebook.

"Estava numa canoa tomando cerveja quando a danada virou no meio do açude..."

Nem em um bilhão de anos conseguiria imaginar uma gênese dessas. O troféu é teu. Até pela sobrevivência a braçadas com álcool no bucho.

E sim, precisamos escrever mais com o fígado!

(mas sem esquecer aquelas relíquias nas 70 páginas de Word em espaçamento simples e fonte Câmbria 12... pelamor, edita logo e publica!)

Luwig Sá disse...

Maldito! Atualize a droga do blogroll:

https://thepulseluwig.blogspot.com/?m=1

rock4you disse...

Salve Dogma !!!


Vc foi ao sul do Paraiso ao norte com Dying Fetus e Parchman (a proposito, provavelmente, foi o primeiro disco de gospel que escutei na vida rs) . Dying Fetus não tinha escutado ainda esse novo play, moedor de tripas em grande estilo, sem dúvidas merece estar em qualquer lista que se preze .
King Gizzard esse cheguei a escutar é um colapso musical sem precedentes dá até vontade de se submeter a ir no Lollapalloza para vê-los ao vivo (apesar que esse show funcionaria 1000 x melhor em local fechado ).
Acrescentaria nessa lista o novo do Metallica que tirando you must burn junto com última música (que é chata e cansativa ) foi um dos discos que mais escutei do ano com uma pitada do novo do The Hives.
O ano de 2023 não escutei muita música (bem/mal-ditos quadrinhos rs) Falando neles a melhor leitura que fiz de HQS em 2023 sem duvidas foi Chew pelo aspecto originalidade e até mesmo pela arte , junto com a música de Marie que é bem light com um final de "explodir cabeças". Menção honrosa a Peter Pank por toda a loucura que ele apresenta. Já infiel devido as críticas confesso que esperava mais, pois venderam algo como (um dos títulos mais surpreendentes de terror de todos os tempos) e achei bem razoável. Adicionarei os outros indicados na lista.


Silo sem dúvidas é sensacional te prende atenção do início ao fim, Ninguém pode te salvar estaria na minha lista caso eles tivessem caprichado mais nos efeitos especiais dos aliens. O vencedor do Zombie de ouro para mim foi a primeira hora de beau tem medo , mesmo o filme entrando em uma descendência sem volta e perdendo a dinâmica a primeira hora é perfeita e prende atenção totalmente do telespectador com todo cenário caótico que o cerca.
Um excelente 2024 para com muitos cérebros para todos nós. Grande AbrXXX

Tulio Roberto disse...

Luwig!!!! Vc não sabe como o PULSE faz falta! Mas tb sei como é difícil voltar a uma atividade que ficou pra trás, mas se voltar, avisa! Pois vai ser parada garantida nas minhas visitas diárias.

Paulo Bala disse...

Velho, o final de "No One Will Save You" é sensacional e quanto menos souber melhor.
Quando assistia "O Samurai de Olhos Azuis" eu pensava, não lembro de nenhum live action com personagens que consigam transmitir tanta densidade emocional. Os animadores, certamente, tem um mérito enorme no resultado, isso somado a um história "compelling". Não sei se você está no X (twitter), mas I would subscribe no teu canal e ainda pagaria nove lules caso estivesse ou esteja.

doggma disse...

Luwig: atualizado! E posteado!

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rock4you, sempre ouvia gospel aqui e ali. Mas aprendi a curtir meeeesmo com a trilha de "E Aí, Meu Irmão, Cadê Você?", dos irmãos Coen. Espetacular (trilha e filme). Recomendo!

Concordo sobre o Gizzard. Embora que dependa muito do setlist. Cada disco dos caras é diferente. Mas no caso do material pesado, sem dúvida.

Achei o 72 Seasons um bom disco com uma música muito, muito boa ("Lux Æterna"). Mas não botei por conta do trampo preguiçoso do Hammett, mais uma vez. O cara não quer mais nada com nada e nem esconde. É o Neymar da guitarra solo.

Nunca li Chew, mas, tecnicamente, ficaria de fora, já concluiu em 2016. Vou caçar, valeu pela dica. Gosto muito do John Layman. Aquele crossover Marvel Zombies Vs. Army of Darkness que ele escreveu mora no meu coração:

https://blackzombie.blogspot.com/2008/07/zombie-wars.html

Ler Peter Pank na íntegra em português foi demais (fora o que saiu na Animal, tinha os scans do resto em espanhol). Puta resgate do Thiago e do Ferréz.

Li Infiel sem saber nada do enredo e evitando reviews. Adorei as camadas e alegorias. Na minha opinião, é o foco da graphic, não o terror.

Anotado o Beau Tem Medo. Curioso pra ver o que o Aster aprontou desta vez.

Abração, meu amigo. Até o próximo ZdO (espero que antes)! rs

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Tulio, vamos prestigiar o homem!

https://thepulseluwig.blogspot.com/

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Fala, Paulo Bala!

Cara, o final, o antes e o durante também. O Brian Duffield demonstrou um controle absoluto sobre uma história fora de controle.

Para mim, O Samurai de Olhos Azuis é quase perfeito. Só se embola um pouco nos vários flashbacks trazendo a origem de Mizu. Mas é como você mencionou: a trama é, acima de tudo, cativante.

Sobre densidade emocional, vai uma sugestão: "Harakiri", de Masaki Kobayashi. O filme é de 1962 e ainda bate no emocional (e no visceral) mais forte do que nunca...

Tentei abrir uma conta no X, mas o X não gosta de mim.

Abraço!

rock4you disse...

E Aí, Meu Irmão, Cadê Você? . Boa , irei assistir.

Chew ainda esta sendo publicado o volume 3 foi lançado em agosto de 2023 no Br.

Sobre o Kirk ser o Ney Mar da guitarra é uma boa rs nunca tinha pensando por esse lado mas como amo o st anger (com exceção de 2 musicas) então acho que o Metallica não seria o que é sem ele (apesar de tudo...)

Caso não assistiu esqueci de citar Pluto (animação) da netflix, para mim é um dos melhores do ano tbém.....O que me chamou atenção na animação de Samurai de olhos azuis é a densidade que apresenta os personagens, a qualidade da animação e a tão desejada sanguinolência apresentada em forma de arte.

(Obs: criei trauma de escrever aqui, ano passado no ultimo zumbi awards escrevi aquele textão e nem foi publicado) rs.

Flw

doggma disse...

Vi agora que saiu pela Devir, com o 1º volume publicado em 22. Pelas novas regras (malditas!), continua de fora... De qualquer forma, é bom saber. Vou correr atrás de uma edição nacional ao invés da "importada". :P

Rapaz, não espalha, mas também acho que St. Anger tem umas ideias muito interessantes jogadas ali no meio. Inclusive, teve um cara que tocou a parada inteira e jogou no YT com uma produção decente e o resultado surpreendeu.

Pluto quero ler a série antes de assistir o desenho. Peguei todas, mas ainda estão na pilha de leitura.

O sistema de comentários do Blogger é traiçoeiro. Se a parada for mais extensa, é melhor se garantir jogando no Word primeiro...

Abraços!

Marlo disse...

Fala, Doggma! Somente coisas por agora, que eu tô meio apressado, mas volto pra comentar mais, porque deu pano pra manga:

1) O blogroll no Catapop agora inclui este antro de resistência blogueira. Eu caí na armadilha da busca por "relevância" em redes sociais, me estrepei e me frustrei com a) limitação de caracteres e b) um público que não gosta de ler. Fodam-se. Blog é o novo blog.

2) Encontrei a única outra pessoa do mundo que escuta The Men! Não que eu seja um expert da discografia, mas quem é que resiste a "Rose on Top of the World"? É a canção do REM dos anos 80 que o REM dos anos 80 nunca gravou. Me senti menos só nessa vida.

Marlo disse...

"Somente DUAS coisas" que era.

doggma disse...

E aí, Marlo! Link-Catapop adicionado.

Pois é, meu querido... Estamos na era do "sem tempo, irmão" generalizado. Como um amigo comentou esses dias, "o mundo hiperconectado não permite muitas trocas... a ironia disso é um bagulho incrível."

Só o fato do formato blog ir na contramão disso, já faz valer a pena.

Pô, adorei The Men de cara. E saí puxando disco por disco retroativamente até chegar no primeiro. Fiz o mesmo com Bullet LaVolta e o Union Carbide Productions. Foi uma viagem daquelas. Recomendo.

Abração!