sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Johnie vai à guerra outra vez


Enquanto a palpitaria come solta em torno do Oscar desse domingo, vou tocando minha vidinha numa caverna em Marte: a notícia do mês, do ano, da década, pra mim, é o lançamento de Miracle Mile em blu-ray. O diretor e roteirista Steve De Jarnatt já havia antecipado algo em sua página no Facebook, mas só agora a coisa ganha contornos oficiais. Segundo o Blu-ray.com, o longa será adicionado ao catálogo da Kino Lorber, com uma nova masterização do próprio De Jarnatt e do diretor de fotografia Theo van de Sande. O lançamento está programado para julho próximo. Uma milha de milagre é pouco pra descrever isso.

Miracle Mile é uma pérola obscura do fim dos anos 80 - já comentei sobre ela por aqui em algumas ocasiões. Na história, um hoax sobre um ataque nuclear varre Los Angeles e um casal (Anthony Edwards e Mare Winningham) tem apenas 70 minutos para sair da cidade antes que o lugar vire um deserto radioativo - ou pelo menos é isso que eles acham. Traindo expectativas e evitando soluções convencionais, o filme foi uma bomba, sem trocadilhos, mas adquiriu status cult com o passar dos anos.

Bom, pelo menos eu cultuo bastante. Mas não estou só: Miracle Mile é tema recorrente em mesas de festivais alternativos e as exibições indie das raras latas do longa são bem concorridas. E não é pra menos. Após anos minguando com uma edição em dvd magrela com proporção 1.33:1 (o famigerado full screen, capturado em sua totalidade aí na imagem do topo), finalmente os fãs ganharão um formato digno de sua obsessão.

Ah, sim... depois de tantas reassistidas explorando os diversos aspectos daquele universo, admito sem culpa que Miracle Mile virou uma obsessão pessoal. Ok, talvez não seja tão obcecado quanto o cara que escreveu uma monografia de 200 páginas sobre o filme, mas o que vale é a obsessão. Ou melhor...

3 comentários:

Bernardo disse...

Desculpe o off-topic, mas o que foi aquele episódio de volta da 5ª temporada de The Walking Dead? Nem em 1 milhão de anos eu imaginava que o Greg Nicotero tinha esse talento todo na direção. Parece que o cara já dirigiu uns episódios, mas a essa altura virou obrigação liberar orçamento pra fazer um filme só dele. Aposto que ele tem uns projetos na gaveta, e se for naquela pegada lisérgica do episódio em questão, melhor ainda.

doggma disse...

Então Bernardo (beleza?), ando meio defasado em TWD, hq e série, mas é bom saber dessa boa fase. Vou priorizar, valeu pelo toque.

Quanto ao Nicotero, parece sintomático que seja mais um veterano de F/X dos filmes do George A. Romero (trabalhou em "Dia dos Mortos" e na trilogia mais recente). Tom Savini é outro caso desses, também um surpreendente diretor. Fiquei instigado pra conferir isso aí!

Bernardo disse...

Apesar de algumas derrapadas ocasionais, a série continua num nível bem superior à média, e é incrível como continuamos a nos importar com os personagens (pelo menos os que restam). O primeiro episódio dessa temporada, por exemplo, foi Kirkman puro, como há muito não se vê nas HQs. Aliás, estou tentando arrumar ânimo para voltar à HQ, mas tá difícil. Já a série continua obrigatória, até minha esposa, que é 0% nerd, não consegue perder um episódio.