segunda-feira, 28 de agosto de 2017

CROM!

Posso dizer que tive meu dia de Charlie Bucket.


As perspectivas para a republicação dos primeiros quadrinhos do Conan no Brasil iam de mal a pior.

A editora Mythos Editora², que detém o licenciamento do material do cimério pela Dark Horse, lançou o primeiro volume de As Crônicas de Conan há um ano e lá vai cacetada e nunca mais tocou no assunto. Uma possível série contemplando a clássica The Savage Sword of Conan, em grande parte de Roy Thomas e John Buscema, como já deixaram claro, claríssimo, nem pensar.

A possibilidade mais promissora vinha da zona do euro: a Planeta DeAgostini, em parceria com a poderosa Hachette francesa, também publicava sua La Espada Salvaje na Espanha. Nada mais natural que a editora, agora mais aclimatada ao mercado canarinho, peitasse o desafio e chutasse no ângulo. Só que, pelo visto, a experiência na guerra numa galáxia muito distante os deixou com stress pó$-traumático.

Aí veio a notícia sobre HQs mais comentada da semana passada.

A editora Salvat fez todo mundo acordar numa realidade paralela onde ela irá publicar 70 volumes de A Espada Selvagem de Conan - A Coleção, podendo ser estendida para os 90 volumes totais. Antes, claro, uma "fase de testes" com a distribuição setorizada da 1ª edição por módicos 9,90 irreais. Com tudo certo, lá por 2027 eu veria essa coleção por aqui.

Vila Velha (lar, doce lar) sempre esteve para a distribuição setorizada como a Terra Maldita está para Mega City-Um, então foi uma tremenda surpresa ver vários exemplares nas bancas daqui. E eu só tinha passado numa delas pra pegar um jornalzinho básico.

(sim, sim, também pensei em sair levando umas cinco pra revender a preços pornográficos nos MLs da vida, mas imediatamente decepei a cabeça desses pensamentos que levam ao Lado Negro da Força)

Confirmando, o case impressiona como deveria e o acabamento da capa é primoroso.




Plastificações removidas, edição na mão e a primeira surpresa (a mesma que tive com os volumes de Creepy, da Devir): o peso. Levíssimo. Motivo: o papel é offset. Ok, pensava que seria couché, talvez mal-acostumado pela edição peso-pesado de Conan: O Libertador, da Mythos. Mas não é preciso ponderar muito para ver que essa foi uma sábia decisão. Tanto pelo preço de uma série bastante longa, quanto pelo acondicionamento dessa mesma série bastante longa.

Fora que offset é melhor que couché e sem todas aquelas frescuragens. Nada mais adequado para abrigar as aventuras do bárbaro cimério.

O formato é o magazine original. Graças a Crom.


Comparando com Relatividade Infinita, diante de um Thanos estupetafo


Comparando com Dreadstar - O Início, mesmas dimensões


Comparando com O Libertad... aye, chegamos ao limite. All back full! All back full!!


A edição vem com um fascículo/folheto com várias infos. O miolo tem extras variados e de acordo.

Na ordem:

expediente;
índice com títulos originais e datas;
intro e artigo compreensivo "Dos Pulps aos Quadrinhos - A História de Conan", de autoria do editor e tradutor italiano (claro) Massimiliano "Max" Brighel;
histórias, duh, com Savage Tales de #1 a #5, com textos de Roy Thomas e artes de Barry Windsor-Smith, Gil Kane, Neal Adams e Jim Starlin;
texto de Roy Thomas, o mito, abordando "A Cidadela dos Condenados - Ao Cair da Noite", a última história do bárbaro escrita pelo supermito Robert E. Howard;
capítulo um do artigo "Crônicas da Espada", do autor de fantasia & ficção Linwood Vrooman "Lin" Carter;
pinups com artes de Pablo Marcos, Esteban Maroto e Neal Adams;
 galeria de capas, todas coloridas - aaa moleque;
 breves bios de Thomas e de Windsor-Smith, que ilustra quase todas as histórias deste volume.

E a arte. Valha-me Ishtar, a arte.




Fora o êxtase que é ter em mãos o início de alguma coisa, mesmo não sendo garantia de nada, não falta também material para alimentar as melhores discussões conspiratórias de boteco. Basta uma olhadinha nos logos que constam no finalzinho do expediente.

Muito se comentou sobre o inusitado que é a Salvat assumindo a publicação de A Espada Selvagem. Mas a matriz das edições originais - e, não duvido, da maior parte da empreitada - vem lá da Itália. A parceria Salvat-Panini chega aqui em seu momento mais decisivo e importante. Tomara que a equipe corresponda.

Ainda não decidi como vou acompanhar isso. Assinatura era pra ser o sinônimo da praticidade, mas após tantos problemas graves reportados em todas as editoras de quadrinhos do Brasil, não sei se quero penar nessa roda da tortura. E acompanhar títulos da Salvat pelas bancas também não é o retrato da felicidade. Vou ver.

O que sei é que pra mim é a coleção definitiva, prioritária sobre qualquer outra coisa que vem ou poderá vir neste interím.

A estante é sua A Espada Selvagem de Conan.


Até o Thanos com a Manopla do Infinito já anseia pela próxima edição!

Reza a lenda que Robert E. Howard criava as sagas de Conan certo de que estava sendo vigiado por um gigante de bronze ameaçador segurando um enorme machado. E que ele o ameaçava, dizendo que o partiria ao meio se saísse da frente da máquina de escrever.

Bom, desejo aí os mesmos votos psicóticos a todos que ainda estão na dúvida se vão comprar A Espada Selvagem de Conan - A Coleção...

sábado, 26 de agosto de 2017

Caso das Três Mulheres Degoladas Ligado às Misteriosas Aparições da Bizarra Criatura Noturna


Isso é o que chamo de boas novas!

Gotham by Gaslight é uma das minhas aventuras favoritas do Morcego. O roteiro sorumbático e ao mesmo tempo evocativo e espirituoso de Brian Augustyn - parceiro de Mark Waid em seus runs do Flash e X-O Manowar - faz uma perfeita realocação do Batman e seu mythos para o cenário vitoriano. E, claro, para a histórica caçada de um infame Estripador, o Jack.

Claro que a magia não seria completa sem o traço inconfundível de Mike Mignola (com arte-final de P. Craig Russel), que fez aqui um de seus trabalhos mais bonitos. Apesar de não ter inaugurado originalmente a linha, a história passou a ser considerada o 1º Elseworld da DC, tendo inclusive inspirado a sua criação.

Por aqui ela foi publicada só uma vez duas vezes, pela Panini em Batman - 70 Anos #3 e pela Abril, com o título Um Conto de Batman - Gotham City 1889.


E depois ganhou uma continuação, Batman - Mestre do Futuro, novamente com roteiro de Augustyn e desenhos do excelente artista uruguaio Eduardo Barreto.


Uma coisa que não entendi é o fato de não adaptarem o traço do Mignola na animação. Seu estilo simples e peculiar funciona na tela à perfeição e sem ele a história perderá muito da caracterização e da atmosfera originais.

Santa negligência, Batman.

Aliás, há um tempo percebo que a divisão de animações da DC parou no automático com essa roupagem sub-Bruce Timm (sob os auspícios do próprio), quando até há pouco diversificava os designs emulando diferentes artistas com bons resultados. Uma pena também é notar a queda na qualidade das animações - e sempre nas mais transgressoras, com temáticas mais densas e menos comerciais que o padrão. A de Piada Mortal, por exemplo, foi atroz. E a prévia de Gotham by Gaslight já deixa claro que o longa terá uma quantidade pífia de quadros/sec.

Ironicamente, o sneak peek saiu nos extras do tecnicamente redondinho Batman and Harley Quinn - um tour-de-fanservice que nasceu hit pronto. Um esmero que toda animação da Detective Comics-Comics deveria ter.

Ou pelo menos as de boa estirpe.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Trailer Banda Vermelha Louraça Belzebu Provocante

"Dos diretores de John Wick..." 
(ler com a voz do Jorgeh Ramos)


De um dos diretores, na verdade, e nem o que foi creditado: David Leitch. Que, só pelos primeiros segundos desse páuer-trailer, dá pra ver que não tem um único átomo de sutileza em toda sua cadeia de ácido desoxirribonucleico. Charlize, mon amour, que falta de decoro é essa. Zero pose, zero glamour e 100% sangue nos óio. Adorei. Uma declaração de amor (que fofo) à energia cinética.

Confesso que tenho problemas com cenas de personagens femininas descendo a ripa na marmanjada. Quase nunca convence. Às vezes chego a torcer o contexto da cena dentro da minha cabeça até aquilo funcionar pra mim - e é raro isso dar certo tampouco. De sopetão, lembro de duas mocinhas que passaram com louvor na exigente Escala Rothrock (minha resposta ao Teste de Bechdel): Zoë Bell, demolidora em Raze (2013), e, acredite se quiser, Anna Torv, quando atendia por Olivia Dunham em Fringe.

Ok, a primeira nem conta tanto, visto que já era dublê profissional casca-super-grossa, mas La Torv, nas poucas ocasiões em que Olivia amarrava camisa com alguém, demostrava uma disposição absurda. Que saudade... Beijos, Olivia.

Atomic Blond, cujo nome de guerra no Brasil (calma) será Atômica, é uma adaptação do quadrinho The Coldest City, do roteirista britânico Anthony Johnston com o desenhista Sam Hart. Espero que a instigante prévia seja apenas a pontinha do iceberg. Porque agora estou pronto pra outro round, Charlie.


Atômica estreia nos Trumps Unidos dia 28. No Brasil, se não formos despejados até lá, dia 31 com certeza.

"Nos melhores cinemas da cidade."