domingo, 30 de julho de 2017

(Colecionadores) Amotinados, uni-vos!

Dos confins dos traiçoeiros territórios dos mercenários livres ressoam choros e soluços copiosos...


A vida do encadernad(ã)o Os Novos Vingadores: Motim! nas livrarias não foi longa, mas foi bastante próspera. Na época, não creio que a editora Panini antecipava o tamanho da procura que a edição teria e lançou uma tiragem bem aquém da demanda. Jogada por mim no balaio do "a adquirir quando sobrar algum $$$", vi Motim! se amotinar contra meus planos ao evaporar sistematicamente de todas as cadeias (de livrarias) físicas e virtuais. Quando menos percebi, a edição já estava sendo vendida a peso de ouro em vários sites de venda informal - e não só o Mercado Livre.

Foi nessa época que desenvolvi uma teoria conspiratória de boteco sobre uma raça reptiliana disfarçada que adquiria grandes lotes de títulos recém-lançados para revendê-los por aí a preços pornográficos. Caso tenha interesse, os direitos de filmagem ainda estão disponíveis para venda.

Lançado pela Panini originalmente em fevereiro de 2012, o compilado tem 380 páginas reunindo as edições de 1 a 15 de New Avengers. Bom, após tantas análises elogiosas é até redundante dizer que curto bastante essa fase específica dos Vingadores (mesmo 13 anos depois de escrever a bagaça #1) e por isso mesmo tinha um grande interesse nesse relançamento.

Calhou do destino me recompensar pelo exercício espartano de paciência. Com o preço de capa a 79 dólares brasileiros, peguei a edição por 50 mangos na promocha da Fnac (que ultimamente anda despirocando grandemente nos descontos, fique de olho). E o mais legal de tudo foi rolar de rir dos mercenários tristes com suas edições encalhadas ad eternum. Para alguns a ficha ainda não caiu - e duvido muito que caia um dia.

Chamo isso de síndrome d'O Evangelho Segundo Lobo pós-traumática.


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E com Demolidor - O Homem sem Medo finalmente retornando à ponta da agulha - outra por muitos anos sendo chamada de "raridade" pelos escalpadores sem a menor propriedade - vou me dar ao luxo de uma pequena atualização.

Há alguns anos, um mix explosivo de falta de espaço e armazenamento improvisado rapidamente evoluiu para várias montanhas de edições com capa dura e papel couché empilhadas, resultando num quase-worst case scenario: as páginas de muitas edições ficaram irreversivelmente coladas.

Aliás, coladas não... fundidas mesmo. Algo químico envolvendo a tinta da impressão e a estrutura do caro e ultrassensível papel deluxe. Apesar do processo ser gradual (começa com as páginas grudando suavemente), não vi nada até ser tarde demais. O miolo de alguns encadernados virou uma coisa só, um paralelepípedo com capa dura.

Esse evento ficou conhecido como o Grande Desastre de 2014. Prejuízo de 5,2 quaquilhões em valores atualizados.

Mas até que tive sorte, por isso o quase-wcs. Todos os Sandman e os Preacher saíram dali intactos. Os que tiveram perda total já foram quase todos substituídos. Me falta ainda o vol. 1 da excelente e injustamente ignorada Criminal da Panini (espero uma nova tentativa da editora ou importo...?).

E Homem sem Medo que, apesar do miolo íntegro, ficou curiosamente danificado nas páginas de créditos iniciais e finais.


Sou um novo homem depois dessa experiência. Posso até dizer que me tornei um amigão da vizinhança.

Com grandes desastres...

7 comentários:

lendo à bessa disse...

Rapaz, te confesso que gosto muito de Motim mas depois a coisa não me desce tanto... manterei o encadernado da Salvat.

Quanto a O Homem sem Medo, tava na hora, hein? Na verdade, já havia passado faz tempo. E esse lance aí de páginas coladas acendeu uma luz de alerta... chegar em casa vou dar aquela checada.

Abraço, meu querido.

Tiago Porto disse...

Dogma, obrigado pela informação sobre a reação entre o papel couché e a tinta nas edições de luxo Panini e assemelhados. Graças ao seu post, consegui ver a tempo minha coleção Sandman e salvá-la do desastre. Tive problemas há alguns meses com a Trilogia Nikopol, mas atribuí o caso à umidade (como eu estava errado...). Consegui salvar a edição, mas com um dano considerável, infelizmente.
Um abraço!

doggma disse...

Do Vale, o (breve) período coberto por esse Motim-encadernado é o que vale (ops!). Depois disso, o Bendis perdeu a mão terrivelmente, com direito aos piores rabiscos que Mike Deodato Jr. já fez (arco "O Coletivo"). Daquela "Novos Vingadores - Guerra Civil" passo longe.

Espero que esteja tudo ok com a nossa coleção. Abraços!

* * *

Fala, Tiago! Apesar dos pesares, fico feliz demais que tenha visto a tempo de salvar os Sandman.

Só complementando: mesmo com as edições enfileiradas em pé, não deixe a fileira apertada. Deixe folga o suficiente pra você puxar uma edição sem outra vir junto. Tem que ser quase zero pressão ou a tendência será grudar de novo.

Na época, mergulhei no tema. Não estava brincando na parte do "processo químico" (li um looongo tópico em inglês num fórum alemão!). E foi um exercício de masoquismo tentar desgrudar as páginas com o menor dano possível (o melhor resultado pra mim foi a "técnica do corte de papel" usando A4). Mas o pior de tudo, de tudo mesmo, foi o ato de jogar no lixo vários encadernados em capa dura e fora de catálogo...

Papel couché tem se revelado um pé no saco.

VAM! disse...

Olá Dogma, td na paz?

Esse motim acompanhei por conta do mix de Vingadores, onde tínhamos tb o Capitão do Bruba.

Mas essa formação da equipe com a forçação do Sentina, nunca me agradou. Felizmente pra mim, ficou somente no passado.

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Mas te escrevo mesmo pra perguntar: Acaso você colecionou os formatinhos do Hulk pela Abril?

Estou querendo saber como a editora batizou o inimigo que ROM enfrenta em sua edição #16 - "The Watchwraith" que saiu no mix de Hulk#15 e #19.

Abs,
VAM!

doggma disse...

Fala aí, VAM!

Realmente a fase "Motim!", como todo motim, não é unanimidade. Achei interessante, principalmente, porque naquela hora mais negra, pós-Disassembled, os maiores heróis da editora colocaram as diferenças de lado (um pouco) para ajudar a salvar o legado da equipe. Motivação altruísta como há tempos eu não via nos comics àquela altura. Fora a repescagem da Jessica (Drew), a personagem promissora mais incógnita da Marvel.

Já tive essa Hulk #19 com a capa da Jarella. Na época o gibi do Verdão era obrigatório no meu ultra-micro-orçamentinho, junto com Aranha e Superômi.

Watchwraith foi batizado de forma bem literal pelos editores da Abril --

https://2.bp.blogspot.com/-P_pPCudqQo8/WYL9vr05K3I/AAAAAAAATp4/OR-U9odB9rk4SJZJG4rfyTOYpyqy5C91gCKgBGAs/s0/hulk%2B19-episodio%2B2_0028.jpg

Bons tempos do ROM. Com essa reaproximação Marvel-DC (em campanha contra o sexismo), bem que a Casinha das Ideias podia se empolgar e voltar a conversar também com uma certa fábrica de brinquedos, hm?

Abração!

VAM! disse...

É... achei, que poderiam ter pensando em algo mais bacana. Mesmo assim valeu.

Ahh e olha só, posso ficar te consultando sempre que tiver uma dúvida similares?

E outra coisa, o ROM tá sendo publicado pela IDW agora Doggma.

http://www.idwpublishing.com/product-category/rom/

Abs,
VAM!

doggma disse...

Pois é, VAM! Li as primeiras edições do ROM 2.0 e realmente não me pegou. Não que seja ruim. O problema é que a IDW não pode usar o background criado pela Marvel, nem Gálador, nem os outros cavaleiros... É outro personagem.

E pode contar comigo no que eu puder ajudar. Não sou nenhum mega-oráculo cronológico, mas até que quebro uns galhos de vez em quando, rs.

Abraço!