Stanley Martin Lieber
( 1922 - ∞ )
Está lá no site da Marvel:
"Eu costumava ficar envergonhado porque era apenas um escritor de quadrinhos enquanto outras pessoas estavam construindo pontes ou seguindo carreiras médicas. E então comecei a perceber: entretenimento é uma das coisas mais importantes na vida das pessoas. Sem ele, elas podem parar no fundo do poço. Eu sinto que se você é capaz de entreter, você está fazendo algo bom."
Mesmo com todos os motivos (e mais um pouco) para se proclamar o Mestre do Universo, Stan Lee sempre foi dono de uma sobriedade e autoconsciência inspiradoras. É muito mais do que se pode dizer de um mar de pretensos geniozinhos deslumbrados com a própria fama - que, como bem dizia o Zéfiro, é uma coisinha efêmera e nada mais. Titio Stan sempre soube disso e pautou sua carreira artística/profissional com um foco e um pragmatismo de fazerem a Ayn Rand parecer a Janis Joplin.
Muito por isso - ou por má-interpretação disso - a vida de Stan Lee foi tão repleta de lendas, malandragens, disputas e controvérsias com outros quadrinhistas, editoras e até com o governo americano que qualquer tentativa de listar uma parte delas cometeria graves omissões. Basta dizer que, por bem e por mal, ele deixou sua marca nesse mundo.
E que marca.
Criador brilhante da aurora dos comics enquanto business de massa, muitos o consideram tão importante e influente quanto Walt Disney - pessoalmente, eu considero mais. Entre tantos personagens e universos, Stan Lee foi um escritor divertidíssimo nos deliciosamente anacrônicos Capitão América, Homem de Ferro e Hulk, ousado e visionário nos X-Men, Quarteto Fantástico e Pantera Negra e um gênio no Homem-Aranha, indiscutivelmente seu pièce de résistance.
E nunca parou de surpreender: a magnífica "Surfista Prateado: Parábola", que acaba de completar 30 anos, já detalhava quadro-a-quadro o sombrio momento atual do nosso país e do mundo. Atemporal é pouco.
Provavelmente foi essa mesma inquietação e força imaginativa que o manteve vivo, relevante e produtivo num mercado tão instável, imprevisível e traiçoeiro como o mundo dos quadrinhos. Mais do que um roteirista, editor e produtor, Stan Lee se dissociava completamente de sua persona física: ele era seu próprio personagem.
E o melhor de todos.
A pilha de gibis que me perdoe, mas o momento é de reflexão e releituras. E sei exatamente por onde recomeçar.
8 comentários:
Excelsior!
'Nuff said!!
....como disse anteriormente esse ano está apocalíptico... mesmo consciente de suas idades duas super lendas no mesmo ano pesa. Ditko e Lee jamais serão esquecidos pois sempre vai haver alguem relendo suas histórias. Abraço.
Estão imortalizados na cultura popular. Ainda serão lembrados daqui a séculos - ou enquanto existir a civilização.
Só o fato de ter vivido no mesmo tempo de vida que essas LENDAS já é uma honra!
Abração!
Bela postagem Doggma.
Coincidentemente ao saber da morte do Titio Stan tb me senti compelido a reler essa Marvel Apresenta do Lee.
E me divertei muito com ela novamente, acho que foi a melhor edição da série, seguida de BANNER! em minha opinião!
Exelcior,
VAM!
Fala, VAM!
Esta da homenagem ao Stan é leitura sazonal aqui. Acho divertidíssima e com um tom de autocrítica da Marvel até inesperado (a piada envolvendo o ROM é demais).
Gosto muito de "Banner" também. Mas meu favorito provavelmente seja "Wolverine & Hulk: A História de Po", do Sam Kieth (MA #1). Sou apaixonado por esse conto.
Marvel Apresenta era um título era bem bacana...
Excelsior!!
Descanse em paz e fique com Deus, saudoso e amado Stan Lee. A Marvel e o mundo inteiro jamais serão os mesmos de novo sem você por perto. Excelsior, doce e querido Stan Lee. Amém.
E avisa ao Jack Kirby e ao Steve Ditko que mandei um abraço!
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