domingo, 18 de agosto de 2019

Moira MacTaggert e o Feitiço do Tempo Hardcore



A esta altura do campeonato e com toda a bagagem adquirida (não é mesmo, Coerência e O Predestinado?) não é qualquer loopzinho temporal que me pega de surpresa. Mas essa cena de House of X #2 foi de entortar o córtex até formar um Möbius. E a sequência pisa ainda mais no acelerador.

O que Jonathan Hickman anda aprontando em House of X e Powers of X não se lê todo dia...

Moira MacTaggert finalmente deixa a zona do conforto coadjuvante da Ilha Muir e é agora minha personagem repescada favorita.

12 comentários:

Alexandre disse...

Eu estava mais do cético com esse começo do Hickman, nunca curti muito o cara, mas essa edição.... ah que edição. O cara conseguiu fisgar muitos fãs da velha guarda, como eu, em poucas páginas. Esse dialogo da Sina e Mística com Moira, foi algo que a tempos não se via. A sacada dele de usar esse "poder" da Moira, vai servir para um reset de muita coisa. Agora quero ver o que mais vai vir desse material. Excelente!

doggma disse...

Um embate através da timeline de várias vidas só pode ser algo original. Não lembro de nenhuma variação semelhante a isto na ficção. Talvez só 11.22.63 (a minissérie com o James Franco) traga algo próximo em uma das subtramas.

"A sacada dele de usar esse "poder" da Moira, vai servir para um reset de muita coisa."

O cara criou uma forma de repaginar uma linha de super-heróis que se adequa à cronologia sem quebrá-la. E sem recorrer à 'Crises' ou 'Infinitos'. Fantástico.

Luwig Sá disse...

Fiquei com duas pulgas atômicas na orelha. A primeira delas é a omissão da sexta vida no gráfico das timelines e o comentário de Sina de que Moira talvez tivesse uma décima primeira vida. Se essa décima vida é o Universo 616 e o décimo ano diz que tudo que conhecemos da trajetória dos X-Men aconteceu, acho difícil engolir que Xavier e Magneto, mesmo tendo esse conhecimento pregresso sobre outros cenários, se comportariam do jeito que se comportaram em muitas ocasiões, mas, especialmente, em Atração Fatal ou Massacre, que são duas sagas engatilhadas justamente pela polarização deles. O efeito borboleta dessa informação de Moira teria mudado tudo, o que me leva a imaginar que a timeline que a gente está acompanhando não seja a corrente, do 616. Se for, precisamos de mais explicações para juntar os pontos.

Outra: o Joel Morais, um amigo articulista lá do Arte-Final HQ, marcou o Hickman no Twitter e lembrou que Moira remete às Moiras da Mitologia Grega. Aquelas Três Bruxas que o Gaiman, por exemplo, vive usando em Sandman, Deuses Americanos e outras histórias. Aí ele pergunta ao Hickman se veríamos um terceiro personagem, que formaria uma tríade mutante do destino - Mactaggert, Adler e ______?

Porra, eu achei uma puta sacada.

O Hickman nem respondeu, nem curtiu. Mas eu curti.

doggma disse...

Cara, isso mal começou e já dá material para um fórum.

"Se essa décima vida é o Universo 616 e o décimo ano diz que tudo que conhecemos da trajetória dos X-Men aconteceu, acho difícil engolir que Xavier e Magneto, mesmo tendo esse conhecimento pregresso sobre outros cenários, se comportariam do jeito que se comportaram em muitas ocasiões"

Entendi que o encontro dos três na "Ilha M" se deu após as primeiras hostilidades. Como Hickman identifica cada linha temporal, nesse caso com o "X0: X-Men, Year One" do início, é de supor que aquele não é o universo 616.

A 6ª vida pode ser qualquer coisa. Seria um tipo de testamento (ou seguro) antes das radicalizações pós-Xavier dela? Até agora, só Hickman sabe. Até ele revelar, é o Gato de Schrödinger dessas timelines.

Bela conexão do seu chegado! Lembrei do filme "Triangle", cuja trama com um loop temporal também é uma transposição de uma mitologia grega famosa. Já estava tudo lá, há milênios, rs.

"Mactaggert, Adler e ______?"

Uma tal de Katherine Anne Pryde é que terá o hábito de transferir sua consciência para ela mesma no passado. E numa "timelinda" há muito apagada. Teoricamente.

Nessa mesma pegada, também vi conjecturas sobre a identidade do(a) narrador(a) dos passados de Moira. Pode não ser nada. Ou tudo...

Hoje (21) tem Powers #3. \o/

Valdemar Morais disse...

Eu acho que sou terrivelmente saudosista. E é um problema sério.

A última vez que vibrei com os mutantes foi na era Whedon/Cassaday justamente por remeter à simplicidade daqueles tempos de "Superaventuras Marvel" que já não reconheço a cada "escritor visionário" que assume os títulos X - pra que mais títulos que "X-Men" e "Wolverine"?!

Li "Guerras Secretas" do Hickman e não entendi lhufas. Vi um resumo de "Infinito" e me deu dor de cabeça lá pela metade. E quantas vezes já vi oportunidades de enxugarem os X-Men e revisitarem os áureos tempos sendo jogadas no lixo?

Confesso que a premissa aí me deu um gosto de "mais do mesmo" que não me atraiu. Mas vai que... Né?


doggma disse...

E aí, Valdemar!

Curioso você mencionar isso, já que a fase Whedon/Cassaday também foi a última que me fez vibrar com os mutantes... Acho que o mérito maior do Hickman (até aqui, pelo menos) é catar aquela tralha temporal toda, processar/enxugar e criar uma narrativa coesa com essas referências.

Hickman é meio hermético, mas tem um planejamento a longo prazo com início, meio e fim. Sabe construir cenários, mas talvez pela extensão, muitos acabam largando pelo caminho. Particularmente, curti mais os trabalhos dele quando li tudo e depois avaliei em perspectiva. Desce bem melhor. Com os X-Men dele já está rolando o contrário: gostei logo de cara. Ajuda o envolvimento de loops e paradoxos espaço-temporais, que são o meu fraco.

Recomendo a conferida nesse run dele com os mutantes, aproveitando que está no comecinho (2 edições de "House of X" e 3 de "Powers of X"). Se não descer, esqueça o sujeito. Não vai rolar mesmo, rs...

Alexandre disse...

Eu era outro que nunca curtiu Hickman. No máximo, consegui ler com boa vontade Secret Wars, e curti o que ele fez ali. Mas de resto, não curto a forma como ele conta histórias, é tudo grande, complexo, absurdo.
Personagens da Marvel, costumam ser mais pé no chão.
Nessa fase dos X, curti o que li. Ele parece já estar amarrando as coisas desde o começo, talvez, decidiu ser mais didático, ou é meu apreço pelos personagens que está me fazendo ter mais boa vontade para com ele.
Mas entre as coisas que ele trouxe que curti, está o uso de Nimrod, sempre curti demais o conceito e o personagem e o visual, aqui bem explorados.

Luwig Sá disse...

Planejamento de longo prazo* daqueles que te fazem olhar p/ um período supostamente sabático - pós-Guerras Secretas - como um retiro p/ pesquisar pesado, mijar em potes de maionese, comer qualquer porcaria congelada e cultivar uma belíssima barba.

Porque, meu amigo, aquela brincadeira no final de Powers 2 c/ direito a Escala Kardashev como método de corte & costura p/ tricotar versões 8.0 da Inteligência Suprema Kree e Aliança Falange... ali é assunto p/ bater papo, olho no olho, com um tal Alejandro Jodorowsky.

(*) Se lá no comecinho, em Quarteto, ele fazia isso...

https://comicsalliance.com/files/2012/07/esextdkj.jpg

...acho que hoje estamos assim...

http://66.media.tumblr.com/559ea199e4d9bbbfd561f283a3d936a2/tumblr_msdrtarfQ71r25uk8o1_500.jpg

Bernardo disse...

Putz, ainda existe algum site nacional de scan (com conteúdo Marvel) que presta?

doggma disse...

Nacional com material Marvel/DC recente, não conheço. O Get Comics meio que resolve tudo nesse sentido, se não tiver grandes problemas com o inglês: getcomics.info

Tom Rocha disse...

Estava esperando ansioso pelos X-Men do Jon Hick, e não estou decepcionado.
Até pq não acreditei quando ele disse q não usaria viagem no tempo nas histórias, e tudo na verdade é sobre viagem e sobre tempo. Estou fissurado nessa pegada dele de amarrações com design e texto, que enriquecem o sabor das histórias desenhadas. Acompanhar os dados geracionais dos mutantes e da tecnologia que criou o Nimrod é demais. Só fiquei na dúvida de como ele vai resetar mais uma vez tudo. Creio que o Professor X se mostrará o antagonista final, de alguma maneira.

De qualquer forma, é o que eu sempre esperei dos X-Men todos esses anos.

doggma disse...

Pois é, Tom... Nem viagem no tempo, nem realidades alternativas e nem - ao que parece que vai rolar - clonagem. Mas é como você mesmo comentou: a pegada dele enriquecendo, resignificando, atualizando e expandindo absurdamente as velhas e exauridas convenções dos mutantes é de tirar o chapéu. Trabalho minucioso, sagaz e, sobretudo, de amor à camisa mesmo.

O Xavier com aquele capacete, hein... Também sei não. :)

Abraço!