terça-feira, 6 de outubro de 2020

Ain't Talkin' 'bout Eddie


Quem acompanhou as notícias que surgiram nos últimos tempos já suspeitava. Mesmo assim, particularmente, não imaginava algo tão cedo. Estarrecedor.

Eddie Van Halen era uma das últimas grandes personificações vivas da guitarra – não um mero guitar hero, mas um símbolo mesmo, como algo indissociável da imagética do instrumento. Uma casta antiga e seleta da qual fazem parte Hendrix, Page, Blackmore e alguns poucos outros. Fim de uma era é pouco pra definir.

Um dos primeiros discos que comprei, ainda moleque, foi o bolachão do Diver Down (1982). Era o único do grupo que havia na loja, no centro de Vitória. Nem de longe é o melhor da banda, mas já foi o suficiente para a guitarra incendiária de Eddie derreter minhas orelhas e largar meu queixo estatelado no chão.

E a corajosa, desbravadora e arrasadora apresentação na selvagem Terra Brazilis de 1983?


Depois disso, inúmeras outras aventuras, reviravoltas e desafios se seguiram. E hoje, no dia 6 de outubro de 2020, termina a história do lendário (Eddie) Van Halen.

Que tempos surreais vivemos.

4 comentários:

Bernardo disse...

Não sei porque, mas essa perda aí doeu mais. Não que era o melhor de todos, mas, sei lá, é como se fosse um ideal de juventude. Van Halen é o sábado à noite, é o som do carro no talo. Dava pra escutar junto com a mina, todo mundo curtia. Baita sensação de fim de festa...

doggma disse...

Total. Apague a luz quem sair por último...

Os próximos 10 anos serão terríveis para a nossa geração (casa dos 30/40/além), mas esse 2020 está insuportável. De cara, começou com o Neil Peart.

Marcelo Andrade disse...

....e o ano não acabou....isso que me deixa inseguro pq e dificil processar perdas nesse nivel....n tava acreditando no Neil e qdo me avisaram do Eddie perdi ate a vontade de curtir o restante do dia que estava otimo.

doggma disse...

Eu também, Marcelo. Bateu aquele desânimo no dia. E no dia após. E olha que sempre separo as coisas. Não sou do tipo fã/cultuador de ídolos. Mas convivo com a música do Eddie, do Neil, do Lemmy, do Dio, etc, há tantos anos (décadas) e marcaram tantos momentos da minha vida, que é como tivesse mesmo perdido alguém próximo. Foda.