Ramona Fradon
(1926 - 2024)
Se foi a legendária Ramona Fradon, do alto de suas gloriosas 97 primaveras.
Uma das maiores pioneiras dos quadrinhos da Era de Prata, embora sua carreira tivesse inciado já entre o pós-Guerra e o pré-Comics Code. Seu primeiro trabalho (não creditado) data de 1949, na Gang Busters #10, da DC. Afirmar que foi uma vida dedicada aos quadrinhos é pouco.
É uma peça fundamental para a representatividade feminina no mundo das HQs. Foi uma das primeiras quadrinistas a se destacarem no mercado mainstream, ao lado de June Tarpé Mills, Dale Messick, Trina Robbins, Marie Severin e de poucas outras corajosas desbravadoras. E numa época em que o machismo e as picaretagens das editoras com os artistas eram a lei.
Meu 1º contato com seu trabalho: Pequenina #9 - Homem-Borracha em Formatinho, da EBAL, lançada no mesmo mês e ano em que nasci. Certamente foi parar em minhas mãos por via de algum escambo com a molecada nos anos 1980. Foi paixão à primeira leitura. O traço cheio de movimento e levemente cartunizado trazia um monte de coisas acontecendo ao mesmo tempo e era impagável. Até hoje. É nítida a sua influência em artistas como Jill Thompson e Amanda Conner.
Fradon também co-criou o Metamorfo, o Aqualad original e a Fogo, a brasileiríssima Beatriz da Costa. Uma agradável honra a nossa.
Não dá pra dizer que foi exatamente uma surpresa. 75 anos de carreira, meu amigo (ela se aposentou no ano passado!). Fazendo o que amava e ainda mantendo o humor à toda prova.
Isso é incrível e maravilhoso muito além das palavras.
Thank you for everything, Ramona Fradon!
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