quinta-feira, 14 de outubro de 2004

DOR DE DENTE HORRÍVEL


É isso aí, amigo. Resident Evil 2: Apocalipse é o primeiro filme que assisti que me deu dor de cabeça (ps.: alterei o local da dor em prol da analogia). Imagina você, no sono dos justos, lá pelas 5:30 da matina, e um filho de Deus dá uma martelada numa bigorna a um palmo do seu ouvido. RE2:A tem ao menos uns 30 "sustos" seguindo essa cartilha. E rapaz... que filme barulhento. Superou até a ópera das arapongas que foi Van Helsing. Assistir isso em DVD com o DTS ativado é suicídio auricular. De qualquer forma, essa via crucis movida a decibéis teve uma certa satisfação: ao meu lado, estavam uns três ou quatro guris se borrando de 5 em 5 minutos. E eu me acabava de tanto rir. Acho que ali aconteceu a primeira explosão de esfíncter anal provocada pela 7ª arte. Momento histórico.

Dirigido pelo estreante Alexander Witt, o filme é a última palavra em montagem music television. Aquelas coisas: edição a 300.000 km/s, efeitos de distorção a rodo, cortes mil, enfim. MTV puro. Na maior parte das cenas de ação mal dá pra ver quem está na tela. Isso é filme pro Barry Allen. Não vou dizer que a escola videoclípica só teve formandos incompetentes, afinal, David Fincher, Guy Ritchie e Zack Snyder estão aí pra honrar a camisa. Mas quando dá errado, o resultado é Witt, o Extremo.


Quem rabiscou o roteiro foi Paul W. "Ainda-vou-bombar" Anderson, que trocou duas de vinte por uma de quarenta. Inicialmente era ele quem ia dirigir RE2:A, mas preferiu assumir o comando de AvP, só pra sentir o gostinho de ser podado por um grande estúdio. Não digo que o filme seria melhor com ele, pois o roteiro também exagerou na massa. A história começa exatamente aonde o primeiro filme parou, com Alice (Milla Jovovich, ainda tirando de letra as cenas de nudez... êlaiá!) despertando no hospital e percorrendo uma Raccoon City totalmente devastada - tudo obra da gananciosa Umbrella Corporation e seus zumbis infectados com o T-Virus.

Ok, quem conhece o game Resident Evil, sabe que esse é o enredo básico do jogo, ao contrário da história anterior. E as peças que faltavam estão lá: os soldados da S.T.A.R.S. abandonados por seus superiores - entre eles o fodão Carlos Olivera (Oded Fehr, fodão), a agente Jill Valentine (Sienna Guillory, gostosa até a última célula-tronco), e o taxista comédia L.J. (Mike Epps, mais um coadjuvante cômico talentoso - acho que devem existir linhas de montagem de coadjuvantes cômicos em Hollywood).

Muito bem. A cidade em quarentena, um muro rodeando todo o perímetro, a mídia no cabresto, e alguns milhares de seres vivos e mortos-vivos descartáveis. Local propício para a Umbrella testar sua mais nova arma: Nêmesis (uma mistura de Monstro de Frankenstein e Rambo, usando a roupa do Pinhead, de Hellraiser). Sua missão é fazer uma queima de arquivo geral e isso inclui os nossos heróis, que estão tentando resgatar a filha do dr. Ashford (Jared Harris, chato pra cacete e igualzinho aquele paralítico de Todo Mundo em Pânico 2), que, em troca, irá retirá-los da cidade.


RE2:A, como toda experiência ruim, tem o seu lado bom. A princesa atordoada Milla Jovovich, por exemplo, é apenas razoável como atriz, mas tem uma atitude de entrega muito interessante em relação à sua personagem. Já a destrói-família Sienna Guillory foi um achado, e deveria ter aparecido logo no primeiro filme. Além de ser a própria Jill Valentine, ela também conseguiu ser boa atriz, mesmo com uma nesguinha de participação - a microssaia contribuiu, claaaro. Desejo toda a sorte para Oded Fehr (de A Múmia) em filmes de ação com heróis mais inteligentes que o de costume, e o mesmo para Mike Epps (parente do Omar?) em algum Saturday Night Live da vida.

Ativando programa de boas seqüências de ação isoladas: a ótima cena do fechamento da barreira, condenando milhares de civis inocentes; o ataque dos tenebrosos lickers na igreja (antes de Alice atravessar o vitral com uma moto); Nêmesis metralhando uma loja cheia de soldados da S.T.A.R.S. e logo depois, perseguindo Alice com uma bazuca; a presença intangível da "entidade" Umbrella. Nunca vemos os gerentes, apenas os supervisores (aparecem dois no filme), o que dá uma maravilhosa sensação de estarmos enfrentando um inimigo sem rosto. Provavelmente de forma inadvertida, foi criado um conceito aprimorado da sinistra Firma, da franquia Alien.


E Alien é justamente o link para o primeiro ponto ruim: tal qual Ellen Ripley em Alien 4, Alice agora tem poderes. Ela está melhor, mais rápida, mais forte, essas coisas. Palha até não poder mais. Os cães-zumbi também estão lá, e são responsáveis pelos momentos mais ruidosos do filme. Antes deles alcançarem as vítimas, elas já morreram de dor nos tímpanos. Já Nêmesis é miseravelmente desperdiçado depois daquelas duas cenas. E o roteiro tem tantos rombos que até os guris borrados notaram (num deles, nossos heróis vão para um cemitério pra fugir do ataque dos zumbis).

Aliás, esse não pode ser considerado um filme de mortos-vivos. Esse é um filme que "por acaso" tem mortos-vivos. A importância dada aos monstros é tão pouca, que, dado momento, eles simplesmente somem da história. E se for pra vê-los sendo surrados a golpes de caratê, é melhor que nem apareçam mesmo. RE2:A também me confirmou uma horrenda suspeita. Existe um filão de filmes sanguinolentos que estão vindo sem uma única gota sangue. Parece até defeito de fábrica.

Eu poderia até enaltecer as citações ao game (como os soldados jogando granadas e metralhando os zumbis, Alice entrando na loja de armas, o reflexo dos monstros num capacete policial, etc.), mas isso não é mérito do filme, e sim do jogo. E para os amantes do game, a conclusão não poderia ter sido mais decepcionante. Totalmente aberta pra mais uma seqüência, ela arremessa todo o conceito original pra vala. O que quer que venha a ser Resident Evil 3, dificilmente terá algo a ver com o argumento que popularizou o jogo.

Cara... eu não paguei ingresso, mas quero o meu dinheiro de volta.


HOMEM-ARANHA #136


Interessante edição "genérica", onde o bom aracnídeo toma uma carroçada sinistra do Venom. Não sabia que o Mancha Negra cover era tão superior assim.

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Ou: arquivo cbr re-upado em 05/09/2017 - scan com a mesma resolução arcaica de 2004



SUPER POWERS #01


Recordar é viver. A revista Super Powers foi uma tentativa da Abril de repetir na DC o mesmo sucesso da saudosa 1ª fase de Grandes Heróis Marvel. Como o universo decenauta sempre foi inconstante, a esforçada SP acabou se limitando a lançar fins de sagas. Isso já era característica desde sua estréia. Em Saga das Trevas Eternas, a Legião dos Super-Heróis enfrentou seu primeiro desafio realmente grande: Darkseid, senhor de Apokolips. Na época, o Dark era aterrador pra valer, não esse freguês de hoje em dia.

Uma bela aventura cósmica com argumentos de Paul Levitz e Keith Giffen, que também desenha. Essa história influenciou muita gente boa (como Jim Starlin) e gente mais ou menos (como Kurt Busiek). Lembrando que a Legião tem esse nome não é à toa: são 25 integrantes (a edição traz a ficha de 23 deles).

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Ou: arquivo cbr re-upado em 05/09/2017 - scan com a mesma resolução arcaica de 2004

dogg, quebrando tudo ao som de Indians, do novo ao vivo do Anthrax! HUUUUH!!

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