domingo, 20 de julho de 2008

O REI DA COMÉDIA


Nunca achei que pensaria assim após três longos anos, mas lá vai: perto de Batman: O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight, EUA, 2008), Batman Begins foi brincadeira de criança. Um dia ensolarado no parque. O lado mais pop e acessível do Batman na visão de Christopher Nolan. Agora a ordem do dia é chutar as crianças da sala. Livre das amarras ligadas ao passado negro da franquia, o cineasta britânico não perdoa. O roteiro escrito por ele, seu irmão Jonathan Nolan e David S. Goyer é dinâmico, inteligente, impactante e, acima de tudo, corajoso. Isto somado à montagem ríspida e uma marcação cerrada sobre as performances individuais - e pode crer que Nolan drena as capacidades cênicas de cada envolvido -, sedimentam bases ainda mais sóbrias do que as do primeiro filme. É um tour-de-force desmistificante.

A percepção de versão alternativa do herói triplica nesta seqüência, com a veia autoral de Nolan pulsando vertiginosamente - o que não deixa de estabelecer um paralelo insólito com Batman, de Tim Burton, e mais ainda com Batman: O Retorno, extremamente de Tim Burton. O que temos aqui é novamente um trabalho de reinvenção, porém minucioso e criterioso. Assim como Burton, Nolan "seqüestra" o personagem, mas as semelhanças acabam aí. Numa das cenas-chave, Cavaleiro das Trevas claramente dialoga com o Batman de 1989 e não parece dizer nada muito elogioso.

Se em Begins era notável a preocupação com praticidade e verossimilhança, Cavaleiro das Trevas assume o viés em toda a sua extensão. Começando por Gotham, que perdeu aqui todo o seu potencial turístico. Despida do art et décor faraônico e de gárgulas por toda a parte, a cidade acorda de seu sonho gótico para uma estética ordinária, anônima, ultra-realista, típica de qualquer centro urbano. Sem dúvida, transmigrou a locação para as telas. Gotham é Chicago. Mesmo os elementos tradicionais dos quadrinhos não passam intactos neste live-action-per se. O bat-sinal, por exemplo, não passa de um borrão ininteligível no céu nublado. Há várias tomadas à luz do dia. O arsenal utilizado é modesto, não existem raios da morte ou mecanismos milagrosos de nenhuma espécie. O Espantalho (Cillian Murphy) é colocado em seu devido lugar logo de cara, neste universo cuja Física se aproxima muito da nossa. E, como tal, também tem o Caos como uma força obscura da natureza.

O Coringa de Heath Ledger é incorruptível, imprevisível, irracional e... irremovível. O ator se entrega de maneira incondicional à sua psique grotesca e estilhaçada, com trejeitos desajeitadamente épicos, numa atuação que se desenrola imune à edição abrupta (o único personagem a ganhar esse luxo, aliás). O Coringa/Ledger passeia livre em cena, com o tempo e os olhares do mundo ao seu favor. E é realmente irresistível, magnético, trafegando com absoluta naturalidade entre o excêntrico, o engraçado e o aterrorizante. Ao longo da projeção, o personagem vai se transformando numa verdadeira entidade terrorista desconstruindo Gotham sistematicamente. Dos cidadãos comuns, às autoridades instituídas até seus maiores defensores. É a antítese caótica da simbologia de ordem e justiça que o Batman tenta inspirar. Para isso, o Coringa Bin Laden seleciona cuidadosamente a escória que servirá à "causa": bandidos de segunda para ações convencionais e legalmente insanos (loucos de pedra!) para as missões suicidas.

Suas maquinações são um show psicopático à parte. Desdobrando-se em etapas cada vez mais ousadas e letais, elas acabam se revelando um único e grandioso esquema ao estilo caixa-dentro-da-caixa. Sempre didático em suas piadas, se faz entender tanto com toneladas de explosivos quanto com meros utensílios básicos, como na já antológica cena do lápis (uma aula de como monopolizar a atenção!).

O Coringa definitivo, atemporal, merecedor com mérito de todas as homenagens e premiações póstumas. Para ser lembrado como algo único e referencial. No fim, uma dúvida para a eternidade... teria sido seu auge ou apenas seu início?


Dizer que Christian Bale foi ofuscado por Ledger pode ser até mais simples, mas não totalmente verdadeiro. O roteiro equilibra pelo menos cinco personagens de peso, cujas intervenções são fundamentais na resolução da trama. Assim, toda a narrativa envolvendo Batman/Bruce Wayne transcorre apenas um pouco acima das demais (e em alguns momentos até abaixo). Há eventos cruciais no roteiro operando fora do alcance e mesmo do conhecimento do protagonista, demarcando territórios com prognósticos inexistentes e conferindo tridimensionalidade ao contexto. Uma arrepiante seqüência envolvendo dois barcos foi emblemática neste sentido: sem exceção, todos são importantes aqui - principalmente a inteligência do público, jamais subestimada durante as duas horas e meia do filme.

Cavaleiro das Trevas situa-se pouco tempo após Begins. Com a mansão Wayne em reconstrução, Bruce utiliza um quartel-general provisório (quase um franchising do Inmetro), onde aprimora seus veículos, equipamentos e, em particular, sua armadura - muito pesada e pouco flexível, atestando que os realizadores estão cientes de que o design ainda está longe do ideal. Nas ruas, a lenda urbana do Batman está em franca ascensão, gerando controvérsias nos altos escalões. Toda a questão do vigilantismo é bastante discutida no filme e cria o gancho perfeito para a introdução do promotor Harvey Dent. Uma espetacular introdução, por sinal.

Celebrado como o "cavaleiro branco" de Gotham, Dent é visto com olhos esperançosos pela mídia e, especialmente por Bruce, que o considera uma alternativa mais civilizada (e menos fascista?) que a existência de um Batman. Isto até a grande virada do personagem, onde suas convicções morais e éticas são jogadas literalmente na brasa, dando origem ao trágico vilão Duas-Caras. Terrivelmente desfigurado aqui, ele supera de longe as cicatrizes bobinhas (e agora até charmosas) dos quadrinhos. Ao contrário da explosão anárquica do Coringa, o Duas-Caras é ironicamente unidimensional. Numa consciente abordagem, Aaron Eckhart manteve o mesmo tom de austeridade antes e depois do trauma. O que era virtuoso ficou diametralmente impiedoso no instante seguinte, o que é algo assustador de se imaginar.

Numa proposta em que dramaticidade e personagens são priorizados, o grande Gary Oldman recebeu um verdadeiro presente. Seu carismático Tenente Gordon foi elevado a um novo patamar, exercitando uma gama de nuances complexas em situações-limite e co-protagonizando o filme com maestria. E virou comissário, finalmente. Já Michael Caine adotou uma postura bem mais incisiva. Alfred - um lobo em pele de cordeiro - está muito mais influente e revela que nem sempre foi mordomo, o que só contribuiu na excelente química com Bale. Fora que o timing cômico dos dois é fabuloso.

Morgan Freeman teve poucas novidades com seu Lucius Fox, o Q do morcegão. Excetuando sua última cena (num gancho sutil e genial), ele apenas reeditou a pegada de sua participação anterior. E a personagem Rachel Dawes (Maggie Gyllenhaal, substituindo bem Katie Holmes) finalmente encontra lugar e relevância à altura da franquia, se é que você me entende.

O Cavaleiro das Trevas não é perfeito como a anfetamina midiática distribuída nos últimos meses levou a crer. Ainda assim, é muito mais do que apenas o melhor filme baseado em quadrinhos. É um marco. O precedente que, tomara, redefinirá o modo como serão adaptados os próximos exemplares da nona arte. E no que depender do box-office, serão mesmo.

17 comentários:

Guilherme Lutti disse...

Sem muito a acrescentar a mais um excelente review... só acho que vc podia ter pelo menos citado Alan Moore e Frank Miller, já que a visão dos dois sobre Batman e Coringa nas HQs foi praticamente transplantada pra tela.

Coringa falando do caos é uma transposição literal da Piada Mortal!!

E vê se volta pro x-cluídos, seu viado corno manso!

Anônimo disse...

Grande resenha. O Nolan fez o que parecia impossível, ressuscitar o personagem depois de seguidas avacalhações, nisso incluo os dois primeiros do Burton, que, ao meu ver, contava apenas como um bom exercício de desenho de produção, maquiagem e fotografia.

Fivo disse...

Cara... vendo o filme me sentia recebendo um presente. Devia ser a referência base para qualquer filme-de-quadrinhos que viesse a ser feito no futuro e que não tivesse a preocupação de explicar a origem. Diversos personagens têm abertura para esse tipo de abordagem sóbria como, por exemplo, homem de ferro e Demolidor.

Fiquei meio assim com o destino do Duas Caras, mas depois, pensando melhor, cheguei à conclusão que no futuro ele não teria espaço naquele universo e que o fim do cara foi coerente com o todo.

Aliás... quando o Coringa é jogado do prédio, pensei: "Será que essa porra é homenagem ao filme do Burton?". Aí o cara o resgata... perfeito.


Esse é o tipo do filme que fica bonito demais na estante!

Fivo disse...

Aliás... os animes ganham muito mais sentido depois de ver o filme.

Alcofa disse...

vi o filme.

gostei.

É o melhor filme de heróis até o momento? Acredito que sim, mas naõ vou afirmar. mas o que gostei mesmo foi a maneira como o Batman de Bale volta e meia é cruel como o do "Cavaleiro das Trevas" (vc acha que essa queda vai me matar?) e como ele conseguiu passar exatamente a MESMA sensação de qdo vc lê Batman Ano UM, principalmente na cena em que ele detona toda a equipe da SWAT. vemos um batman mais estruturado aqui, com muito de Detetive (algo que faltou um pouco no primeiro), muito do personagem que depende da tecnologia e sabe fazer excelenete uso da mesma e, sim, muito do Batman esmurrador de cabeças da bandidagem. Se a abordagem das cenas de luta no primeiro filme era com aquele ar de videoclipe, aqui vemos nitidamente ele descer o braço nos meliantes. Um amigo meu disse que achou ele meio "durão" na cenas. Eu já achei o contrário. Achei extremamente realista! Tenho vários amigo que fazem artes marciais (eu mal sei dar um soco) e volta e meia vou ver aulas do pessoal ... e as lutas do filme ficaram MUITO legais.

Sobre a moto "transformer", nem vou comentar... ficou linda! mas me doeu o coração ver o Tumbler ir pro saco...

Já o Coringa, vi muita gente rindo no cinema, como se qualquer coisa que o cara falasse já era esperado que fosse engraçado. Sim, há vários momentos em que ele REALMENTE é engraçado (como acena de enfermeira explodindo tudo)... mas no geral, este coringa não lembra em ABSOLUTAMENTE NADA o de Jack Nicholson (com todo respeito a este excelente autor). Eu fiquei hipnotizado com a atuação dele! Ele transmitiu MESMO (no meu caso) a idéia de alguém louco, insano, que poderia ter matara a qqer momento por uma simples trocar de olhar!

Perfeito. É a única palavra para ele.

Nunca fui grande fã do Duas Caras. Gostei da atuação de Aaron, o cara manda bem. Mas não me comoveu. talvez ele tenha sido o melhor ator do filme. Mas não me comoveu. Acho que mais pelo fato de não simpatizar tanto com o personagem, e não por sua atuação em sim, que foi ótima.

Gordon teve MUITO destaque no filme. Excelente.

E desta vez vemos Bale falando bastante como Batman e, com aquela voz de quem ta com a garganta cheia de catarro, ficou bem convincente. mas eu tbm fui um dos que teve a impressão de que muitas vezes ele ficou ofuscado no filme.

Todas as cenas entre os dois aldos da mesma moeda (Batman e Coringa) são perfeitas.

nem vou comentar mais senão vira um post dentro do post. E eu tenho uma REPUTAÇÃO a zelar!

Abração!

Kalunga disse...

Salve Doggma!!!!

rapaz, só li o primeiro parágrafo e fiquei ainda mais instigado. Parei por ali, pois vou ver o filme quinta.

Depois, leio o post todo e comento.

abração!

wilson prata disse...

O filme é bom demais sem dúvida, e quanto ao título pode ser o "melhor filme baseado em quadrinhos". O Coringa ganhou o respeito que merece, dava medo dele, principalmente quando ele apanhava e começava a rir, totalmente insano... agora me diz, depois de uma atuação daquela o desgraçado tinha de inventar de morrer?

doggma disse...

Guimba, li muitos reviews de lá pra cá... e nenhum deles conseguiu decodificar em palavras tudo o que o filme tem a oferecer. Escrever sobre ele foi meio frustrante, pra falar a verdade. Tá muito além das minhas capacidades... rs...

Valeu, Paulo. Bom, achei que os 'Batmen' do Burton foram eficientes em seus respectivos momentos.

Fivo, esse aí eu quero em DVD triplo, Blu-ray, HDTV, Tivo, VHS e Betamax. E o caso do DD é DDsesperador (heh!), já que tem tanto potencial quanto Morcego. Até mais, dependendo da fase/graphic novel. Vamos ver ser a Marvel acorda com esse bat-barulho.

Alcofa, bróder! Passei por essa mesma situação em relação ao Coringa. Tem nego descalibrado por aí, hehe... mas depois perceberam qual era da parada e se comportaram, só rindo nos momentos certos.

Outra frase lapidar: "vou fazer o que você deveria ter feito há 10 minutos atrás..." - uma das melhores sacadas do filme, vindo de quase-figurantes.

Kalunga?! Tá vivo? Assiste logo, cara.

Wilson: é o personagem da carreira dele. Foi uma perda lastimável mesmo. Mas sem querer parecer insensível, quem seria o substituto ideal? Sam Rockwell tá no topo na minha lista.

Anônimo disse...

Ué?! Reputação a zelar? Esse é o mesmo "Alcofa" que vive exaltando as proezas de seu Capitão, muitas das quais frisando sua (improvável) supremacia frente ao nosso estimado cavaleiro das trevas?

Das duas, uma: ou ele (1) foi vítima do rearranjo causado pelas pancadas que o Superboy Prime deu na parede da realidade ou (2) levou "aquele soco" que o "A" foi parar na nuca*.

Quanto a DK, parece bobo, mas dei umas boas risadas nervosas com aquela cena em que o funcionário espertalhão tentou dar uma de gostoso pra cima do Lucius.

Ali é que CEO! Gerencia as Empresas Wayne, funciona como "Q" do Batman e ainda toma conta de dois departamentos sozinho, o de "Ciências Aplicadas" e o de "Controle de Danos".

Só não chupou cana e assobiou ao mesmo tempo (com farinha na boca) porque devem ter cortado a cena.



(*) O comportamento bate com o do Guy Gardner após o clássico nocaute de "um soco" só.

Kalunga disse...

Doggma, tua resenha é perfeita. Ainda mais por ser acessível aos leigos no universo dos HQs como eu, pois li muitas análises por aí se atendo demais às comparaçoes com os quadrinhos. Você resenhou o filme, radiografou e colocou as exclamações e as interrogações nos lugares certos.

sem exceção, todos são importantes aqui - principalmente a inteligência do público, jamais subestimada durante as duas horas e meia do filme.

Pois é!!!! Apesar de o Coringa/Ledger ser um marco histórico - com todo o respeito ao Jack Nicholson, mas o coringa dele se tornou um mero truque de palhaço comparado à monstruosidade do lamentavelmente falecido ator desta película de 2008 -, todos possuem, sim, a devida importância no filme.

A sensação em que fui tomado na sala de cinema a partir do momento em que o Coringa vai realmente tomando conta da situação e provocando o caos e o terrorismo de Gothan City foi semelhante ao incômodo claustrofóbico, alucinante e taquicardíaco que tive quando assisti a "Old Boy" - um dos meus filmes preferidos de todos os tempos.

São muitas cenas, muotas sacadas geniais, muita ação inteligente, muita INTERPRETAÇÃO e ROTEIRO de qualidade juntos num filme de sucesso de Hollywood.

Porra, Batmam, O Cavaleiro das Trevas, definitivamente fez história!

um grande abraço!

Guilherme Lutti disse...

Dogg, partilho do seu "desespero" quanto ao Demolidor. O Fivo já me chamou de "fanboy" lá no grupo por causa disso, mas eu realmente acho que a Marvel tá sendo estúpida em se preocupar com filmes do Homem-Formiga, Thor, Punho de Ferro, Pantera Negra etc. e esquecer o Demolidor.

Pô, um filme baseado em "A Queda de Murdock" pode ser tão foda quanto esse do Batman, ou até mais.

O que há na cabeça dos caras pra não enxergarem isso?

Kalunga disse...

Já o Coringa, vi muita gente rindo no cinema, como se qualquer coisa que o cara falasse já era esperado que fosse engraçado. Sim, há vários momentos em que ele REALMENTE é engraçado (como acena de enfermeira explodindo tudo)... mas no geral, este coringa não lembra em ABSOLUTAMENTE NADA o de Jack Nicholson (com todo respeito a este excelente autor). Eu fiquei hipnotizado com a atuação dele! Ele transmitiu MESMO (no meu caso) a idéia de alguém louco, insano, que poderia ter matara a qqer momento por uma simples trocar de olhar!

peço licença e reproduzo um trecho do que o Alcofa comentou. Tive exatamente a mesma sensação. Tinha uma garotada no cinema que foi lá pra rir com o Coringa. Na boa, ele é até engraçado em alguns momentos. Mas, na boa, a onda daquele personagem é muito, mas muito complexa para ser dissipada com algumas gargalhadas...

Anônimo disse...

Discordo MUITO do Guilherme quanto ao Thor, no entanto acho que a Marvel tem a OBRIGAÇÃO de fazer um filme decente do Demolidor...

Hulk

doggma disse...

Luwig... vamos respeitar o Alcofa. TDK deve ter sido uma experiência conturbada pra ele, rs...

Kalungaaaaa! Pois é cara... qual foi o último blockbuster com essa carga de complexidade/meticulosidade narrativa? Nem lembro.

Guimba, acho até mais. Por mim resetavam tudo do DD no cinema (não tá na moda fazer isso?) e começavam bem do início, numa adaptação de "Homem Sem Medo" e emendava depois no "A Queda". De qualquer modo, acho que tem espaço pra todos. Menos pro Homem-Formiga... faça-me o favor... é sério essa merda?

Se tivesse de escolher entre um filme decente do Thor e um do DD, que me perdoe o filho de Odin. Mas eu torço muito por uma produção bacana do Thor, um dos roubos mais bem sucedidos da Marvel. Não é qualquer um que maloca um personagem da mitologia e passa décadas faturando em cima dele.

Anônimo disse...

EU QUERO VER UM FILME LIVE-ACTION DA DRUUNA !!! e a atriz pode ser a Mulher-Samanbais que até parecida é.

Nerd Rabugento disse...

Engraçado. Só agora li essa crítica e, sei lá. Discordo praticamente de tudo, não gostei e a única frase que concordo é "O Cavaleiro das Trevas não é perfeito como a anfetamina midiática distribuída nos últimos meses levou a crer." Mas um marco? Sério que vc achou isso?

Quanto mais eu penso nesse filme menos eu gosto dele. Para um vilão que afirma ser o agente do caos, "Suas maquinações são um show psicopático à parte. Desdobrando-se em etapas cada vez mais ousadas e letais, elas acabam se revelando um único e grandioso esquema ao estilo caixa-dentro-da-caixa...", sua 'maquinações' são muito ordenadas.

Engraçado que eu nunca deixo comentários grandes em nenhum blog, mas aqui vale a pena.

Abraço.

doggma disse...

E aí Castrezana!

Sério que eu achei isso. Um marco dentro do segmento, como não? Sempre que uma nova adaptação de quadrinhos for aprovada por algum estúdio, o modelo de sucesso será Dark Knight (do mesmo modo que Homem-Aranha foi).

Cara, o Coringa do Ledger/Nolan é praticamente uma cria do Thomas Harris. Psique de gênio, mas estilhaçada, excêntrica, distorcida. Pura dualidade. Já viu "Spider", do Cronenberg? É por aí.

heh... li a sua resenha e achei engraçado como fomos tão opostos. :)

Abraço!