quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
FIGHT FIRE WITH BAUER
Olha só que coisa. Mesmo com tudo o que já aconteceu em 24, a série nunca foi tão didática quanto no último episódio (o oitavo, sétima temporada). O que rolou ali foi um intensivão da metodologia anti-terror - e anti-ética - de Jack Bauer. Um compacto de tudo o que polemiza o personagem de Kiefer Sutherland e, porque não, daquilo que é o coração da série. Uma sequência em particular (a da imagem acima) é emblemática neste sentido: trata-se de uma única situação de campo, onde o ex-CTU, auxiliado por uma agente do FBI, tenta extrair uma informação crucial de um agente duplo. Movido por uma deadline iminente e antecipando a recusa do sujeito em abrir o bico, Bauer o coloca sob a mira, enquanto a agente do FBI invade a casa do cara e coloca a família dele (mulher e um bebê de 11 meses) sob a mira. Para Bauer é só mais um dia no escritório. Mas para a agente Renee Walker...
A agente Walker tem personificado os brios do espectador liberal nesta temporada. Ao mesmo tempo em que admite alguma tortura e coação por um bem maior (que seja), se recusa a trilhar de vez o caminho negro de Bauer, que absorve isso como oxigênio. Ela tenta evitar baixas. Ele, controla os danos. Isso deu muito certo antes (lembra de como ele quebrou o vilanesco Stephen Saunders na terceira temporada?). A única exceção (Christopher Henderson, mentor de Jack, ou seja, Satã em pessoa) só confirma a regra.
Uma das boas sacadas do roteiro foi mostrar a agente sendo seduzida pelo modus operandi de Bauer (reacionário e com tempo de resposta mach-5) em contraponto aos protocolos e burocracias sem fim do Bureau - este, sem dúvida, representado em terno e gravata pelo diretor assistente Larry Moss, de quem a Agente Walker é protégé. É dele uma missiva lapidar para Jack: "são as regras quem nos fazem melhores" - ao que ele prontamente responde: "não hoje".
Poucas vezes Jack esteve tão sóbrio e incisivo quanto nesta cena de confronto ideológico. Faltou pouco pra ele dizer algo como "sou o melhor no que faço" ou "peace sells, but who's buying?". Um badass, enfim.
A sétima temporada segue irrepreensível. Pra quem se surpreendeu com o tour-de-Rambo que foi 24: Redemption (achei um filmaço sim), posso adiantar que a trama está muito bem elaborada e cheia daqueles excessos narrativos quase-saindo-dos-trilhos que marcaram os melhores momentos da série. E pra quem estranhar a calmaria inicial, os dois últimos episódios (#7 e #8) são totalmente punk, hardcore e death metal. Na verdade, só há uma coisinha que ainda não comprei totalmente, mas sem ligações diretas com o andamento dos plots. Que, por sinal, nem vou resumir quais são para não atrapalhar a surpresa (não dessa vez!).
Ah, e evite o Wiki de 24. Estraguei um episódio só de correr o olho ali. Os caras contam tudo!
Na trilha: War Pigs!
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10 comentários:
Resumiu bem pracaraio o espírito da série e dessa temporada, em particular. Redemption, nome do episódio-interlúdio, não poderia ter sido melhor escolhido depois da péssima sexta temporada.
S1E10... não vou ler isso não... :)
E vc demorou pra baixar Galactica...
ótima descrição.
Acho que o Bauer é o maior ícone dos anti-herois.
E como vivemos em um país violento que é uma cópia chinesa da sociedade americana, é muito fácil apoiar e acreditar que seres como Jack são um mal necessário.
Lembro de uma das temporadas que quase quebrei meus ossos de tanta tensão... Quando uns terrorista exigem que ele mate seu amigo de trabalho... O cara se ajoelha, e ele mata mesmo!
Essa foi foda! Acho que passei uns 2 dias chocado só pensando se aquilo realmente poderia acontecer na realidade de um agente.
Ainda não vi essa ultima temporada... preciso arrumar 24 horas para isso :D
Fivo, a sexta teve seus momentos. Mas tem razão... comparativamente, é a pior.
Sandrão, vou acertar meus ponteiros com BSG nessa mid-season. Não tem UM que não elogie MUITO essa série.
Chantinon, essa aí é a quarta temporada >>
http://blackzombie.blogspot.com/2005/01/ossos-do-maldito-ofcio.html
Foi de quebrar o encosto da cadeira mesmo...
E enfim na pessoa de Allison Taylor temos uma "mulher mais poderosa do mundo" do mesmo naipe que David Palmer costumava fazer parte. Frise-se, daqueles primeiros minutos do 5º dia em diante, ninguém até então tê funcionado sob pressão tão bem quanto ela, nem mesmo o bem intencionado Wayne, tão pouco o instável Daniels (nada contra a irrepreensível atuação de Powers Boothe, apenas negócios) e, claro, sem mencionar o fanfarrão/paspalhão/vilão do Charles Logan.
Obs (ou Ops!): A execução do Chappelle se deu na terceira e não na quarta, Dogg. Por sinal, essa ainda é minha favorita, e vou dizer porquê >>>
1) Jack não vendo alternativa, pede autorização a Palmer para que possa libertar Ramón e evitar uma catástrofe. O presidente a concede por omissão, mas adverte que mesmo sabendo das intenções de Bauer não poderá oficializá-las. Jack mais uma vez seria visto como inimigo de estado. Destaque para a cena no melhor estilo, Franco Atirador, em que Jack e Ramón são obrigados a jogar Roleta Russa;
2) Para ganhar a confiança de Nina Myers, Jack tem que convencê-la com um “beijo”. Não consegue, é verdade, mas a cena é degradante dito o passado de sua antiga parceira. Aliás, todo o itinerário de Nina até sua execução por Bauer – dentro da própria sala em que ela mesma assassinou a sangue frio, Teri Bauer – foi apoteótico. Destaque para a passagem no avião em que ela engana Jack e dissemina um vírus de computador que compromete todo o sistema da CTU, sem falar do interrogatório, quando Tony Almeida menciona que Alvers tem Aids, e sua pulsação aumenta, evidenciando que teve relações sexuais com o mesmo;
3) O momento em que Chapelle é morto por Bauer, coagido por Stephen Saunders e autorizado por Palmer, é um dos melhores de toda a série. Sempre pensei na batida do relógio de 24 Horas como um “coração palpitando”. Tive certeza disso, quando o relógio fechou à hora e não fez som algum, deixando isso a cargo de espectador;
4) Os papéis de vilão e mocinho se invertem quando Saunders, visivelmente desesperado, é obrigado por Bauer a ver sua filha sendo levada ao hotel em que há poucas horas tinha sido exposto uma ampola do vírus. Fico pensando, se Jack teria levado isso a cabo ou era puro blefe;
5) O tempo estava se esgotando e o técnico do esquadrão anti-bombas não retornava a ligação... O último frasco do vírus estava prestes a ser quebrado e o dispositivo estava preso ao braço de Chase... Um machado na parede... A lógica diz que alguém nessa história perdeu alguma coisa;
6) Quem foi que disse que “tudo está bem, quando termina bem”? Jack passou de tudo nesse dia, desde uma impiedosa crise de abstinência, passando por carrasco ao matar um colega de trabalho, até decepar com um machado o braço de seu genro. Quando Jack sai do hospital em que Chase está, e entra no carro, ele desaba e se iguala a nós mortais. São poucas as lágrimas, mas sem dúvida, é o ponto alto de toda atuação de Kiefer Sutherland em 24 Horas. Poucos instantes depois, seu rádio toca, estão chamando o para interrogar um dos terroristas capturados. O dia ainda não terminou.
Abração. Fui.
Uooohhh... que Pinhead o quê, esse é verdadeiro Renascido das Trevas! Você é o Luwig mesmo ou o zumbi apodrecido dele? E quando é que o Pulse vai voltar a pulsar? Tu faz falta, meu.
Ah, isso mesmo, a terceira. Vou acertar. É minha favorita também.
Minha favorita, de longe, é a segunda ainda. É uma cascata de merda acontecendo e o cara não vê a luz no fim do túnel. Todo o tempo ele se sustenta por um fio de cabelo de probabilidade de dar certo, e consegue. Fantástica.
Ê caráio... tô me vendo obrigado a alugar a segunda, de tanto que tu e o Guimba falam. Não lembro quase nada dessa temporada.
Aliás... viu o Sandro, que Robinzinho? Fala sério.
(Sandro, por favor não leia isso, rs)
Herr Dogg, meu pulso ainda pulsa, já o Pulse... tá precisando mesmo de RCP, reza, desfibrilador e algumas miligramas de adrenalina direto no coração.
Mas o motivo da minha ausência é bom... ando me preparando pra dois concursos pra delegado das polícias civis daqui da Paraíba e do Rio Grande do Norte.
Logo, logo eu volto. Tenho algumas coisas na agulha, mas não tô conseguindo por enquanto conciliar as coisas. A última coisa que fiz foi foi alguns paralelos com a mitologia live-action de Star Wars e o seu universo expandido. Mas a coisa tá saindo do controle.
(a propósito... semana passada no Shopping Recife vi uma réplica com aproximadamente 1 metro de largura da Millennium Falcon por R$ 800,00... babei)
E sobre a segundona de 24, o final da segunda hora é de deixar o queixo caído por pelo menos mais dez: é quando Bauer executa à sangue frio um informante do FBI na sala de interrogatório e em seguida pede a Mason uma serra pra que possa decapitá-lo e entregar a cabeça a um desafeto em comum, infiltrando-se na sua organização.
Abração.
Ah, então é por uma boa (ótima, excelente) causa. Vamos dizer então que o Pulse está sendo preservado em condições subzero. :)
MFalcon de 1 metro? Sonho de consumo imediato. Pena que o precinho é proporcional também.
Boa sorte lá, véio!
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