segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Eu podia tá matando


Arrancaram Jack Bauer da aposentadoria. Após quatro episódios, já dá pra arriscar os primeiros chutes sobre a oitava temporada de 24: dinâmica mais cadenciada que a habitual, mas diametralmente impactante. E o início é surpreendente. Quando Jack apareceu pela primeira vez, pensei até que fosse um daqueles telefilmes família da Hallmark. Numa cena idílica, o ex-agente brinca com sua netinha enquanto assistem desenhos na TV. Ele parece finalmente levar a vida que sempre quis desde a primeira temporada. É a primeira vez que o vejo começar um desses "dias no escritório" totalmente absorto, descansado, em outro lugar. Curioso. Será um retrato da América atual, exausta de crises, ameaças e más notícias diversas lotando a grade da CNN? Seja como for, não demora até a vida real bater à porta de Jack respingando sangue e pronta para desconstruir o sonho americano, mais uma vez. Na trama, agora em NY, ele investiga uma conspiração para assassinar Omar Hassan, presidente de uma república fictícia simulando o Irã, e acaba cruzando com uma operação da máfia russa envolvendo canisters com urânio enriquecido. Familiar...

Não será fácil chegar ao nível da excelente temporada anterior, mas há várias pistas promissoras aqui. Os destaques até agora: a CTU reativada com tecnologia agressiva, uma desatualizada Chloe O'Brian (minha xodozinha nerd) e, especialmente, Renee Walker. Após um dia inteiro nadando em sangue ao lado de Jack Bauer, a ex-FBI agora é uma máquina de triturar suspeitos. A última cena do quarto episódio arrepiou Jack, eu, Leatherface, Jason e o Dr. Lecter. Essa promete.

Bem sacada a participação de Mykelti Williamson como o novo diretor da CTU, Brian Hastings. Ao que tudo indica, é mais um burocrata carreirista que ainda vai bater muito de frente com Jack. Particularmente, também gostei do retorno da Presidente Allison Taylor (a ótima Cherrie Jones) e da raposa velha Ethan Kanin. Mas fica sempre a torcida pela volta, mais uma vez, de Aaron Pierce e do saudoso Mike Novick.

De ruim: o plot-blackmail de Dana Walsh, analista sênior da CTU. Não dá pra crer que ela ajuda a salvar o mundo num minuto e abaixa a cabeça pra um zé-ninguém no minuto seguinte. Claro, tudo vai depender do background que ela tanto teme, mas, por enquanto, inverossímil. Outra coisa que desceu meio quadrada foi em relação à Kim (aaa... Delisha Cuthbert). Logo ela incentivando o pai a largar tudo pra sair por aí arriscando a vida?

Aliás, pra quem assiste Californication, vai ser meio esquisito ver o maluco Lew Ashby (Callum Keith Rennie) como um dos gângsteres barra-pesada. É só olhar pra cara dele que eu lembro das dúzias de mulheres peladas dançando ao som de Black Label Society...

E finalmente, um Prinze em Nova York. Mal me recuperei da notícia que revelou sua presença na série. 24 é a antítese de tudo aquilo que Prinze Jr. participou na sua vida profissional. Achei que nunca iria convencer como o "superior" de Jack, como noticiaram por aí. E achei também que não convenceria se tentasse parecer durão. Felizmente, não é nem uma coisa, nem outra. No papel do agente Cole Ortiz, ele está na mesma posição que Jack ocupava nas primeiras temporadas. Mas claro, longe daquela ousadia limítrofe: aqui ele é a correção em pessoa, só agindo by-the-book. Mas desde que conheceu Jack já distorceu um pouco seus princípios (por uma boa causa). A boa cena em que ele escolhe a alternativa à trair sua equipe reafirmou a integridade do personagem. Em contrapartida, o lado galã enraizado no ator continua lá, nos momentos com Dana, sua noiva.

Pelo visto, o maior trunfo do Prinze é esse mesmo: encarar o papel com seriedade, sem exageros e, principalmente, sem tentar ser o que não é. Os prognósticos são bons. Da última vez que ele esteve em Manhattan pelos meios pop...

7 comentários:

samurai disse...

O'Brian desatualizada!! Como assim ? Updeites ali são online.
Cara falando em update esse teu database de Hq', Som (que tah faltando um pouco por aqui, os bons reviews ) deve ter teras de informação.Apesar da producao tah diminuindo em comparacao a 2004/2005, o que nao falta aqui eh qualidade.
Por falar em som, deixarei hellcife pra conferir o metallica.
Abraços

Alessandro

doggma disse...

"Desatualizada" no sentido de que ainda não se adaptou totalmente ao novo sistema da CTU. Tá mais lenta, menos sobrehumana. Gostei do recurso.

Oaa... vai no Metallica? Rapaz, que os Deuses do Rock and Roll te acompanhem! Não esquece de comentar isso depois.

samurai disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
samurai disse...

Putz. Achei que vc estaria lá.
Aqui fiz um e$$forço pra ir.
Podeixá que comento sim.

Abraços
Alessandro

Luwig disse...

Acho que no lugar do Cole, davam pra ter tacado um "Chase Edmunds" mais astuto e vivido*, no estilo Wally West, impondo o tipo de respeito que Bauer mereceria dentro daquela bodega (CTU-NY).

Afinal, não tem nem mais graça esse lance de Jack ser sempre tratado como o eterno outsider, ele é uma lenda viva e pronto. Hastings deveria é se curvar perante ele.

No mais, se eu duvidar que 24 continua mesmo sem Jack com a Renee protagonizando... Ela tá fazendo por onde. Já viu a 5ª hora dessa temporada? Na minha ótica, foi uma das** mais tensas de toda a série.



(*) Imagina só: Brian falando pro Chase "Vocês têm uma história" e ele respondendo em seguida coçando a cicatriz da mão reimplantada, "é, temos".

(**) Mas claro, sem passar por cima de nenhuma daquelas situações críticas do 3º dia. A morte de Chapelle é ainda o padrão-ouro do programa.


Abração.

doggma disse...

Até que o Hastings tá dando moral pro Jack. Mesmo sendo ex-operativo, ele o colocou na liderança da infiltração. Mas que o Buchanan tá fazendo falta, tá.

Renee mostrou ter nervos de titânio no 5º ep. Porém, desconfio que ainda vai sair do controle em algum momento.

samurai disse...

O show do metallica foi megafodonico (como diria um certo capitao dono de um boteco).
Set list fuderoso. Som ensurdecedor.E a banda nitidamente satisfeita com a reação do publico.
Massa.

Abraços
Alessandro