São nesses momentos especiais, ainda que trágicos, que temos a chance de atualizar certos cenários. Se a tag surgiu para apagar o princípio de um incêndio xenofóbico (mais um), então o balde de Miller parece ter gasolina – e não pela tradução literal zoada da mensagem. Nos comentários do tuíte não faltaram menções à obra mais polêmica da carreira do quadrinhista: Holy Terror.
Revivendo esse momento lindo, a HQ, que vai completar 10 anos agora em setembro, foi bastante criticada pela islamofobia latente e o preconceito contra pessoas, gatos, cachorros e tudo o mais que venha do Oriente Médio. Na época, com Miller em plena nóia reaça, sobrou até para a "gangue de valentões, ladrões e estupradores" do movimento Occupy Wall Street. O 1% agradece.
Miller estava determinado a fazer a América grande novamente, mas a constipação mental passou e ele até ensaiou uma mea culpa:
“Minhas coisas sempre representam o que estou passando. Sempre que olho para qualquer um dos meus trabalhos, posso sentir qual era a minha mentalidade e me lembro com quem estava na época. Quando eu olho para Holy Terror, o que eu realmente não faço com tanta frequência, posso sentir a onda de raiva saindo das páginas. Existem lugares onde é inacreditável a sede de sangue.”Acontece, Frank. Acontece. Saudades de quando só reclamávamos do teu traço.
Bela ilustra, por sinal.
Um comentário:
Ótimo post!
Acho que devemos comemorar quando alguém recupera a sanidade e reconhece os erros passados... como você disse, acontece... com todos nós, eu acho. Viva as grandes obras desse mestre!
Abraço!
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