Geralmente orbitando as HQs com a superficialidade de um típico Caderno 2, o site The Guardian publicou um bom artigo sobre a carreira do saudoso desenhista Steve Dillon, falecido em 2016. Na matéria, Garth Ennis, sua cara-metade artística e amigo de copo, relembra os principais trabalhos da dupla. Embora curta, uma ótima leitura, replicada merecidamente por Dave Gibbons e Jimmy Palmiotti.
Lendo a reflexão do chapa Luwig sobre uma sequência de Starman e nossos entes queridos que se foram, foi impossível não fazer a conexão com um trecho bastante pessoal da entrevista com Ennis.
“A morte de Steve foi uma absoluta decepção. Ele estava fazendo alguns dos melhores trabalhos de sua carreira naquele momento. Houveram duas bebedeiras massivas depois que ele morreu, uma em Nova York, uma em Luton, e em ambas eu tive a mesma sensação: esta é uma grande celebração da vida de um cara fantástico e ele adoraria ver todo mundo desse jeito, mas amanhã temos que prosseguir com um enorme vazio em nossas vidas.”E arremata com um cruzado certeiro:
“Eu daria qualquer coisa para tomar mais uma cerveja com ele.”Inesperado e comovente. E universal demais pra não se enxergar ali.
É pra colocar a próxima rodada em perspectiva, hm?
7 comentários:
Vendo The Boys me lembrei da passagem do filme c/ o Karl c/ a classica frase "I'm the Law!" e fiquei pensando....como tanto a criação do personagem e os traços do desenhista reforçam e engrandecem o personagem tornando ele tão unico independente de universos compartilhados ou n....
Dillon era diferenciado... T+.
Total. Os trabalhos em Preacher e Justiceiro têm aquela pegada única, irreplicável, como Ennis bem atestou na matéria. Talentosíssimo, embora não fosse nenhuma unanimidade. Graças a Deus.
Abração!
Os desenhos do Dillon deram aquele toque especial ás doideiras do Ennis. Obrigado, Steve Dillon!
O que eu não daria pra ouvir só mais um esculacho da minha avó... ou ter aquela conversa com meu pai que ficou pra outro dia?!
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Sobre o Steve Dillon, acho uma surpresa ver testemunhos assim. Sempre curti incondicionalmente o trabalho desse artista, mas a cada admirador que surgia, aparecia uns outros quinze defenestrando o coitado. Hoje em dia, enxergo que o parceiro ideal do Garth Ennis é o Goran Parlov, mas no passado, era impossível não pensar no roteirista sem sua cara metade de Hellblazer, Preacher e Justiceiro.
Abração cervejante, meu chapa.
L, não sei quem era mais doido ali, o Ennis ou o Dillon.
💀 💀 💀
Luwig, acho o Parlov um ilustrador mais efetivo e direto.
Já o Dillon tinha uma habilidade para surpreender que era única. Ele sabia exatamente como construir uma atmosfera de calmaria e, em seguida, atropelar aquilo com um shot de ultraviolência.
Mesmo quando não era o Ennis escrevendo e mesmo com material "PG-13", eu ficava COM MEDO de virar a página seguinte e me deparar com as maiores atrocidades já imaginadas pelo homem. Ler um gibi desenhado pelo Dillon era como reviver a sequência do James Hudson tentando desativar o traje.
Acho que só o Charlie Adlard conseguiu se aproximar dessa pegada bipolar/psicótica.
Abração, meu amigo!
Bacana demais ver que a camaradagem de bar mostrada em Hellblazer e Preacher tinha equivalente na vida real. E nessas duas séries, principalmente em Hellblazer e no início de Preacher, o traço dele tava AFIADO.
Verdade, Do Vale. Nem tenho nada com isso, mas fico felizão (!) em saber que eles eram amigos mesmo, de pub/boteco. Mesma sensação que tive em saber da brodeiragem de Cam Kennedy e Tom Veitch quando pesquisava para o post de A Guerra de Luz e Trevas.
Hellblazer & Preacher são os highlights, mas também tenho um carinho especial pelo trampo dele na mini Poder Supremo: Falcão Noturno, que saiu na Marvel MAX. E pelo run divertidíssimo dele com o Ennis no Justiceiro.
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