Como é bem conhecido (mas essencial relembrar), Oesterheld viveu seus últimos anos de profissão na clandestinidade. Em algum ponto do ano de 1977, foi sequestrado, torturado e "desaparecido" pela ditadura militar argentina. Tinha de 58 para 59 anos, ninguém sabe ao certo. O mesmo destino coube às suas quatro filhas: Estela Inés, Beatriz Marta (a única cujo corpo foi recuperado), Marina e Diana Irene — as duas últimas, grávidas na época das prisões.
O relato a seguir é do psicólogo Eduardo Arias, detido com Oesterheld na mesma prisão clandestina e uma das últimas pessoas a vê-lo. O depoimento foi publicado originalmente na revista Feriado Nacional em outubro de 1983 e reproduzido na íntegra no excelente livro Bienvenido - Um Passeio pelos Quadrinhos Argentinos (Zarabatana, 2010), do jornalista e professor Paulo Ramos.
Uma porrada.
"Onde está Oesterheld?" há muito deixou de ser uma pergunta. É, entre muitas outras coisas, um lembrete.
2 comentários:
Salve Dogma!Estive em abril passado em Buenos Aires e muitas placas espalhadas com nome de pessoas que foram simplesmente arrastadas e nunca + souberam delas nos respectivos locais. De começo qdo li achei que era anedota mas sempre curioso e voltei p/ ler.....complicado.
Fala, Marcelo!
Valeu demais por compartilhar sua experiência. Fiquei arrepiado só de ler, imagina in loco. Temos muito o que aprender com os hermanos.
Abração.
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