Wolverine: Arma X foi para as releituras do feriadão. Já faziam alguns anos. O pequeno clássico do Barry Windsor-Smith ainda se sustenta com louvor, dadas a estética oitentista e a superexposição do baixinho mutante desde que a saga foi publicada na Marvel Comics Presents #72, em março de 1991.
Como autor, o britânico nunca esteve tão afiado, conciliando a dinâmica sequencial com recortes e entre quadros repletos de informações. Tanto se vale só da força das imagens, quanto fuzila o leitor com recordatórios aleatórios sem bagunçar o meio-campo. Timing impecável. Como artista, revezava entre a técnica minuciosa e ejeções viscerais de caos controlado. Um mestre.
A leitura segue como um registro atemporal de um talento refinado após anos de trincheira editorial, agora em seu, digamos, platô criativo. Além de ser ultraviolenta e divertida pra caceta.
(embora minha chatice pseudocientista ainda me incomode na inexplicada drenagem excessiva de adamantium pro túnel do carpo...)
A edição que tenho é a lançada pela Panini há exatos 20 anos — encadernado com capa cartão e papel LWC, vulgo "couché de pobre". E trazia um bom motivo para passar a versão em capa dura posterior: a inclusão da história "Animal Ferido", com Windsor-Smith ilustrando o texto do Chris Claremont. É uma espécie de "curta-metragem natalino" com Wolverine e Chispinha, do Quarteto Futuro (precisamos falar sobre o Quarteto Futuro) sendo caçados pelos ciborgues Carniceiros e pela Lady Letal, recém criada pelas seis mãos da Espiral em sua Loja de Corpos.
Por que a Panini ignorou essa pequena grande aventura na reedição de luxo é um mistério. Mas o editor Fernando Lopes foi categórico na nota de rodapé da galeria de capas.
Trabalho de edição proativa é isso aí. É Barry Windsor-Smith, pô!²
Curto tanto essa história que também tenho em Heróis da TV #100 (a 1ª vez a gente nunca esquece) e na Marvel + Aventura #1.
Pelo Arma X de 2003, só posso terminar com um raro...
Boa, Panini!
7 comentários:
Meu querido, a pilha de releitura faria com que eu não precisasse comprar nada, quem sabe, por uns pares de anos. Mas sabemos que não é assim que a banda toca. Arma X está na lista desde que a comprei (a minha é a da Salvat); vez por outra, nas arrumações das coisas, folheio. Primeira leitura foi uma lapada, mexeu comigo por anos (li em Wolverine Extra). Narrações quebradas, rasteira no leitor sobre o que realmente aconteceu no final das contas, a BAGUNÇA que Logan faz durante sua fuga… Impressões cravadas a fogo na mente do jovem Luís que nunca havia lido daquele naipe. Clássico eterno.
Mas mudando de assunto: pegas eventuais Tex Gigante? Entre ontem e hoje li o número 36, “Indian Carnival”. Ótimo thriller do Boselli com o Massimo Carnevale.
Eu apoio um texto sobre o Quarteto Futuro.
Do Vale, minhas arrumações levam uma semana por conta das releituras. Ontem mesmo reli a mini Código de Honra, da Abril, e só larguei depois da última página...
A 1ª vez que tive contato com o Wolverine do Windsor-Smith foi na HTV #100 mesmo. Totalmente desavisado, entre uma história-método Marvel e outra. Até hoje estou juntando os cacos do cérebro.
Espetacular essa capa do Carnevale, hein. Lembra um Sienkiewicz mais comportado. Da Tex Gigante, só tenho duas: a #32, com o jovem Tex (Stefano Andreucci matando a pau), e a #35, com os pards empreendendo uma caçada humana aos Irmãos Logan. Vou caçar essa #36. Tem outra dica quente do título?
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Então somos dois, Anônimo. Já deu quórum! \m/
Meu amigo, Tex Gigante não tem erro, são sempre ótimas. Recomendo, se puder vasculhar, Na Trilha do Oregon, O Homem de Atlanta, Capitão Jack, A Vingança de Doc Holliday, O Grande Roubo… O número 37 tá na pilha pra ser lido em breve, peguei com desconto gostoso junto com o 36.
Anotadas. Curti muito o formato. Provavelmente irá iniciar uma reação em cadeia, mas é pra isso que eu pago o cartão, rs.
Falando nisso, arrependimentozinho de ter feito a Gigante em Cores. Tirando a "Vale do Terror" (Magnus) e "A Última Fronteira" (Parlov), Tex p&b é lei!
Salve Dogma! Releitura de classicos são tão necessarios do que respirar..tantas banalices...nada como ainda ter olhos (mesmo com ajuda de uma lente e armação) para poder sentar e voltar aquela mesma sensação de "primeira vez"....boas (re)leituras!
Certamente, Marcelo... se pudesse, manteria a coleção inteira ao alcance da mão o tempo todo, como era há alguns anos. Infelizmente, "coleção" não rima com "espaço" e os mergulhos nas velharias ficaram mais, digamos, sazonais (= dias de arrumação nas caixas de gibis).
Abração!
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