quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

“I bless the rains down in Africa...”

Notícia velha-para-os-padrões-atuais, mas relevante ainda. Quiçá para sempre.

O diretor Matthew Vaughn revela que deixou de dirigir 'X-Men 3: O Confronto Final', depois que os executivos escreveram...

Publicado por Taverna Marvel em Domingo, 15 de outubro de 2023

Não que seja alguma surpresa – e não me surpreendi mesmo. É mais uma polaroid da velha Hollywood em plena ação. Em perspectiva, é tão imoral quanto fascinante. O mundo gira a mil: X-Men: O Confronto Final garantiu a presença VIP de Halle Berry, o delator Matthew Vaughn (e palmas para ele) acabou trabalhando na franquia ao dirigir X-Men: Primeira Classe – portanto, sob mordaça contratual – e todo aquele status quo foi para o vinagre quando a 21st Century Fox fez uma viagem só de ida para a Disneylândia. E adeus à mordaça.

Ou seja, o que importava muito, agora não importa mais nada. A metáfora da vida.

O pior é que o roteiro fake era de fato promissor. Além da ideia cativante (menos para o executivo escroque), mesmo batida para os quadrinheiros veteranos, era uma deixa para futuras abordagens da origem da Tempestade. Quando a internet ainda era mato, já se discutia sobre como a vida pregressa de Ororo Munroe daria um filmão ou uma puta série de TV pelos fóruns e grupos de e-mail que fervilhavam na esteira de X-Men (2000) e X2 (2003) – bons tempos de ócio laboral.

Um ótimo ponto de partida seria o período em que ela era uma jovem ladra nas ruas do Cairo, sendo treinada por Achmed Al-Gibar, mestre da Liga dos Ladrões. Alguns flashbacks dariam conta da trágica morte de seus pais e do trauma que gerou a sua claustrofobia. Nesse meio-tempo, seus dons mutantes começariam a aflorar. Pronto, plot entregue.

Esse background foi montado pela 1ª vez na The Uncanny X-Men #103, em fevereiro de 1977.


Chris Claremont e Len Wein com as artes dos fabulosos John Byrne e Dave Cockrum relaram nesta fase também na Giant-Size X-Men #1, em 1975, e na The Uncanny X-Men #117, em 1979. Salvo engano, nada muito além disso. Apenas levantaram essa bola para ser cortada anos depois, nas boas minisséries Ororo: Before the Storm, de 2005, e Tempestade, de 2006 – fora as referências pontuais ao longo do caminho.

É uma história e tanto. Digna de ser contada fora dos gibis. A Ororo merece.

2 comentários:

Marcelo disse...

Numa quinta ja no final de ano nada como uma nostalgia para fechar. Otima serie.

doggma disse...

Os algoritmos foram cirúrgicos nessa. A notícia chegou pra mim ao mesmo tempo em que essa splash bateu na minha timeline.

O Cockrum desenhava MUITO.