Ok, acho que isso é tudo. Agora podemos começar...
Eis que finalmente o aguardado (por mim, pelo menos) The New Avengers #1 dá o ar da graça. Mas eu sou um sujeito esperto. Eu sabia que a carroça não ia descer a ladeira já na estréia. Sabia que essa capa ultra-mega-divulgada, desenhada pelo próprio David Finch, antecipava bastante algo que ainda ia demorar mais um tanto pra acontecer. E que, no início, Brian Michael Bendis iria se fazer de mulher difícil. As coisas ainda estão cobertas com uma névoa bem espessa que, aos poucos, vai se dissipando. Aquele negócio... resgate de personagens pra lá de secundários e/ou esquecidos (faltaram o Homem-Máquina, Paladino e Nômade), uma trama misteriosa e ainda por se desenvolver e, principalmente, um total deslocamento do leitor sobre o que andou rolando desde aquele genial "quem-matou-Odete-Roithmann", que foi Avengers Disassembled.
Depois do circo armado por Wanda Quebra-Barraco, no finalzinho de Disassembled, os Vingadores estavam um caco física e emocionalmente. Três de seus colegas foram pro Val-Vala: Gavião Arqueiro, Homem-Formiga (e eu achava que era ele!) e Visão, o andróide andrógino. Já aquele congresso marvete de super-heróis que se formou, logo deu linha. Só ficou mesmo o Jarvis pra limpar a bagunça.
Corta pra seis meses depois. Jessica Drew (a venerável Mulher-Aranha) agora é funcionária pública, e trabalha para a SHIELD. Jessica faz o papel de ciccerone para Matt Murdock (o Demolidor), Foggy Nelson (o Foggy) e do pára-quedista Luke Cage, durante uma visita à prisão de segurança máxima da Ilha Ryker (espécie de Gulag/Alcatraz destinado a segurar bandidos com super-poderes).
E é claro que tudo começa a dar errado quando eles estão lá. Um Electro absolutamente over-powered liberta grande parte dos prisioneiros. Não demora muito e logo o Capitão América aparece no faro - e o Homem-Aranha também... de penetra, como sempre. Ao final, temos o primeiro vislumbre da maior incógnita da nova formação: Robert Reynolds (quem?!), ninguém menos que o famoso Sentinela (quem?!?!), que parece ter saído direto do elenco de O Conde de Monte Cristo.
A narrativa de Bendis está cada vez mais cinematográfica. Espertamente, ele coloca dois eventos (ou mais) ocorrendo em tempo real, aumentando ainda mais a tensão. E ainda é zeloso com os detalhes. Pra amenizar um pouco a presença irrelugar de Luke Cage, por exemplo, ele utiliza um antigo inimigo que está preso. Outro exemplo, é no envolvimento do Aranha. Ele não aparece simplesmente no meio da ação, como tantas vezes já aconteceu. Muito pelo contrário. O Aranha tem dificuldades até em chegar na prisão, que fica no meio da baía de Manhattan.
Já o traço de Finch, tem melhorado ainda mais. "Como 'ainda mais'?", você, fãzão do cara, me pergunta. Finch sempre foi fraco em se tratando de expressões faciais (doença Jim Leeana que atinge 90% dos desenhistas atualmente), sempre sisudas e fechadas. Mas ele tem maneirado bastante. E há também grandiloqüência aqui. Bastante. Panorâmicas de encher os olhos, explosões gigantescas, e o uso inteligente de perspectiva (técnica há muito esquecida), como nessa imagem aí embaixo.
Uma coisa é inegável... A linha adotada em New Avengers está muito próxima do que Mark Millar e Bryan Hitch fizeram em Os Supremos. Isso não é necessariamente uma coisa ruim, mas pode abrir um precedente inédito a longo prazo. O contexto proposto é bem mais realístico do que se espera de uma HQ em sua cronologia normal. Resta saber que tipo de influência uma abordagem desse tipo terá nesse novo e promissor universo dos Vingadores.
Mas ainda é cedo pra afirmar qualquer coisa... esse é o nº1 apenas! E detalhe... anda vendendo como pãozinho quente lá fora. Quesada deve estar com câimbra na cara, de tanto rir.
Esse é Robert "Bob" Reynolds, o Sentinela, atual "super-herói-mais-poderoso-de-todo-o-Universo-Marvel". Pelo que eu andei notando por aí, muita gente conhece de pouco a nada sobre o herói. E isso é bastante compreensível, visto que o universo do personagem é tão especulado quanto desconhecido. Não se sabe ao certo onde termina a verdade e onde começa a boataria. Antes de mais nada, é imprescindível uma sessão básica de Sentry - O Sentinela, escrito por Paul Jenkins e desenhado pelo grande Jae Lee (repetindo: JAE Lee). Lá, você vai saber o suficiente para apresentar até uma monografia sobre o herói.
Lançado em setembro de 2000 nos EUA, o personagem foi objeto de uma marketagem filha da puta do editor-chefe-canastrão da Marvel, Joe Quesada. O herói foi criado no início dos anos 90 por Jenkins, que durante anos bateu às portas da DC e da própria Marvel para apresentar o projeto, sem sucesso. Resumindo a história, em 1999, a mesma dupla Jenkins/Lee levou o cobiçado prêmio Eisner Award, pela mini-série Inumanos. Com a moral lá em cima, logo eles foram chamados para desenvolver "aquele outro projeto". Mas pra garantir o retorno, o guloso Quesada não mediu esforços e meteu o seu dedão sujo no bolo. Iniciou uma campanha intensiva de informações falsas, dando conta de que o personagem Sentinela foi criado por Stan Lee e Artie Rosen em 1961. Ou seja, antes mesmo da criação do Quarteto Fantástico, o que faria do Sentinela o 1º super-herói da história da Marvel. O engodo teve participação até da badalada Wizard, que em sua edição #103 divulgou uma nota de falecimento do "grande" Artie Rosen. Em tempo: Rosen sequer existe.
No final das contas, Sentry foi um sucesso retumbante. Isso, graças à massa de fanboys secos pela possibilidade de degustar uma obra raríssima do sanssei Stan Lee. Tudo está detalhado na edição nacional de Sentry. Como diriam alguns, "timing é tudo"... e como diria o Quesada, "criar timings é tudo e mais um pouco".
O herói, na Fase de Ouro e na Fase Bagaceira...
Amargando um Bangu I e agora, bombando...
Um pouco de déja-vu pra quem costuma passar por aqui. O Sentinela, além de ser uma enorme incógnita, é também mais um Superman referencial. Pouco se sabe da real extensão de seus poderes, mas o B.O. oficial diz o seguinte... vôo, superforça extrema, super-velocidade, invulnerabilidade, sobrevivência no vácuo e, pra variar um pouco, capacidade de criar, manipular e refratar a luz. Outra característica é que cada átomo do seu corpo avança além do tempo presente, o que lhe proporciona um estado de "hiperconsciência" - o que sinceramente, não faço a mínima idéia do que significa. Não raro, é chamado de deus, onipotente e imortal. É considerado por Reed Richards como o ser mais poderoso da Terra. E por último, seus poderes são reenergizados pelo Sol (aí pegaram pesado). Tudo isso graças à um insuspeito super-soro. Pra quem ainda tinha dúvidas a respeito do novo padrão "JLA" dos Vingadores, a Inês acabou de ser morta a travesseiradas.
O Sentinela será o futuro líder da equipe, jogando o baleado Steve Rogers pra escanteio? Com que explicação o Bendis se sairá, visto a forma como termina Sentry? O quê diabos foi aquilo que o Murdock afirmou sobre o Sentinela, ao final de NA #1? Com o retorno do herói, os "problemas" vistos na mini-série também retornarão? Perguntas... perguntas...
Quem acompanhou as duas últimas edições de O Incrível Hulk, já sabe que o seboso Carl "Crusher" Creel, vulgo Homem-Absorvente, desenvolveu um novo poder. Creel agora tem a capacidade de transmigrar a sua consciência para outros corpos e se impor nestes como dominante. Em apenas duas edições (#9 e #10), ele já fez um belo estrago com essa nova habilidade. O detalhe é que Creel nem saiu do lugar, pois se encontra detido numa prisão especial.
Na hora, lembrei de Edgar Reese, assassino psicopata interpretado por Elias Koteas, no ótimo Possuídos (Fallen, 1998). Reese estava no corredor da morte e mesmo assim mantinha um sarcasmo pra lá de ameaçador, pois sabia que aquilo não era o fim, mas o começo... Na verdade, ele estava possuído pelo demônio Azazel, cuja velocidade de possessão faz inveja ao Pazuzu, de O Exorcista. Ele é uma entidade "saltadora", que pula de corpo para corpo em progressão geométrica. Lembra tanto o mutante Proteus em sua versão ultimate, quanto a nova concepção do jurássico Homem-Absorvente. A diferença é que o supervilão está na revista do Hulk, que é o Cadillac das entidades incorporadoras. E repara bem para a foto do Reese, ao lado... é ou não é a cara do Creel?!
E como diria Mick Jagger... "Tiiiime is on my side... yes it is..."
Cara, sério mesmo... Muitos não curtem, e eu entendo o motivo perfeitamente, mas o ex-marvete Bruce Jones fez um trabalho irretocável na revista - mesmo alçando o Gigante Esmeralda à mera condição de coadjuvante.
Próxima!
Não sou telepata, mas garanto que o Tony Stark aí está pensando "ufa, quase que me ferro". Um boato recente afirmou que aquele guri que trepa com Britney Spears seria o Homem de Ferro, no vindouro filme a ser dirigido por Nick Cassavetes. Mas antes que Stark pudesse dizer "garçom!", o rumor foi desmentido. Graças a Deus.
E por falar nisso, que fim levou aquela fixação de Tom Cruise pelo papel do Vingador Dourado? Ele pode até não ser lá a encarnação viva do Tony, mas, pelo menos, é bom ator e seria uma espécie de seguro para a adaptação - Cruise dificilmente embarca em furadas.
A propósito, quando eu era um jovem padawan marvete, achava o Tom Selleck, da época do seriado Magnum, a cara do Tony. O ar mulherengo, bon-vivant e playboy era igualzinho. E além de parrudão, o cara já tinha até o famoso bigode. Sem contar que ele se dava muito bem com equipamentos escarlates...
"Higgins...! Cadê as chaves da Ferrari?!" :P
dogg, ouvindo direto Recipe 4 Hate e Stranger Than Fiction, do Bad Religion... não pude ir ao show. Merda.
Anexo 10/12:
Logo no fim da quinta-feira, duas pauladas. A primeira é sobre mais um absurdo ocorrido no dito mundo "civilizado". Dimebag Darrell, guitarrista eternizado pelo seu trabalho no Pantera, foi covardemente assassinado durante um show do Damageplan, a sua banda atual, na quarta-feira última (dia 8/12). O assassino chama-se Nathan Gale, de 25 anos, e foi morto pela polícia logo após disparar 4 tiros no músico, ferir o baterista Vinnie Paul e matar mais 2 pessoas da platéia (Nathan Bray e Erin Halk). Também houve uma 5ª vítima, ainda não identificada.
A tragédia infelizmente não se trata de um caso isolado. Não é apenas por Dimebag, mas por todas as pessoas que foram vitimadas por essa violência desenfreada, ampliada ainda mais pelo comércio indiscriminado de armas de fogo. E essa é uma lista imensa, que vai de Dimebag até Sabotage e Marcelo Yuka, passando por milhares de pessoas e famílias literalmente destruídas num piscar de olhos.
Um episódio triste, ocorrido no mesmo dia da morte de John Lennon, há 24 anos atrás - também assassinado por um louco armado. Que Deus nos ajude.
Pra fechar, uma notícia até certo ponto melancólica. O Alcofa está pendurando o escudo do Capitão Ultimate. Ele é um dos caras mais autênticos a escrever na web, e que eu sempre admirei pela sua total desencanação. O bom de ler os seus textos - além do gosto por rock'n'roll e HQs - é a sensação de indiscutível honestidade que eles transmitem. E isso é uma coisa muito difícil de encontrar por aí.
Pelo menos existe um lado positivo. Em seu "último" post, ele prenuncia grandes - e ótimas! - mudanças em sua vida pessoal, o que é sempre uma boa notícia. E se dar um tempo no blog faz parte do processo, que seja!
Muito sucesso e grandes conquistas pra você, cara. Vai lá que você merece! :)
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