segunda-feira, 1 de junho de 2009

EXTERMINADOR, PARTE 1: FUTURO EM CHAMAS


O Exterminador do Futuro: A Salvação é o filme mais importante da série. O maior clímax da saga desde a sua criação e toda a sua razão de ser. Em tese. Narrativamente, é ao redor de Salvação que os eventos dos capítulos anteriores foram estruturados. Todos os conceitos criados por James Cameron, junto com Gale Anne Hurd: o cenário de pesadelo apocalíptico, exterminadores e hunter killers esterilizando o planeta, a raça humana à beira da extinção e o último foco de resistência encontrando na figura de John Connor o seu messias. É a Caixa de Pandora da série, enfim escancarada.

Além disso, é o período onde todos os deslocamentos temporais convergem na forma de pontos de origem - com todas as motivações e situações tão citadas e nunca mostradas atreladas a cada viagem. Mas, o mais importante, é onde o loop/anomalia se inicia. Se John e Sarah Connor tivessem realmente salvo o mundo de uma guerra em T2, eles estariam condenando a existência de John, visto que seu pai veio daquele futuro caótico. Estava na cara o tempo todo: enquanto John Connor existisse, haveria guerra*.

* pra manter a conversa num nível são, vou pular o Gato de Schrödinger, altamente aplicável neste caso. Mas as pirações estão liberadas nos comentários.
Em geral, o ponto zero desses loops temporais é muito difícil de detectar, já que inverte todos os princípios da causalidade. Eu bem que já tentei, mas nem arranhei a lataria. A última temporada de Lost bate pesado nessa tecla. O excelente Los Cronocrímenes é todo sobre isso. Para esta situação hipotética pode até não haver alguma explicação lógica - ou filosófica, que seja -, mas ao menos em Salvação, ou a partir dele, há a chance de testemunharmos cada momento onde os filmes anteriores nasceram. Isso, mais uma vez, em tese.

Igualzinho ao resto da humanidade, não espero muito de um filme com McG na direção. Tenho evitado spoilers com destreza notável, dada a lista peçonhenta dos meus favoritos, mas 33% no Rotten Tomatoes se faz ouvir até no continuum espaço-temporal.

Pelas prévias, nota-se que o roteiro virtual desenhado nos três filmes anteriores foi ignorado em detrimento ao aspecto bélico do terminatorverse. O que não é nada mal também.


Esquecendo por um momento o vil metal que move tudo isso (e não estou me referindo ao exterminador). Basicamente, quem é fã da série, sempre quis ver aquela guerra. Lembro bem da primeira vez que assisti ao filme original e fiquei fascinado com os flashes daquele futuro aterrador. De repente, o plot principal search and destroy parecia apenas a ponta do iceberg. Os campos de extermínio citados por Reese, caveirões HK gigantescos e as unidades aéreas varrendo os escombros e explodindo guerrilheiros da resistência com raios laser púrpuras. Se você não fosse soldado, seria um moribundo agonizando em um bunker, devorando ratos como se fosse um banquete.

Isso sem falar da aterrorizante possibilidade de, a qualquer momento, alguém na multidão se revelar um exterminador, puxar um canhão de plasma e sair atirando em todo mundo - como o nosso amigo fantasmagórico aí em cima.

Às vezes, uma parte supera o todo. Eu simplesmente queria mais daquilo, muito mais. E o sentimento ficou em stand-by. Até hoje.

[trilha do Brad Fiedel aqui]


Nos extras do DVD do primeiro filme, há uma extensa galeria onde James Cameron mostra que, além de tudo, é um grande ilustrador. Os designs e concepções foram meticulosamente criados e desenhados por ele. Impensável nos dias atuais, onde existem equipes pra tudo (e talento inversamente proporcional). O material é de cair o queixo e bota muito desenhista famoso aí no chinelo. Três amostras:


Vamos descontar o terminator tentando pegar a Sarah com uma faca de cozinha. Todo mundo tem sua fase Stephen King.

6 comentários:

Sandro Cavallote disse...

Por isso que eu respeito a sua pessoa: sempre otimista... :)

QUEIROZ disse...

Eu tb estou entre aqueles que querem ver a Guerra das Máquinas. Uma coisa que pensa que apesar de o Exterminador do Futuro 1, ser um ótimo triller de violencia e ficção científica, tal qual Robocop, O policial do futuro, creio que a grande vacilada do primeiro filme, ainda é uma pergunta sem resposta. Como? Mas como mesmo? Uma pessoa pode nascer por vias naturais e se encontrar com seu pai no futuro, no caso um cara que nem conheceu ainda sua mãe. Para buscar explicação para isso, para não tratar como um mero detalhe que não possa a ser levado a sério, cheguei a pensar que na linha certa do tempo, Sarah Connor teria um filho e que esse filho se tornaria o lider da resistencia. Assim as máquinas mandaria T 800, para matar ela e fim de papo.

NO entanto, o camarada amigo do JOhn, encontra Sarah Connor antes, a come, e a come muito bem, pois lembro daquela cena até hj, cortada pelas emissoras caretas.

E assim, criavasse uma realidade alternativa, em que, Sarah Connor tem "outro" filho, que ganharia o nome de John Connor, por causa de todo o papo do Soldado do Futuro. Ou seja, existiriam 2 John Connors na linha temporal.

Minha infeliz teoria cai por terra por um motivo bem simples, nada impediria que Sarah Connor tivesse uma filha, algo inerente a natureza humana. E outra, se John Connor foi o picão que foi, deve-se ao treinamento militar e sua abilidade em tapear as máquinas, algo bem claro em T2.

Mas, creio que se a franquia não tivesse uma continuação, iria seria apenas um filme cult dos anos 80. Exterminador do Futuro II, mudou as coisas, para sempre.

Valeu Doggma, Saudações Rubro Negras.

JoaoFPR disse...

Dia cinco/Junho estreia o filme aqui, em Itajaí/SC.
Aguardo ansioso.

doggma disse...

Sandro: esse sou eu.

Queiroz, saudações flamenguísticas, meu caro! Vamos lá... se considerarmos o conceito de realidades alternativas aqui, pode colocar no mínimo duas no 1º filme. Uma onde nada acontece e Sarah só pega mesmo um cineminha naquela noite fatídica e outra onde alguém do futuro vem pra modificar o presente (a do filme, portanto). Provavelmente a Skynet nem existiria na primeira opção, já que o chip do exterminador não seria encontrado e não inspiraria os técnicos da Cyberdyne a desenvolverem sua inteligência artificial.

Ou seja... ao mandar seu pai ao passado, John condena aquela realidade, eternizando o loop temporal e gerando assim a chamada "Imortalidade quântica" - http://pt.wikipedia.org/wiki/Imortalidade_quântica

Negócio pra maluco mesmo.

E aí JFPR! Sumidaço, cara... estarei lá dia cinco também, mas não tão ansioso, apesar de tudo.

Irmão Fabiano disse...

Quero ler a resenha pós-filme, ou pós-apocaliptica.

Kalunga disse...

Basicamente, quem é fã da série, sempre quis ver aquela guerra - cara, eu SEMPRE queis ver aquela guerra também, rsrsrsrs

E também bato com tudo o que o Sandro disse. E sim, estou bastante cético quanto ao resultado final do T4, ainda mais tendo em vista que o filme reduziu seu conteúdo violento para abaixar a censura (até onde sei, T1 era 18 anos). Já li por aí que o T4 é um "Transformes para Adultos" e isto me deu calafrios... no mau sentido!

Infelizmente hojetemos toda a tecnologia possível para podermos assisitir a filmes de ficção científica talvez como alguns dos autores de histórias originais desejassem ter sido visualizadas. Mas me diga um filme dos anos 2000 (ou mesmo depois de T2, que provocou uma revolução nos efeitos especiais) que realmente presta, que tenha um roteiro e narrativa decentes para acompanhar o espetáculo audio-visual e não dá para preencher os dedos de uma mão. Me vem à cabeça o Tropas Estelares (Paul Verhooven, pra variar) e talvez o Star Trek novo, e nada mais...

abraços!

*a propósito, totalmente lisérgico o seu texto de 2005 sobre os loops temporais do T1, hehehehehehe...