9/12 títulos anexados à coleção até aqui, uns 75% de aproveitamento. A extensão de clássicos da Salvat tem deflagrado uma justiça tardia para aqueles moleques fissurados numa HQ, mas sem um merréu pra comprar Almanaque Marvel e Almanaque Premiere Marvel... lá pelos idos de 1982-84...
Todos os títulos vêm mantendo alto o nível de relevância histórica, mas os gols de placa são indiscutíveis: Contos de Asgard, Dr. Estranho: Uma Terra sem Nome, um Tempo sem Fim e, pelas hostes de Hoggoth, o Nick Fury pop art/surrealista de Jim Steranko compilado em dois volumes antológicos. Só o caviar da gibizeira.
Com todos esses clássicos grandes, médios e pequenos, nada melhor que um pouco da boa e velha chinelagem quadrinhística. Mas, epa... um pouco não, muita. E chinelagem com todo o respeito à fantástica Marie Severin, ao grande Gary Friedrich e ao melhor desenhista ruim de todos os tempos, Herb Trimpe - que Deus (Jack Kirby) o tenha em bom lugar.
A Coleção Oficial de Graphic Novels, Clássicos vol. XI - O Incrível Hulk: O Monstro Está Solto... ufa... é exatamente o que parece: um gibi de porradaria honesta. Nada de complexidade narrativa, subtramas mirabolantes ou minuciosas análises psicológicas. No Golias Esmeralda pós-Lee/Kirby firulas inexistem. Não raro se aproximava fatalmente dos "gibis" que você rabiscava nas últimas páginas do caderno de matemática. Certo, certo, exagerei, mas esse é o espírito. Imediatismo.
O roteiro de Friedrich garantia o build-up mínimo exigido por Lei, mas ele sabia o que o povão queria. Após alguma contextualização - sempre ágil, sempre enxuta - era só questão de alguns quadr(inh)os para a coisa ficar verde (ha ha!). Perto do Hulk de Trimpe & cia., até o Hulk de Mantlo e (Sal) Buscema ficava parecendo o Woody Allen.
Em que pese a autoria do titio Stan numa história, Roy Thomas rachando outra ao meio com Archie Goodwin e mais outra com Bill Everett, a ordem era esmagar os adversários e ouvir o lamento de suas esposas. Tanto que o encadernado já abre com Hulk desembarcando em Asgard com os dois pés no peito de Heimdall pra seguir esculachando geral, d'Os Três Guerreiros ao Executor, e ainda chamar ninguém menos que Odin, Filho de Bor, para uma conversa ao pé do ouvido.
Após, um tira-teima protocolar com o Rino no mesmo ritmo fanfarrão de sua origem e entreveros com dois desafiantes bizarros o suficiente pra não constarem nem numa galeria onde figuram MODOK e Bi-Fera, além do Mandarim e seu servo autômato monstruoso com feições orientais e... amarelo... sem preconceito sessentista, é claro.
O green de la green, contudo, é a última história, extraída da - aí sim - clássica Hulk Annual #1 (1968). O assombro fanboy já começa na reprodução da épica e icônica capa original, homenageada e referenciada por décadas em várias esferas da cultura pop - mais uma vez, cortesia de Steranko, esse putardo maldito e talentoso (ainda tem graça chamá-lo de Andy Warhol da 9ª arte?). Nem a publicação atentando ao fato prepóstero de que a edição seguia inédita no Brasil embaçou minha felicidade.
...talvez só um pouquinho.
Hulk com Inumanos não precisa de muito escrutínio. A mera ideia já é coisa de louco. E eu já tinha cantado essa bola antes, mas me sinto na obrigação moral e cívica de avisar: há ali um quebra espetacular entre o Gigante Verde e Raio Negro...
...onde o Hulk leva provavelmente a surra da sua vida.
Boltagon esmaga!
☮ ☮ ☮
Pode me chamar de pessimista, mas confesso que não via isso acontecendo num curto prazo.
A Panini corrigiu os erros do encadernado de A Saga da Fênix Negra, reimprimiu a bagaça deluxe e procedeu com o devido recall. A pentelhação da "carta anexada explicando os motivos da troca" ainda rolou, apesar de mais que escancarados em tudo que tenha tela.
O jogo de volta foi rápido, coisa de uma semana, via PAC reverso, sem custos. Uma merecida massagem shiatsu nesta alma que, desde fevereiro, vem sonhando com gatas de metal indestrutível e uma narração em off repetindo as mesmas sentenças.
4 comentários:
E aí, doggma... blz?
Essa ed. do "Hulk" da Salvat é uma das minhas maiores dúvidas no momento, rs... Pois serei "obrigado" a comprar a ed. da Panini (CHM dos Defensores) q trará basicamente o mesmo material: EXCETO esse quebra com os "Inumanos" (q é espetacular)!
Porém, a ed. da Panini trará um confronto clássico de "Hulk X Surfista"... e sendo fã radical do surfista, não poderei perder essa! Mas tbm não posso pagar 40 reais num encadernado apenas por causa de 1 história, rs! Q dilema vermístico, hein?
Abs!
Fala, Leo!
Realmente... Salvat Clássicos XI vs CHM Defensores/Hulk complicou o meio de campo com o miolo idêntico de seis (!) histórias. Das não repetidas, a história inédita com os Inumanos era pra mim algo essencial, especialmente em versão HC/couché. Em contrapartida, não só a história do Verdão com o Surfista, como a porradaria com o Namor (Incredible Hulk #118), constantes na CHM-D são imperdíveis pra quem não tem a HTV #11 ou as edições da Bloch e da EBAL.
E como sempre fecho os boxes CHM, não houve nem escolha nesse caso. Pode se dizer que meu verme deitou e rolou, rs...
Abração!
Na boa, Doggma, sem puxa-saquice nem nada, mas queria muito saber quem você é na vida real, se jornalista, escritor ou coisa do gênero. Porque, sinceramente, não vejo nos omeletes e jovens nerds da vida ninguém que chegue nem perto do seu texto. Tá certo que requer uma certa "iniciação" nos temas, mas não vejo a profundidade, o conhecimento de causa e o diagnóstico certeiro em ninguém mais na internet pt-br, tudo isso embalado no mais puro papo de boteco, sem afetação e arrogância. Tu tá desperdiçado, mano. Se o mundo fosse justo estaria bombando em algum portal nerd da vida, de preferência sem mudar uma vírgula no estilo.
Whoa!!, como diria Jack Tigre. Valeu pelo elogio, Bernardo. Servimos bem para servimos sempre!
Portal nerd? Prefiro minha parte em cerveja, rs.
Postar um comentário