Quando o Nirvana botou os pés no palco do Reading Festival, em 30 de agosto de 1992, o trio estava na crista do tsunami alternativo. Foram dias insanos para quem curtia um pingado noise e queria fugir da ressaca hard/glam dos anos 1980.
Vi uns trechinhos da apresentação, exibida na época pela (então descoladinha) TV Bandeirantes. Kurt Cobain entrando numa cadeira de rodas travestido com uma longa peruca loira e clima de ensaio empolgado diante de 60 mil doidões e doidonas.
Nesses anos todos, nunca ouvi a performance completa. Pelo menos até dia desses, ao conferir o monumental Live at Reading, pack de CD + DVD lançado em 2009. E me surpreendi muito.
Apresentação coesa, sem firulas, porrada atrás de porrada, tudo muito bem calibrado para funcionar naquele espaço gigantesco — 150 acres da Little John's Farm — com andamentos ligeiramente mais lentos, pesados e arenosos, mesmo nas baladas. Um showzaço. Mal dá pra acreditar que, quatro meses depois, a banda cometeria algumas das apresentações mais caóticas da história do showbiz em pleno Hollywood Rock, com praticamente o mesmo setlist.
Em algum multiverso grunge, o Nirvana entregou aqui o show que fez no Reading. E o Reading recebeu a nossa bomba. Que se fodam os ingleses.
6 comentários:
Salve Dogma! Parte desse show no Reading esta num dos clips...mas n me pergunte qual...saiu tanta coisa na epoca que mesmo eu que curto a banda n tive como acompanhar de imediato. Hj tenho graças aos torrents da vida o show gravado e sim o bicho pegou. Isso me faz lembrar do show pós estouro do Nevermind que o nosso caro Andre citou no inigualavel Barulho lançado por ele qdo o Sr Cobain simplesmente enfiou a guitarra num ventilador (se n me engano) deixando muitos ali atonitos pela reviravolta que viria logo em seguida.
Epoca memoravel e agradeço por ter presenciado tudo ali...Nirvana n e o meu favorito (sou fissurado em Alice in Chains) mas o significado deles na epoca e o que o som deles mandaram a real do que realmente precisavamos e irrefutavel.
Depois dessa citação vou ouvir esse show com um bom whisky pois ao meu ver envelheceu e envelheceu muito bem.
Abração!
Seguia mais ou menos esse mapa aí, Marcelo. Nirvana e Mudhoney não saíam do meu walkman; AiC e Soundgarden vinham logo na sequência; depois vinham Screaming Trees, L7, Temple of the Dog, Tad, Mad Season, etc, só pra ficar nos mais emblemáticos.
Muito boa safra, ainda mais comparando com o que rola hoje no mainstream...
O Live at the Paramount, com o Nirvana promovendo o Nevermind, também é um pérola. Nada como uma banda com aquela garra e energia da curva ascendente.
E falando no Barulho, pretende pegar a nova edição?
https://apoia.se/barulho30anos
O q o Nirvana fez por aqui nunca mais acontecerá na história da música. Acho o Reading, o Hollywood e aquele show de ano novo pra mtv, já adicionado o figuraça Pat Smear os melhores da banda. Grande época do rock alternativo. Curioso q hj grandes nomes da música (Steve Vai, herbert Viana, Ozzy) morrem de elogios pelo Kurt. Até o Billy Corgan andou se derretendo pela banda.
Como os maiorais da música, igual ao Kurt Cobain, nunca mais. E foi tudo muito intenso e muito, muito rápido. Me sinto privilegiado de ter visto isso no meu tempo de vida (ainda que de longe). Sinto o mesmo, só que de forma diferente, em relação ao Staley, ao Cornell e ao Lanegan.
Putz, preciso daquele whisky agora. E de uma jukebox com o Nevermind.
Salve Dogma ...eu ainda não pensei se pegaria outra edição...fiquei passado com o que li e smplesmente não entendo pq não o tenho mais (doei para 1 amigo na epoca). Mudhoney, Melvins, Screaming, Soundgarden tbm n saiam da cx mas o meu problema foi o AIC...puta merda o primeiro album me pegou de cara dpois do Dirt ja estava rendido e assumido c/ eles. O Live Paramount tenho tbm e acho irretocavel..som ruido, erro tudo ali e magico pq e simples e basico como o Rock sempre foi e sempre será em sua essencia.
O bom ao meu ver que essas coisas não envelhecem....
No meu caso, passarei. Além do valor (precinho de Omnibus), bate uma certa deprêzinha nostálgica ver aquelas páginas repletas de fantasmas e uma cena que já se foi há muito...
Pelo menos é que sinto sempre que vejo o scan do Barulho original. Mas é SCAN, né.
E rapaz, lembrei desse papo e hoje vim do trampo ouvindo o "Dirt" de cabo a rabo. Que disco espetacular. Não envelheceu 1 nota.
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