domingo, 21 de dezembro de 2025

Spielberg, o extraterrestre


Disclousure Day, por aqui bizarramente intitulado Dia D, marca o retorno de uma das parcerias mais icônicas de Hollywood: o diretor Steven Spielberg e o compositor John Williams, aposentado em 2022. Também é o retorno de Spielberg à seara ufológica, um cenário recorrente na filmografia do cineasta. O roteiro também é de um velho colaborador, David Koepp, e parece atualizar a perspectiva spielberguiana sobre o tema.

O trailer sugere um mix de thriller de ação com conspiração alienígena e um elenco encabeçado pela sempre competente Emily Blunt. No geral, tudo parece bem... ok.

O aspecto mais fascinante da produção é mesmo esse novo capítulo do estado de espírito de Spielberg em relação a esses homenzinhos verdes e seus loucos discos voadores. A tagline "All Will Be Disclosed""Tudo Será Revelado" – está em sintonia com os últimos dados sobre o fenômeno UAP (ex-UFO), do evento Gimbal registrado pela Marinha americana e a liberação de documentos oficiais até os documentários do James Fox.

Os ETs voltaram a ser pop e Spielberg está renovando seus votos de fé. Mais ou menos.

Em retrospectiva, durante a produção de Contatos Imediatos do Terceiro Grau (1977), Spielberg estava empolgado com a onda de casos que assolou os Estados Unidos na época. Na ocasião do lançamento do DVD comemorativo de 30 anos do filme, porém, o diretor não podia estar mais incrédulo.


Ao longo das várias entrevistas do Making Of (imperdível, diga-se), é algo tragicômico ver o cineasta vendendo o filme e, ao mesmo tempo, se afastando de sua antiga crença. Entre uma coisa e outra, a recaidinha na ótima minissérie Taken (2002), que produziu. Hoje, parece, tudo mudou. De novo.

O Spielberg 2025/2026 é cauteloso e pragmático, mas não alienado (ops). Paquera o I Want to Believe com os pés fincados no chão. Pessoalmente, me representa, mas ainda me divirto com uma conspiraçãozinha pra viagem. Minha predileta é a de que o filme foi feito sob encomenda do governo americano com o objetivo de "climatizar o público" para a grande revelação.

Estamos preparados, finalmente. Que venham os ETs.


Disclousure Day (Dia D, urgh) tem previsão de estreia em 12 de junho de 2026. E por aqui, olha só, em 11 de junho.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

The End Continues


Robert Norman “Rob” Reiner
(1947 - 2025)

É muito difícil assimilar uma partida tão abrupta e tão trágica. Provavelmente impossível.

Só tenho a agradecer por tudo o que Rob Reiner deu ao cinema e ao mundo. Um legado inestimável e perene.

Thank you for everything, Rob Reiner.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

É um pássaro? É um avião? É o Superman? Não, é a...


Seguindo a agenda cinemático-decenauta de James Gunn e alheio à justa Paramount-Netflíxtica pela honra da donzela Warner, o trailer de Supergirl marca o retorno solo da super-heroína às telonas desde... bom, desde muito tempo. Muita coisa mudou de lá pra cá e Kara Zor-El não escapou incólume.

Mas sabe de uma coisa? Gosto da nova atitude. Menos Pollyanna, mais Rê Bordosa. Parece que a aussie Milly Alcock acertou o tom. É só tomar cuidado com as eventuais afetações, marca impressa no DNA Gen Z. A ambientação e a fauna de bandidões lembra os filmes dos Guardiões da Galáxia, no melhor sentido da referência. Krypto marcando terrítório e Jason Momoa enfim casteado corretamente como o Maioral são sérios candidatos a roubar as cenas da kryptoniana.

A direção é de Craig Gillespie, dos ótimos Eu, Tonya (2017) e Cruella (2021) e do péssimo A Hora do Espanto (2011). O roteiro de Ana Nogueira é baseado em Supergirl: A Mulher do Amanhã da nossa genial Bilquis Evely (Tom King o caramba, rapá!), mas algumas cenas parecem saídas de um velho team-up espacial da Supergirl com o Lobo – royalties gordos para Mark Waid e a família Pérez aqui, dona Warner. A ver.

Tomara que a grade de programação da Warner/DC aguente firme por mais esses seis meses e pouquinho. Detesto disputas multibilionárias de megacorporações atrapalhando meu sol.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

De Gálador com muito orgulho, com muito amor

Chega de farra, chega de festa... só que nãoooo! ROM está aqui!


ROM em modo Dirty Harry / Analisando se o display está correto... ah, espera, não é da Panini!

Finalmente consegui botar minhas patas pútridas no ROM da Marvel Legends. Sempre levei aquisições de hominhos com rédea curta, mas esse foi impossível deixar passar. Tanto pela porrada nostálgica na veia quanto pela qualidade absurda da peça. O design é fidedigno ao do herói dos quadrinhos de Bill Mantlo e Sal Buscema – inclusive se destacando do padrão da linha Legends com uma escultura quase toda feita do zero e poucas partes recondicionadas de outras action figures. Com o visual diferentão do Cavaleiro Espacial, não tinha como ser diferente.

A primeira coisa que salta aos olhos é que este ROM em escala 6" é um tanto maior que seus companheiros de linha. Tudo suave: nas HQs ele é realmente um ciborgão da porra.

A peça vem com dois pares de mãos, juntamente com o Analisador e o Neutralizador, idênticos aos dos gibis. De mimos, vem um effect de raio que serve para os dois dispositivos e uma miniatura emborrachada da edição de estreia do Cavaleiro, com a arte do Frank Miller.

No quesito articulação, o bonequinho dá um show – lembrando que ROM e seu design de geladeira antiga deveria ser inviável para os padrões atuais. Vários pontos de articulação, inclusive com articulação dupla nos cotovelos e joelhos e com o corte do giro das pernas escondido pelas botas (boa!). O teste de fogo foi mimetizar a pose de voo horizontal olhando pra frente, como nas HQs. E sim, é possível!

As juntas são bastante firmes (mas evidente que meu guri de 4 anos interior ficará acorrentado no porão durante os manuseios) e não há a menor dificuldade dele ficar em pé, por mais esdrúxula que seja a pose. Aliás, dá pra fazer todas as poses dos quadrinhos do ROM da Marvel – só não fiz ainda a basicona do corner box.

Em outras palavras, diversão para o infinito e além da Nebulosa Negra.



Lógico, podia ter vindo um effect para os retrofoguetes e um effect extra de raios – embora o ROM só use um equipamento por vez, materializado do subespaço, fica a vontade de vê-lo largando o raio pra cima da Espectraiada igual um mano.

Por último, faltou o Tradutor, pô. Item clássico.

Tudo isso é perdoável, afinal a Legends é uma linha de entrada, baratinha neste segmento de hobby playboy. Não dá pra ter tudo.

O mais importante é que eles entregaram. E reafirmaram uma velha certeza...


ROM é digno!!

Felicidade é mato com o ROM enfim 2.0. Mas paro por aí em termos de action figures.

(a menos que lancem também uns Espectros, o Híbrido, os Cavaleiros Hammerhand, Starshine, Terminator, Javelin...)

Ps: obrigado pela dica do ROM, $andro. Te odeio.