domingo, 21 de janeiro de 2024

Depart... Corregedoria de aquisições


Quando foi publicada pela Panini em agosto de 2022, Supergirl: Mulher do Amanhã foi direto para a lista completa-carrinho – também conhecida como zera-frete. O que foi indigno e burro da minha parte, não precisa me informar. O megahit de Tom King e da talentosíssima Bilquis Evely não apenas varreu o mundo em velocidade warp, como será a base do filme solo da heroína no DCU do James Gunn. É uma Genki Dama de moral quadrinhístico.

Isso me deixou tranquilo para empurrar a aquisição com a barriga por mais uns bons 4 meses. Procrastinei por mais uns 2, com a mini ainda hypadaça e, teoricamente, hors concours no catálogo.

Até que um dia resolvi ensacolar e voilá:

Produto indisponível.

"Sem problema", pensei errado. "Vou à caça e resolvo rapidinho", permaneci no erro.

Da noite pro dia, o encadernado evaporou da web. Esgotou em todas as lojinhas e sebos online, varejistas, marketplaces e até nos maloqueiros deviantes da OLX. Na verdade, só encontrei um único exemplar à venda na Shopee por módicos 310 lulas + frete. Só 227% em cima do preço de capa – o anúncio continua lá.

O jeito foi ativar a notificação no site da Panini, sentar e esperar. Mesmo que isso tenha o efeito de uma supernova na bioquímica de um verme colecionador. E após as sagas homéricas para botar as mãos em O Evangelho Segundo Lobo, Hellboy: Edição Gigante e os dois John Constantine, Hellblazer da Denise Mina, isso seria só mais um passeio no parque. Bom... nem tanto.

Quase 1 ano de espera e nada. O departamento comercial da Panini claramente se inspirou na "estratégia" da HQM no auge da febre The Walking Dead. Mas pelo menos me deu a chance de acompanhar em 1ª mão uma dessas anomalias que testemunhamos de vez em quando em compras online.

Primeiro. nunca subestime a Estante Virtual. Já encontrei relíquias a preço de banana por lá e fui prontamente ressarcido em eventuais BO's. Sempre munido, claro, com a tal da paciência. É basicamente logar, fazer a busca do Graal e pressionar F5 ao menos umas duas vezes por dia. Mágicas acontecem. Dessa vez, não foi diferente.

Da noite pro dia², magicamente surgiram 20 anúncios de Supergirl: Mulher do Amanhã por quase a metade do preço original (94,90). E o mais interessante...


...pelo vendedor Editora Panini.

Ora, já comprei produtos esgotados no site da Panini até por sua conta oficial no Mercado Livre – o que ainda acho esquisito, por desviar tráfego de sua própria loja online e por se tratar de uma plataforma de vendedores, em sua maioria, informais. Mas nunca por preços abaixo de sua tabela. Essa já uma nova modalidade de esquisitice.

Antes mesmo que pudesse jogar o gibi no carrinho, outra reviravolta: o sininho de notificações dá notícias, após uma volta completa em torno do Sol.


Reiterando, isso aconteceu basicamente no mesmo minuto (lembra do F5 psicótico?). Que Olavo de Carvalho renasça das cinzas se eu estiver mentindo.

Respirei fundo e fechei a compra – na E$tante, lógico. Mas antes fiz uns prints para a minha própria sanidade mental. Aqueles 1.100 lulas (e 80 cents) não iriam passam batidos.

Após tantas kryptonitas pelo percusso, Kara chegou voando em Mach 5. Ficaram as dúvidas, mas cavalo (quase) dado não se olha os dentes. Mesmo que seja o Cometa.

E Supergirl: Mulher do Amanhã, neste exato momento, voltou ao seu status anterior. Sumiu da internet. Mais uma vez.


Como se tudo não tivesse passado de um sonho de verão. Realismo mágico é isso aí.

6 comentários:

Do Vale disse...

Vai entender, hein, meu chapa. Passo por isso com os Deluxe do Justiceiro Max e do Homem de Ferro do Matt Fraction mais o Larroca. Materiais que eram pra estar sempre disponíveis, pois público pagante há.
Aliás, esta aí não li. Aguardo uma daquelas gostosas análises.

doggma disse...

Foi direto para uma posição alta na pilha. Pelo menos antes do filme, vai.

Pois é... essa ideia do material que sempre estará em catálogo, onde não se corre o risco de perder uma edição só porque se foi na banca no dia errado, meio que acabou com a decadência das livrarias e comic shops e o boom das vendas online.

Nas buscas pela Mulher do Amanhã (sempre! ❤️), vi que outro título passa pela mesma situação: Grayson, também do Tom King. Esgotado há tempos, com zilhões de pedidos de reimpressão e sendo vendido por uma pequena fortuna nos Shopee da vida. Comédia do absurdo.

Sempre lembro do Cap Deluxe: O Soldado Invernal. Caso clássico. Esgotou rapidinho, fizeram o filme e nada. Demorou anos para sair de novo. Muita gente desistiu.

Nesse caso específico da Supergirl, penso que fizeram uma reimpressão mínima e alguém da expedição aproveitou para faturar algum por fora na Estante Virtual. Uma desviadinha de leve...

Luwig Sá disse...

Todo mundo tem essas historinhas em torno do desespero de uma edição esgotada. Acho que a maioria também tem o hábito de jogar o item raro na pilha, instantes depois de recebê-lo em mãos. Então, aguardo seus comentários quando o ler o gibi* em 2027.



* Que a propósito é bem bom. Uma releitura sci-fi de Bravura Indômita.

doggma disse...

Tenho um Orquídea Negra olhando atravessado pra mim neste exato momento. :)

Pô, adoro o Bravura Indômita original. A Kara subiu umas posições com este seu comentário.

Marlo de Sousa disse...

O encadernado esgotado que eu mais gostaria de ver republicado dificilmente o será, pelo menos num futuro próximo: LJA/Vingadores. Como não sou rico, ignoro os anúncios nos Mercados Livres e Amazons da vida (mas o olho mareja).

King já me surpreendeu muito - pro bem e pro mal. Nunca dei muita bola pra esse aí da Supergirl, mas, lendo aqui, pensei que posso estar ignorando um bom gibi por preconceito.

doggma disse...

JLA/Vingadores sigo com meu TPzão capa cartão. Mas um dia as majors farão as pazes (ou se canibalizarão) e essa voltará em edição Absolute com lombada redonda, corte trilateral, fitilho e hot stamp prata e dourado.

(mas ainda darei prioridade ao HC de X-Men & Novos Titãs)

Também nunca liguei muito para a Kara excetuando meu interesse natural pelas loucuras da Era de Prata. Na verdade, era um suplício aguentar as histórias da Supergirl na época em que comprava a mensal do Escoteirão. Mas num curto período, o traço ficou a cargo de outro brasileiro, o Renato Guedes (Superman #70-72), e as histórias deram um salto absurdo de qualidade.

Ou seja, quando aparece alguém querendo mostrar serviço...