Carlos Pacheco Perujo
(1961 - 2022)
Minhas redes antissociais já parecem um memorial de notáveis. Tempos difíceis.
Mal saímos de um baque inesperado, já levamos outro, quase esperado. Quando Carlos Pacheco anunciou o fim da carreira devido ao diagnóstico de ELA, um único e frágil alento era de que a condição, terrível, ao menos contava com alguma expectativa de vida. Algo em torno de cinco anos (ou mais), para o bem ou para o mal. Mas não foi o que aconteceu e, provavelmente, foi para melhor. Pacheco era um gigante e não merecia nada menos do que uma vida plena.
Melhores obras? Tudo em que ele riscou o lápis já vale. Mas parecia fazer questão de só subir em barca boa: Arrowsmith, SJA, Vingadores Eternamente, os Supremos 4.0, o subestimado Superman de Kurt Busiek... inclusive o considero o 2º irmão-de-armas do Buzina, atrás apenas de um gênio da raça.
Pacheco já era lendário, além de um grande frasista: "Uma arte atinge sua maturidade quando os esnobes chegam até ela" e, uma das favoritas, "A espécie humana é genial produzindo vilões".
Mesmo na tediosa caixinha de descrição do Twitter, geralmente entupida em dissimulações e autoindulgência, Pacheco nos fazia voar na imaginação...
"Eu queria ser um piloto de Mirage, um cowboy no extremo oeste, um fuzileiro naval em Okinawa, um super-herói em NY, então percebi que o que eu queria ser era um artista de quadrinhos."E fomos tudo isso. Valeu demais, Pacheco.
3 comentários:
Nos meus poucos grupos se reflete o mesmo: a depre desse ano tá insana.
Perdemos mestres, guias, ídolos, colegas... aqueles brothers que nem sabem o quanto gostamos deles, ou o quanto inspiraram e nos afetaram.
Foda perder tanta gente pelo qual tenho um apresso invisível, mas palpável.
Obrigado Mestres!
Pacheco, Gal e Boldrin.....parem o ano!
E não há fim de horizonte que faça despontar uma geração de artistas à altura...
Que fim de ano, amigos. Que fim de ano.
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