terça-feira, 6 de abril de 2004

SCOTT IAN É UM CARA LEGAL


Press the mouse's left buttom in the picture

Puta arte de capa legal do DVD Music Of Mass Destruction, do Anthrax! O traço é de ninguém menos que Alex Ross, num estilo bem entre o demoníaco do metal e o super-heroístico que caracteriza o seu trabalho. Esse DVD já promete muito barulho, e não apenas pela capa, afinal, tratam-se de registros ao vivo da turnê americana da banda, e os caras têm reconhecidamente uma das performances mais acachapantes do thrash metal oitentista. Sem falar do nome em si, inspirado nas idiotices de George "War" Bush - "Música de Destruição em Massa" (essa é ótima).

A banda também tem uma das formações mais mutantes da história. Já passaram por lá Neil Turbin (vocalista, na pré-história do grupo), Joey Belladonna (o vocalista mais aclamado pelos fãs - eu no meio), a fera Dan Spitz (guitarrista), Danny Lilker (baixista - também fez parte do S.O.D.), Frank Bello (baixista) e mais uma porrada de roadies promovidos à membros da banda.

Hoje a mutação está fixada em John Bush nos vocais, John Caggiano na guitarra-solo, Charlie Benante na batera e, claro, Scott Ian na guitarra-base (o único membro original). O carecão Scott está para o Anthrax assim como o Steve Harris está para o Iron (estilo chefão disfarçado de coadjuvante).

Ah, e o cara é muito legal mesmo. Além de ser fã de filmes de terror, HQs e futebol (soccer é o ca&#*o!), ele ainda escreveu algumas das músicas mais alucinantes do metal (todas no set-list do DVD): Got The Time, Caught In A Mosh, Antisocial, I Am The Law, Bring The Noise, Metal Thrashing Mad e, principalmente, Indians. Só porrada de primeira!!

Link sobre o Anthrax



FALANDO EM ALEX ROSS...


...qual é a obra definitiva da HQ perfeccionista? Marvels ou O Reino do Amanhã? Qual das duas fez a melhor combinação entre narração dramática e imagens foto-realísticas? Muita gente discute qual é a melhor saga, qual o melhor arco, mas essas duas, em particular, acabam penando quase sempre num empate de fritar os miolos. Muitos simplesmente não conseguem apontar qual é a melhor, tamanha a perfeição alcançada (Obs.: "perfeição" não significa exatamente excelência). E não é só por aqui não. Já vi vários fóruns de discussão estrangeiros não chegarem a conclusão nenhuma a respeito.


Por outro lado, notei também algumas particularidades. Os fãs de Marvels são inexplicavelmente mais agressivos! Defendem o especial com unhas de Wolverine e dentes de Sabre (eu sei, essa foi péssima). A explicação talvez esteja no fato da série lidar com personagens clássicos e com mitologias adoradas pelos fãs há décadas. Falou mal de Marvels é falar mal do Aranha, dos X-Men, etc. Exaltam também a inovação gráfica do trabalho de Ross, trazendo a perspectiva para o ponto de vista de cá, dos humanos. Na época isso era meia-novidade. "Meia", pois Dave Gibbons já havia feito cenas assim em 1986, naquele clássico que querem destruir no cinema.

Existe também a tal teoria da "fôrma pronta", muito em voga ultimamente. Se aproveitaram de histórias já consagradas e mandaram ver em outra versão, que acabou pegando. Mas acho isso uma maldade... Marvels não poderia ser reduzida à apenas isso... Poderia?


A favor de O Reino do Amanhã, tem o fato de se tratar de um roteiro original. Aliás, bota original nisso, afinal RdA é comumente considerado um elseworld (= saga ocorrida em um futuro não-especificado ou universo paralelo). Outro ponto positivo é a boa saída para o futuro de personagens importantes do Universo DC. Sem sacanagem, eu gostei do que fizeram com o Bruce... ficou bem próximo ao futuro dele em DK e na ótima animação Batman Beyond. Também, qual outro futuro seria compatível com o morcego?

E, ao contrário do que dizem, achei que a sanguinolência estava na medida certa - liberada de maneira primorosa na luta final entre os super-escoteiros Clark e Billy Batson.

Os confrontos verbais entre Clark e Bruce também estavam afiadíssimos, em sua melhor forma. Um excelente trabalho do roteirista Mark Waid! Fora detalhes que fazem toda a diferença, como o lado totalmente bárbaro de Diana, constrastando com a "vigilância OK" de Bruce.

De ponto negativo: a narrativa excessivamente passiva às vezes breca a empolgação inicial, como na conversa dos Celestiais entre si, e do pastor com o que restou do Desafiador.

E pra apimentar ainda mais a discussão, é sempre bom lembrar quais são as editoras que publicaram as séries. Mais concorrência que isso, impossível.

Ah, e não poderia deixar de agradecer a louvável iniciativa do Lobo Schmidt em colocar novamente Marvels no ar. Valeu por manter a tradição! Essa e RdA talvez sejam as HQs que mais rodaram na web... Começou lá no Carcajú, passou pelo Rapadura Açucarada (que também publicou uma "bônus-track" interessantíssima de RdA) e mais uma batelada de blogs e sites. Ah, a comunidade...


doggma, que claramente prefere RdA, e que não serve pra ser locutor nem juíz de futebol, dada a sua falta de imparcialidade.

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