sexta-feira, 27 de setembro de 2019

A Coleção Definitiva do Homem-Aranha: saldo (quase) final


Entre mortos, feridos, formatinhos e uma lombada formando um The Thing

O Hulk e o Homem-Aranha sempre foram meus personagens de cabeceira. Comecei com eles e, suspeito, é com eles que vou terminar. Enquanto o catálogo BR do Verdão anda numa fase interessante, com a bem-sucedida Coleção Histórica Marvel e o revisionismo bacanudo de O Imortal Hulk, o Teioso já amarga alguns anos com uma atribulada grade de programações. Especialmente para os leitores que nunca saíram da velha escola, como este que vos rabisca.

Recentemente, a Edição Definitiva Vol. 1 reacendeu a velha faísca, mesmo prejudicada pelas polêmicas da 1ª tiragem mal editada. Tudo corrigido, resolvi apostar, sem garantia de continuidade e muito menos de ace$$ibilidade. Seja o que Tio Ben quiser.

O fato é que, há uns meses, tive uma epifania: preciso fazer uma coleção do Homem-Aranha antes de morrer. Ou morrer tentando. E quem me deu o primeiro estalo neste sentido foi a já descarrilhada A Coleção Definitiva do Homem-Aranha, da Salvat. Sem brincadeira.

Claro que essa coleção "definitiva" é dolorosamente irregular e nem em sonho (ou pesadelo) eu pegaria inteira. E ainda passei um punhado das edições legais: A Saga da Plaqueta Ancestral (vol. 30) tenho completa nas CHM's Homem-Aranha vols. 3 e 7, Homens sem Medo (vol. 39) tenho a aventura principal em Super-Heróis Premium Homem-Aranha #15, A Morte de Jean DeWolff (vol. 8) - nossa resenha da saga já completou 14 aninhos - junto com A Última Caçada de Kraven (vol. 35) tenho até em versão 4D com esguicho de água no rosto e cadeira sacudindo. Já o Gatuno Hobie Brown na capa de O Rapto de Mary Jane (vol. 24) apela aos meus sentimentos mais vermísticos, porém tenho problemas psicológicos com o traço do Todd McFarlane.

Em contrapartida, pude botar minhas patas em pérolas como Nada Pode Deter o Fanático! (vol. 26), A Saga Original do Clone (vol. 3, uma leve atualizada na coleção), o freakshow de A Marca do Tarântula (vol. 34), A Morte da Tia May (vol. 21 - ah, a arte do Keith Pollard!), a divertida A Vingança de Venom (vol. 40) e o icônico "erro estratégico" O Casamento (vol. 14). Tudo finalmente em formato americano, na íntegra e com papel gostoso.

Uma pequena-mas-charmosinha seleção. Contudo... ainda faltava um, Caça ao Aranha (vol. 22, mas o último lançado pela editora, vai entender). Então, por que comprá-lo, por que não comprá-lo, por que comprá-lo, por que não comprá-lo...

Revisitando meus formatinhos da Abril, lembrei que o arco Temporada de Caça traz uma narrativa decente para o bom e velho Spidey. E ainda aquele encontrão com o Tarântula Negra...



O Tarântula Negra - o argentino Carlos LaMuerto - é o Slade Wilson do Cabeça de Teia. Ou era pra ser. Sem mais.

Comprei-o-o.

11 comentários:

VAM! disse...

Saudações aracnídeas, Doggma!

A Piriri nunca vai conseguir se redimir, de não ter bancado uma nova investida na BHM do Aranha.

Ela que adora pegar coleções descontinuadas de outras editoras, vide PREACHER e agora DISNEY continuando do número seguinte ao último publicado. Não teve a mesma coragem para recomeçar a BHM pelo volume 5, pra depois republicar os 4 primeiros a medida em que fosse avançando.

Parabéns pelas aquisições salteadas.

Se tiveres a coragem de adesivar essa lombada amalucada, me passe as medidas que monto uma arte pra ti. Você consegue imprimi-la numa única folha couché brilho ou fosco no formato A4.

Depois é passar o estile na régua mandar teia!

Abs!

doggma disse...

Cumprimentos lombadeiros, VAM!

Valeu mesmo, meu chapa. Já pensei em adesivar (ou adquirir aquelas sobrecapas individuais do ML). Mas também tenho um monte de volumes avulsos das coleções capas preta e vermelha, Star Wars, Tex Gold e mesmo Eaglemoss. Já me acostumei com lombadas ao estilo arte moderna, rs.

Preacher, Disney, Walking Dead, Espada Selvagem de Conan... diferente dos pedreiros, a Panini adora terminar o serviço inacabado dos outros. Podiam pegar também Invencível, que estava com a HQM.

A BHM do Aranha encontraria um cenário muito diferente daquele em que foi publicada da 1ª vez. E como concluíram a BHM dedicada ao Norrin - contra todas as previsões, inclusive deles mesmos - me foge a razão de não reinvestirem na linha.

Comparando com as dimensões mais generosas da Edição Definitiva, chuto que a editora quer apostar na proposta da BHM (Aranha em formato deluxe e cronológico) se estendendo o mínimo possível na empreitada, sem que o volume se torne Omnibus e o preço exploda de vez.

Abração!

VAM! disse...

"... diferente dos pedreiros..."

Enchi um balde de chorar de rir com essa agora.

Abs,
VAM!

Marcelo Andrade disse...

Boa sacada meu caro em por essa parte c/ o saudoso Tarantula...uma pena que não foi totalmente trabalhado esse personagem...

doggma disse...

Realmente, Marcelo. O Tarântula Negra ainda fez participações esporádicas no Demolidor do Bendis, do Brubaker e, depois, do Andy Diggle. Mas no geral foi mal explorado mesmo. Uma pena, o personagem era muito bom.

Vinícius Alves Hax disse...

Lembro de ter curtido bastante esse Tarântula Negra (até porque eu já curtia o outro tarântula). Parecia um personagem promissor mas acho que esse arco do personagem concluiu já na linha Premium pois eu não me lembro como ficou.

Vale a pena ler essas participações na revista do Demolidor?

doggma disse...

Vinícius, sou meio suspeito, já que que curto demais o DD dessa fase - especificamente Bendis-Brubaker. Se for só pelo Tarântula, não vale tanto, já que aparece muito brevemente - mas fodão como sempre:

https://scans-daily.dreamwidth.org/3251498.html

Abraço!

Henrique Guerreiro disse...

E aí, Doggma. Blz?

Rapaz, deixa eu aproveitar o papo Tarântulesco e tentar tirar uma dúvida que carrego a vida toda, rs: pq será que o Tarântula do Temporada de Caça (e de uma outra que se arrastou pelas edições do Aranha na Abril) é tão diferente assim da versão mais recente? Explico: na fase Editora Abril, ele era quase um aristocrata na forma de falar, tinha uma inteligência absurda e caia no mano - a - mano facilmente com o teioso, conforme as imagens que postou.

Depois, nas fases Bendis, Brubaker e Diggle, ele falava usando gírias, com palavra sem espanhol, tatuada e parecendo mais um bandido mequetrefe do que um Bane - Aracnídeo.

Ok, blz, pode ser só reinterpretação de cada roteirista, mas ainda assim não é estranho um personagem mudar tanto de personalidade? Quer dizer, ao menos um traço dela ce tem que manter, senão vira OUTRO personagem, não?

Abraços, e desculpa o texto que podia ter resumido, rs

doggma disse...

Fala aí, Henrique!

Bem observado. No início, o Tarântula era altivo e classudo, um gentleman:

http://www.comicbookdb.com/graphics/comic_graphics/13968_20070816141340_char.jpg

Pelo que me lembro, o "manto do Tarântula Negra" - que foi passado de geração em geração em sua família, tipo o Fantasma - tinha uma grande influência comportamental em Carlos. Além disso, havia a influência dos círculos que ele frequentava, com chefões e criminosos do colarinho branco.

Isso começa a mudar lá pelo arco aracnídeo "Crise de Identidade", do Tom DeFalco (Teia do Aranha #121/Homem-Aranha #198). Ali, o Tarântula se volta contra um poderoso empregador mafioso para resgatar seu filho e a ex-esposa - que termina pedindo pra ele se afastar de ambos, pois teme que a criança siga pelo mesmo caminho.

Depois disso, ele some muito tempo e ressurge como detento na Ilha Ryker, cheio de drogas suprimindo seus poderes. Isso já foi lá no Demolidor do Bendis...

A cronologia do Tarântula tem muitos gaps, mas achei até que a evolução do personagem se saiu bem. O cara levou umas pancadas da vida e isso deve ter lhe tirado aquela 'compostura' dos primórdios, rs...

Mas nunca perdeu outras qualidades marcantes, como a ambiguidade herói/vilão e, principalmente, a honra.

Abração! E, por favor, escreva sempre o máximo que puder, rs.

Leo Goulart disse...

Olá, Doggma! Tudo em paz??


Bela postagem!!! Aqui em minha cidade (Slz-MA) essa coleção saiu até o vol.20 em bancas! E também só peguei aquelas edições que mais me interessaram, como A Morte de Jean DeWolff, O Casamento, A Saga Original do Clone, Tormento, Caído Entre os Mortos e Percepções! Eu ainda não tinha lido nenhum desses títulos e encontrar algumas versões de capa preta da Panini é osso hoje em dia!rs Digo que essa coleção foi uma oportunidade muito boa para pegarmos alguns clássicos do Cabeça de Teia. Sei que a seleção das histórias poderia ter sido melhor,mas tem muita coisa interessante nessa lista que a Panini nem sonha em lançar por aqui...rs

Fiquei feliz porque recentemente a Leitura daqui já está recebendo algumas edições dessa coleção do Aranha!! Fiquei interessado em Homens Sem Medo: história com os dois personagens que mais gosto da Marvel sempre é bem vinda!!rs No aguardo de outros títulos como Nada Pode Deter o Fanático, Inferno e A Saga da Plaqueta Ancestral, mais conhecida como a Tabuleta do Tempo.

Grande abraço!!!

doggma disse...

E aí, Leo!

Até que sou otimista. Acho que a Panini deve chegar lá com a fase clássica do Aranha, eventualmente. No momento, o que temos é a série Edição Definitiva (2 volumes, já indo pro 3º). Um material caro e de publicação irregular. Estratégia bem equivocada, na minha opinião. O custo-benefício tem que ser melhor, dada a quantidade de material do Teioso. Algo na linha dos Omnibus econômicos do Hellboy que a Mythos (logo ela!!) tem lançado.

As séries "Grandes Desafios" e "Maiores Clássicos" são osso mesmo de achar. E quando encontra, está o olho da cara.

Fechei meu Best Of dessa coleção com o "Caça ao Aranha" (vol. 22). Mas admito que o verme ainda ficou pedindo pela "Homens sem Medo". Já tenho na Premium da Abril, mas queria a aventura sozinha, como está no encadernado da Salvat. E agora você me lembrando dela, putz... rs

(e a "Inferno" que você citou tá bem completinha, viu - http://www.guiadosquadrinhos.com/edicao/colecao-definitiva-do-homem-aranha-a-2-serie-n-28/co007132/139492 ... acho que até poderia superar minha má vontade com o McFarlane e considerar essa também...)

Abração!