terça-feira, 5 de setembro de 2023

Ela esteve na banda


Publicado em dezembro de 2010, I'm in the Band: Backstage Notes from the Chick in White Zombie é uma janela para o que rolou de mais legal na cena alternativa do rock e do metal dos anos 1990. Escrito por Sean Yseult, baixista e co-fundadora do White Zombie, o título ganhou um tapa de seu generoso acervo de imagens e materiais inéditos. O resultado é um mix de álbum de fotos com livro de memórias, repleto de informações de bastidores e de suas impressões daquela cena do barulho.

Para aficcionados da banda e da geração: é obra atemporal, para consultas. E uma delícia.

Em relação à carreira de Yseult (pronuncia-se "Issó"), I'm in the Band começa do ano zero, com ela ainda gurizinha frequentando as aulas de balé. E segue pela sua paixão pela cultura underground até a formação do White Zombie em 1985 – então um grupo de noise/rock de garagem, incensado por gente como Kurt Cobain e o pessoal do Sonic Youth (!) – e envereda na descoberta do metal e no sucesso comercial.

Nesse ponto, salta aos olhos o contraste entre seus dias de porão, se apresentando em clubes como o CBGB, e as gigs-monstro, com apresentações consagradas no Monsters of Rock em Donington e num Hollywood Rock abarrotado no Brasil...

...onde, aliás, passaram dias de rockstar no "Rio de Janiero" e matando "capraihnas" em Copacabana, apesar do medo de terem as mãos decepadas por motoqueiros punguistas from hell com muita pressa. Achei graça. Mas não duvido.


A fuça dos jovens meliantes; flyers operação-de-guerra; o início da virada; a tensão pré-palco




Na alta roda: com Elvira, Danzig, Marilyn Manson, Cramps e Pantera



Confraternizando com Deuses do Rock and Roll



Zé do Caixão, o “Coffin Joe”, encarnando no cadáver da baixista e recebendo a devida homenagem do White Zombie

Além dos registros históricos, Yseult, hoje quase exclusivamente artista plástica, também aproveitou para oferecer sua perspectiva única de um meio majoritariamente masculino. Inclusive o subtítulo do livro, "The Chick in White Zombie" ("a mina do White Zombie"), é o apelido dado a ela por Beavis & Butthead sempre que eles assistiam algum videoclipe do grupo. Não foi fácil. Não é fácil.

A nota destoante vai para a parte física: o brochurão de quase 200 páginas em formato paisagem (wide) é um lutador peso pesado. É preciso preparar bem o terreno antes de começar a aventura e evitar algum acidente irreversível. Também é recomendável lavar as mãos antes do manuseio. As páginas são em couché de alta gramatura e praticamente todas têm fundo preto. Então, se não quiser deixar as digitais impressas ali para a posteridade...

7 comentários:

Chico disse...

Não sou fã da banda. Mas parece legal legal demais

doggma disse...

Vale a pena, Chico. A Sean é muito comédia e pé no chão.

Marcelo Andrade disse...

Mulheres tocando baixo...sexy d+. Era gamadinho nela.....

doggma disse...

O 1º som que ouvi do Zombie foi justamente a introdução viciante do baixo dela em "Black Sunshine". Nem imaginava que era uma menina ali e já foi amor aos primeiros acordes.

Sandro Cavallote disse...

Cara, isso é ouro puro! Certamente adquirirei pra fazer parceria com o livro da Kim Gordon!

Anônimo disse...

Ao lado da Poison e da Elvira. Coração não aguenta…

doggma disse...

Sandro, esse da Kim está no meu target. Preciso conferir!


* * * * *

Anônimo, é de matar mesmo.

E a Poison segue como um dos segredos mais bem guardados do rock and roll. Como essa mulher não é idolatrada como uma Deusa?!