Eu gosto de heavy metal. Sei que o grande Frank Zappa falou que é uma música tola, feita para tolos. Eu sou tolo, então. Comecei a ouvir esse estilo direto lá por 1988, com 11 anos de uma vida recheada de new wave nacional (Metrô, Magazine, Tokyo e os outros medalhões) e internacional também (Talking Heads, B-52's, Huey Lewis & The News, Glen Frey e muitos etc's). Foi nessa época que ouvi a primeira vez For Whom The Bell Tolls, classicaço do então insuperável Metallica. Embora extremamente pesado, aquilo me parecia tão sujo, intenso e desobediente, que quase me fisgou. Quase (não sou tão fácil assim, só com mulher, hehe).
Não demorou muito e logo acabei ouvindo uma música que eu ouço direto até hoje: Crusader, do veterano Saxon. Foi em um programa de rádio aqui do ES que tocava só heavy, o finado Ecstasy (muito antes daquele psicotrópico começar a ser devorado pelos clubbers).
Daí por diante, vasculhei geral aquele grande templo metálico, que ia do leve Helloween até o pesado Carcass, passando por dinos como Dio, Ozzy, Motörhead, Iron, Judas e por aí vai.
Depois, comecei a viciar em Suicidal Tendencies, da época do Lights, Camera, Revolution, que era bem metal. Quando fui ouvir os trampos mais antigos dessa banda, tomei um susto. Era um punk hardcore deslavado. E era muuuito bom. Aí comecei a ouvir punk...
Depois descobri o blues por causa de um cover de B.B.King que a banda hardcore californiana Fear tocou num show. Aí comecei a ouvir blues e congêneres: blue-grass, boogie-woggie, blues rock e todo o Delta do Mississipi abaixo...
Nesse meio tempo, tive uma fase industrial também. Foi depois que vi o Ministry tocando no festival itinerante Lollapalooza (na TV, claro). Hoje, ouço tudo isso e suas ramificações, mas confesso que já tem um tempo que só toca rock setentista no meu CD-player.
Toda essa historinha pra falar do famigerado new metal (ou Nu MeTaL, ou alterna metal também), que nada mais é do que uma versão requentada do Faith No More, do RHCP e do Bad Brains (o pai e a mãe do funk-metal). Muita coisa rolou desde que esse estilo estourou lá nos EUA e, conseqüentemente, aqui também. Houveram as bandas estouradas, que são sempre aquelas primeiras a aparecer - caso do Korn e do Limp Bizkit. Elas venderam igual pãozinho quente e hoje andam amargando uma bela crise comercial. E ao que parece, o rock-playstation do Linkin Park vai pelo mesmo caminho.
Muitos rockeiros das antigas estão comemorando esse declínio do new metal e apesar de eu me enquadrar aí, tenho de livrar a cara de alguns grupos que são realmente mui buenos. Também, no meio de tanto lixo, alguma coisa tem de prestar.
E os indicados são...
Essa aí tem até pedigree oficial, já que arrebatou a melhor perfomance hard rock e melhor revelação do último Grammy. Foi merecido, pois a banda conseguiu emular uma sonoridade originalmente de heavy melódico tradicional para um sabor pop bem mais palatável ao "ouvido médio". Som plasticamente sujo, mas bem tocado, climas espertamente góticos com doses de romantismo, pianos bem sacados, as obrigatórias sessões hip-hop (o ponto negativo) e aquele vocal feminino, seguindo muito bem a cartilha do canto lírico. Aliás, chegamos ao ponto-chave do sucesso do Evanescense. A vocalista Amy Lee é a primeira front-woman de respeito do século 21. Além de excelente cantora, mesmo nas performances ao vivo (vocês não sabem como já fui enganado), a menina é simplesmente uma princesa. Tem um sorriso lindo... e olhos azuis imensos... Evanescence sem Amy Lee já era.
Site oficial
Ps: Se vocês querem conhecer outras bandas com vocais femininos (tão boas ou melhores que o Evanescence), recomendo o Lacuna Coil, Nightwish, The Gathering e o Theatre of Tragedy. Todas excelentes - e com vocalistas incrivelmente gatas...
Conheci vendo um colega ouvindo direto. Acabei me interessando. Hoje, o cara está ouvindo muito outra banda (Blind Guardian... é você mesmo, Cebola). E eu fiquei com o posto de ouvinte assíduo do SoaD. Antes eu a considerava apenas mais outro embrulho misturando rap com metal, mas logo vi que era muito mais que isso. Quebrando convenções rítmicas, mudando o tempo das músicas várias vezes durante a execução das mesmas, mais uma boa dose de técnica e experimentalismo, a banda às vezes lembra os momentos mais pesados do Faith No More. É esquisito à primeira ouvida e vai ficando irresistível à medida que se ouve. O peso (enorme) acaba ficando em segundo plano e você começa a sacar as melodias que rolam ao fundo. As melhores bandas são assim. E o SoaD é uma puta banda de rock moderno.
A banda ainda fez um ótimo vídeo para a música Boom, dirigido por Michael "Anti-América Para Os Americanos" Moore. E também se engajaram totalmente contra a invasão de Blursh (Blair + Bush) ao Iraque. Só por isso, já mereciam passe livre pelo Jardim do Éden.
Essa aí é a banda do Paul McCoy, aquele maluco que fez o rap no hit Bring Me To Life, do Evanescense. Conheci através de outro amigo, o en sabah nur (não o verdadeiro!). A banda é do subúrbio de New Orleans e no site oficial se descreve como "rock pesado recheado de tons melódicos". Como marketeiros, são ótimos músicos! A banda manda ver naquele free-rock, na linha Pearl Jam/Temple of The Dog, só que mais econômico e com o diferencial das variantes rap nos vocais. É um som simples, rocker e ganchudo. Vão pro KazAa e baixem Crash, Broken, My Life e The Way I Feel. Depois de gostarem, baixem o resto.
A rapaziada do Payable On Death faz mais do mesmo, só que muito melhor. É como se 90% da cena inteira fosse sub-produto dessa banda. E ali rola de tudo: hardcore, rap, reggae e até um ótimo cover para Bullet In The Blue Sky, do U2 - totalmente viajante... Com toneladas de garra e fúria, letras otimistas e "pra cima" (bem distante do mal-humor atual do rock), eles saem tranqüilos da vala sem-saída em que a música pop se meteu. Pra tirar qualquer dúvida quanto à competência dos caras, é só conferir qualquer vídeo ao vivo deles. Tem alguns no site oficial e váááários no KaZaA. É entrega total.
Nenhum comentário:
Postar um comentário