Posso me considerar um expert em filme de mortos-vivos. Eu me amarro. Já assisti todos os que foram relevantes no gênero. Do realista A Maldição dos Mortos-Vivos, de Wes Craven (A Hora do Pesadelo, Pânico) e o inovador Re-Animator (o da cabeça decapitada chupando a reentrância de uma moçoila desfalecida), até Força Sinistra, de Tobe Hooper, e a trilogia clássica de George A. Romero. No meio, tiveram umas bobagens até divertidas, como A Noiva do Re-Animator e Cemitério Maldito. Da geração nova, o mediano Resident Evil: O Hóspede Maldito (baseado naquele game tenso), o magistral Extermínio e a montanha-russa do inferno Madrugada dos Mortos (feliz remake de um dos filmes da trilogia de Romero).
Qualquer um desses salva um final de semana do tédio. E esses a seguir também, devidamente recomendados para estômagos que agüentam um sarapatel com limãozinho no boteco da esquina.
Esse filme, de 92, é pra se assistir ao som de Cannibal Corpse, Carcass, Autopsy ou qualquer banda que tenha temas tão singelos quanto trepar com um cadáver em decomposição. O filme é muito podre mesmo. Se você já assistiu A Mosca e achou nojento, então espere pra ver esse aqui. E, olha só que surpresa, essa pérola da podridão foi dirigida por um jovem e doentio Peter Jackson, ainda sem hobbits, nem estatuetas douradas na cabeça.
O nome dele é Lionel e ele vai enfrentar zumbis
Esse filme lá fora tem dois nomes, Braindead e Dead Alive. Sinceramente, eu nunca vi tanto sangue e carnificina na vida. É tudo exageradamente splatter, chega a dar azia. Fico só imaginando como foi a sessão da estréia de Fome Animal. Família reunida depois de um almoção no McDonald's... legal, hehe...
Aliás, uma das frases mais legais do Cinema está aqui: "Sua mãe comeu o meu cachorro!". Podreira nota dez!
Clique na sopa de sangue pra ver mais shots podres
Pra lembrar na hora do almoço: A mamãe zumbificada do “herói” comendo a própria orelha que estava boiando na sopa. Sexo melado entre zumbis, e com direito à posições que fariam corar o próprio Buttman.
A Morte do Demônio, Uma Noite Alucinante, Evil Dead... seja lá como anda a nomenclatura oficial desses filmes, eles são marcos do horror gore. É um Sam Raimi fazendo o que sabe melhor: diversão pura e sem limites. Tudo bem, Evil Dead não é só uma “história de mortos-vivos”, tem muito mais que isso ali. Mas, como a idéia básica é sobre possessão demoníaca, inclusive de cadáveres, vá lá.
Os demônios aqui são pra lá de atrevidos e nem esperam a vítima bater as botas. Forçam uma possessão no protagonista Ash (Bruce Campbell), mas só conseguem dominar a sua mão. Nada que uma serra-elétrica não resolva. Aliás, só essa seqüência influenciou toda uma geração de filmes de terror e até virou tema de um filme inteiro: A Mão Assassina, com Devon Sawa (de Premonição), nada mais é que uma versão de uma hora e meia em cima dessa cena de Evil Dead.
Até hoje, esses filmes do Raimi são excepcionais no que diz respeito à parte técnica. Poucas vezes se viu uma câmera tão esquizofrênica quanto em Evil Dead. Em alta velocidade, ela voa pela floresta, persegue as vítimas, derruba portas, janelas e o que mais aparecer pela frente. Às vezes dá a impressão que ela também está possuída...
Pra mim, efeito inovador de câmera é isso aí... bullet-time my ass...!
Evil Dead I é terror puro, sem brincadeiras e com cheiro de enxofre. Já Evil Dead 2 é aquele furacão de referências pop com fartas doses de humor negríssimo, que o tornou um clássico imediato. Evil Dead 3 - Army Of Darkness, embora o mais fraco, é muito mais profissa. Ash tá sinistraço nesse filme. Vamos lá, reassista essas porras!
Pra lembrar na hora do almoço: Rios de sangue, tripas dilaceradas, carne podre, empalações, desespero, desolação, demônios querendo a sua alma.
Um dos momentos mais divertidos da década de 80. Ao lado de Re-Animator e Evil Dead, é um filme que soube misturar terror com situações bem-humoradas de forma primorosa. A começar pelo próprio elenco. Ninguém tem nada a ver com ninguém ali. Todos são desajustados e parecem pedir pra serem devorados por zumbis famintos. Os zumbis aliás, são falantes e espertos. Tudo bem, não tão espertos, pois 97% do que eles falam é "Braaainss, braaainss..." Mas teve uma hora em que eles usaram o rádio da polícia para "solicitar reforços" (leia-se: "tragam mais comida"). Fome faz coisa.
Adivinha quem é a mocinha...
A história é aquela coisa: Tina é uma patricinha que vai à uma afastada cidade esperar pelo seu namorado, que está trabalhando num depósito. Por quê diabos ela só tem amigos doidões, só Deus e o roteirista sabem. Bem, no tal depósito tem um tanque com um material químico que foi extraviado pelo Exército, e claro que eles abrem o dito cujo. Daí pro cemitério tremer é um passo.
Esse "800" causou dor de cabeça na época (o DDD usado em filmes é "555")
A Volta... é quase uma sátira aos filmes do gênero, em especial da obra de Romero. O diferencial é a sua produção caprichada. Mesmo hoje, os monstrões são muito bem-feitos - cortesia do designer de produção William Stout. Aliás, o primeiro mortão a aparecer sorridente no filme, de tão legal, acabou virando um personagem cult: The Tar-Man. Olha ele aí, esbanjando simpatia.
A Volta dos Mortos-Vivos ainda contou com uma trilha sonora abençoada, cheia de bandas punk e góticas dando o tom. Tinha The Cramps, TSOL, Roky Erickson, The Damned e outras, só coisa legal.
Depois desse, ainda houveram duas continuações, com destaque para o terceiro filme, dirigido pelo insandecido Brian Yuzna (de Re-Animator).
"Explica o por quê dessa fome louca, mulher... digo, meia-mulher..."
Pra lembrar na hora do almoço: A metade de uma morta-viva explicando o por quê do vício em cérebros frescos. "Para aliviar a dooor... a door da mooorte", diz ela, bem pragmática.
Ah, e outra coisa...
Isso também foi memorável.
Segundo infos do Omelete, estão sendo preparadas mais duas continuações de A Volta..., a serem filmadas simultaneamente - Return Of The Living Dead 4: Necropolis e Return Of The Living Dead 5: Rave From The Grave (será "rave" de festa tecno?). Procurei por aí e realmente estão fazendo. Rave... já tem até pôster:
Qualquer semelhança com o Eddie, do Iron Maiden... ah, esquece
Não sei se essas são lá boas notícias, pois o charme da série ficou lá atrás, nos anos 80. Detestaria ver os mortos-vivos mais sacanas do Cinema fazendo sátiras de Matrix ou coisa que o valha.
Post ao som de Misfits, White Zombie e The Cramps... "Céreebroooss... Céreebroooss..."
4 comentários:
Que astronauta resistiria a Mathilda May, do filme "Força Sinistra"? Situação complicada!
Por mim ela sugava a minha força vital a hora que bem entendesse!
valeu pela antologia
abs
Opa, disponha. Eu deveria atualizar esse post qualquer hora.
Abraço!
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