sexta-feira, 14 de maio de 2004

CONSTANEO


Finalmente chegou um aperitivo do filme do John Constantine. Considerando que nenhum fã de Hellblazer espera alguma coisa que preste desse filme, até que a prévia é interessante. Por outro lado, essas prévias costumam ser sempre interessantes...


Belos olhos...


Aí ele tá a cara do Neo


Spider-Girl possessed


Depósito de objetos místicos milenares... já vi isso antes...


Adoraria ter isso na minha sala


Rachel Weisz... linda como um Monet


Ai, Rachel...


Opa, opa, opa...

Essa imagem foi a que mais me preocupou. Em boa parte do teaser, Keanu corre com uma espécie de metralhadora-crucifixo nas mãos... Muito estranho. Me lembrou Blade e, o que é pior, Van Helsing.


Ok, isso ele aprendeu com o Eric Bana


Rachel analisando uma cadáver até bonitinha


Um tipo de ninho dos demônios


Só espero que estes ainda não sejam...


...os principais vilões

Com o sensor de alta exigência cinematográfica ligado (o mesmo que esqueci de desligar antes da sessão de Van Helsing), vejo climas de terror rebuscados, beneficiados por efeitos digitais mil e cenários pretensamente dark. Um irmão mais novo de A Casa Amaldiçoada e Fim dos Dias. Já com o senso crítico amaciado, com uma grana preta no banco e após uma noitada com a Juliana Paes, dá pra enxergar algumas nuances interessantes. Rachel Weisz, mais linda que nunca, parece bem entrosada na história (e que sotaque, hmmm...). Keanu Reeves aparenta estar bem mais direto e auto-confiante, mesmo porquê, o personagem exige isso. Os demônios com jeitão de morcego são bem realistas.

Existe uma seqüência no meio do teaser que é muito bem-feita. A personagem de Rachel é "arrastada" por uma força invisível para fora de um edifício (foi impossível não lembrar de Matrix, hehehe). E também não vi nem Peter Stormare (que faz o Satanás), nem Djimon Hounsou (o sinistro Papa Midnite).

Foi um bom teaser, mas não sei ainda se vou tirá-lo do Bombas. O filme só vai estrear em 11 de fevereiro de 2005 nos EUA (e aqui no Brasil, só Deus).






Essa grande viagem de mais de 25 anos começou com Ian Frasier Kilmister esbarrando em trechos da História (do rock'n'roll e, porque não, da Cultura Moderna). Com 20 e poucos anos, ele foi "o cara que passava o som do Experience", banda do ícone Jimi Hendrix. Anos sessenta, flower-power, "Make Love Not War" (ah, aquelas groupies hippies não eram mesmo maravilhosas?), drogas, rock'n'roll, sexo de novo e muita cachaçada. Ian, nessa época, contraiu o apelido que dura até hoje, Lemmy. Segundo a lenda, é porque ele pedia grana emprestada toda hora ("lemme a few"). O fato é que ele chapava todas e nem o Jimi Hendrix Experience pôde com o nível etílico do moleque. Dali, ele saiu para fazer parte do seminal grupo space progressive Hawkwind, em 1971. Segurou o posto de baixista até 75 e rachou fora. Voltou à Londres, sua terra natal, e finalmente montou o Motörhead (o nome da última música que compôs para o Hawkwind).


O resultado não poderia ter sido mais arrasador. Era Lemmy no baixão cavernoso e nos vocais curtidos à whisky de segunda, Fast Eddie Clarke na guitarra punk'n'roll e backings, e Phil "Animal" Taylor numa batera demolidora. A banda parecia um trator desgovernado descendo uma ladeira.


Motörhead, de 77, era o álbum de estréia que toda banda que se diz ROCK deveria conceber. Lemmy, antes de tudo, sempre foi um old school rocker, então nada de emular o nascente punk ou heavy metal da época. O som era sim, rock'n'roll até o talo, seco, visceral, louder e alucinante. Estão lá clássicos como a faixa-título, Iron Horse, Train Kept' A Rollin', I'm Your Witch Doctor, e outros mísseis.


Em 79, veio o sucessor Overkill, com as pauladas Stay Clean, Capricorn, No Class, Metropolis e a faixa-título absurdamente thrash. Esse disco ainda traz o blues-terremoto Damage Case, recentemente coverizada pelo Metallica (o que aliás, é uma puta redundância!).


Bomber, também veio em 79 e dá-lhe mais clássicos: All The Aces, Stone Dead Forever, Talking Head e a destruidora faixa-título.


Abrindo a década de 80, um clássico dos clássicos: Ace Of Spades. A capa, com o power-trio caracterizado como pistoleiros à Sergio Leone, prenunciava o massacre iminente. Não dá pra apontar nenhuma música específica, já que aqui tudo o que significa Motörhead está embutido em cada nota alta de guitarra, no baixo ultra-distorcido, na bateria-metralhadora e na voz gutural e rouquíssima de Lemmy. Ok, me rendendo como um covarde na trincheira, aí vai: Ace Of Spades, a música, é um dos 5 maiores petardos do Rock de todos os tempos. Não canso de ouvir essa música no talo, desde que eu tinha uns 10 anos. Perdi a conta de quantos twiters eu já queimei com ela tocando.


Na seqüência, um álbum que é presença constante em várias listas de "Melhores Ao Vivo": No Sleep 'Til Hammersmith, de 81. Todos os clássicos estão aqui, em altíssimas e espancadoras versões. É impressionante o barulho e o peso que os três alcançavam ao vivo. Intensidade pura. Um dos melhores shows de rock desde sempre. E detalhe: sem overdubs. Da época em que rock era feito com garra de verdade e não através de uma tela de computador. Ou de baladas tristonhas.


Iron Fist, de 82 (ô banda que produz!!), aliviou um pouco na agressividade. Mesmo assim, ainda tinham uppercuts como I'm The Doctor, Go To Hell, Loser e a faixa-título.

Esse também foi o último disco com a formação clássica. E aí começa um festival de músicos entrando e saindo do Cabeça de Motor. Mas como foi o Lemmy que sempre comandou a coisa toda, o Motörhead manteve o alto nível intacto. Porra, o disco Orgasmatron - classicaço - é de 86! Rock'n'Roll é de 87!


1916, de 91, é um puta disco de rock'n'roll também. É essencial, e traz duas homenagens importantes. Uma é para a banda-irmã Ramones, na forma da música, ahn, R.A.M.O.N.E.S.. A outra é pra nós, brasileiros (aaêêêê!!): a paulada Going To Brazil. E ainda têm a auto-afirmativa I'm So Bad (Baby I Don't Care) e a porradíssima No Voices In The Sky. Discaço!

A formação atual do Motörhead se iniciou no disco de 96, Overnight Sensation. O álbum, pesadão (mesmo para os padrões do Motör), marcou a volta da banda para a configuração de trio (após um longo período como quarteto). Então ficou Lemmy (baixo/vocais), o mal-encarado Phillip Campbell (guitarra) e Mikkey Dee (batera).

Entre extensas turnês mundiais, ainda vieram Snake Bite Love, de 98 (e que eu ainda não ouvi. Tsc), Everything Louder Than Everyone Else (um duplo porradíssimo ao vivo, de 99 - ouço quase todo dia), We Are Motörhead, de 2000, e um badalado Best Of... duplo, também de 2000.


Lemmy é um dos nomes mais respeitados do Rock. Tem nego famoso (como James Hetfield disse uma vez) que treme quando ele chega perto. É até contraditório, pois ele é considerado um dos caras mais simples da cena. Mas não deixa de ser compreensível, afinal, o Motörhead atravessou décadas enfrentando crises diversas, modismos, barreira da longevidade, e principalmente, influenciando muita, mas muita gente. Quase todo mundo que faz rock pesado hoje deve as calças ao Lemmy. Metallica, White/Rob Zombie, Sepultura, Pantera (quando existia), Queens Of The Stone Age e todo o pessoal do stoner rock, toda a geração de bandas punk/hardcore/thrash/grind, grunge, e por aí vai.

O Motörhead tem uma característica parecida com bandas como AC/DC, Aerosmith, Kiss e Ramones. Eles sempre tocaram o mesmo tipo de som, e nas poucas vezes em que resolveram mudar, tiveram os seus piores momentos (musicalmente). No caso do Motör, na minha opinião, foi no álbum March Or Die, de 92. Ficou pop demais, talvez pela participação do Ozzy, que é amigão do Lemmy. Descontando o fato de que esse foi o álbum de maior vendagem de sua carreira, fico feliz que eles tenham saído daquela fase hard rock glam.


Eu ouço Motörhead direto. É quase um hábito involuntário. É Motörhead, Ramones e AC/DC. Sempre tem algum disco deles na bandeja do CD-player. Ouço no talo, lendo umas HQs, umas revistas x-rated e entornando uma cerva geladaça. Tirando mulher, não tem coisa melhor. Aliás, ainda vou botar Orgasmatron pra rolar naquelas horas...

Ah, e agora o porquê do "rompante Motör"... Vai ter show deles, sábado agora, em Vitória. Será no mesmo local aonde o Sepultura tocou, uns meses atrás. Troquei uma oportunidade de conhecer grandes amigos no Rio por causa deles (Nem vem! Já pedi desculpas!!). É esse o tanto que eu gosto do Motörhead. :)



Site oficial do Motörhead
Discografia
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